Vamos seguindo na machosfera que ainda tem coisa, galera. Segura na minha mão e se prepara.
Hoje vamos falar do #/GamerGate e como esse SAITE tem culpa no cartório. Vamo lá?
Primeiro vamos relembrar essa história porque ela é de 2014 e, em anos de twitter, 2014 ta mais próximo de 200 A.C. do que de 2021.
O Gamer Gate foi uma hashtag que surgiu em 2014 após o programador Eron Gjoni acusar a ex namorada Zoe Quinn de infidelidade em seu blog
Zoe é desenvolvedora de jogos e tinha desenvolvido o jogo "Depression Quest", recém lançado, na época, do Steam.
Eron acusava Zoe de manter um relacionamento com Nathan Grayson, reporter de uma revista online de games, para ter uma review positiva de seu jogo.
Mas essa acusação não se sustentou, já que Nathan nunca fez nenhuma review do jogo de Zoe.
Mesmo assim, Zoe foi vítima de uma grande campanha assédio virtual e ciberbullying, a grande maioria de conteúdos misóginos. No início, a campanha se chamava "Quinnspiracy"
Atacando especificamente Zoe. Depois passou a se chamar "Gamer Gate", uma hashtag no twitter. Além de Zoe, outras mulheres do meio gamer foram atacadas, como a crítica de jogos Anita Sarkeesian, que produzia críticas feministas de jogos em seu canal no YouTube Feminist Frequency
Tanto Zoe como Anita recebem, até hoje, mensagens de assédio, ciberbullying, doxxing até ameaças de morte.
Os jogadores envolvidos no Gamer Gate alegam que aquele era um movimento sobre "ética no jornalismo", pelo suposto relacionamento de Zoe
Mas, com isso sendo provado falso, a alegação é difícil de sustentar.
Para além disso, a hashtag inflamou nos jogadores o debate sobre o "politicamente correto" nos jogos. Alguns jogadores entendiam a representatividade feminina ou de outras minorias em jogos como imposição
E justamente se usaram da hashtag para vocalizar (ou digitar) esses pensamentos. Com isso, a hashtag se tornou um palanque para disseminação de ideias machistas, LGBTfóbicas e racistas que atraiu várias figuras carimbadas da machosfera
Que viram na hashtag uma possibilidade de cooptação, fizeram conteúdos colaborativos com jogadores proeminentes do meio e inseriram muitos na chamada machosfera.
Esses jogadores, então, servem também como agregadores de novos membros.
Com uma audiência enorme, principalmente de jovens, frequentemente usam os vídeos e streamings para, consciente ou não, introduzir o dialeto da machosfera e assim tornar a audiência mais suscetível a esse tipo de conteúdo masculinista.
A questão do GamerGate é complexa, por isso, e para evitar fios muitos longos, será dividida em dois dias. Amanhã continuaremos na saga dos games.
Joguem bastante enquanto isso, mas sempre de olho em que tipo de conteúdo que você ta consumindo!
Então é a hora de falar da célula do KKK brasileira, aquela que apareceu colocando propagandas em Niterói em 2015
O primeiro indício de células da KKK no Brasil nos anos 2000 ocorreu em 2003, quando o dono do site “Imperial Klans do Brasil” foi detido. O site foi fechado e grande quantidade de material supremacista branco foi apreendido na casa do dono do site.
Ele alegava representar o Klan no Brasil, junto com outras três pessoas. Além disso, também contava com membros e apoiadores em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/f…
Bora falar então dos seguidores de Evola contemporâneos e acabar com essa bad trip que é o Tradicionalismo
Os evolitas brasileiros contemporâneos pesquisados geralmente se aproximaram do pensamento do autor a partir de interesses no que chamam de “ocultismo”, com interesses que variam entre budismo, hinduísmo, maçonaria e outros “conhecimento milenares”, como chamam.
Eles compartilham da ideia do autor de que a “nossa era é uma era de decadência” e os pontos positivos de Evola, para eles, seria a retomada positiva de uma ortodoxia do budismo.
Então vamos continuar falando sobre o Evola e seu pensamento. Vamos explorar a questão dos yugas e das castas do pensamento antiliberal, anticomunista e fascista do autor italiano
Evola advoga pela existência de um "mundo metafísico superior", isso junto com uma grande valorização de hierarquias e cultura hindu, levou Evola a apoiar sistemas de castas. Inclusive uma concepção do tempo como dividida em castas, ou Yugas
O primeiro Yuga é a Era de Ouro, Satya Yuga, governada pela "casta superior" de sacerdotes. A partir da “degenerações”, como chama Evola, a Era de Ouro dá lugar a outras Yugas.
Então hoje vamos falar de um dos principais autores que a galera próxima do tradicionalismo gosta de ler: Julius Evola
Evola já apareceu aqui outras vezes, ele é bastante lido por diversos grupos de extrema direita, de integralistas a neonazistas revisionistas.
Julius Evola foi um autor e filósofo esotérico italiano do século XX, grande admirador de Mussolini e, ao mesmo tempo, crítico do regime fascista por este “não ser de direita o suficiente”
Bora falar então dos três porquinhos do Tradicionalismo: Bannon, Dugin e Olavo de Carvalho.
Vamos ver da onde surgiu as ideias desse guru do Bolsonaro e seus colegas
Bannon, ex-estrategista de campanha de Donald Trump, concedeu entrevistas a Teitelbaum. Nelas, ao abordar o Tradicionalismo, Bannon contou como descobriu o Tradicionalismo numa viagem para o Oriente e demonstrou bastante conhecimento sobre pensamentos de Guénon e Evola.
Apesar de não podermos chamar Bannon de tradicionalista, pelas ideias conflitantes entre Tradicionalismo e políticas populistas de extrema direita, é notório que essas ideias influenciaram o estrategista