Recentemente, um artigo foi publicado na @Nature trazendo a questão da miocardite e as vacinas de RNA. Importante:
🔹Estudos anteriores mostram que esses riscos não são superiores ao risco que a própria COVID traz
🔹Mesmo em jovens, esses riscos são baixos
+ infos 🧶👇
Nesse tuíte, @jsm2334 destaca algo que precisa ser considerado no estudo: há um desbalanço entre casos/controles. "Os casos de miocardite eram ~6x mais propensos a ter infecção prévia por Covid-19 e 78x mais propensos a ter histórico de miocardite"
Continuando: "...casos de miocardite eram ~6x mais propensos a ter infecção prévia por Covid-19 e 78x mais propensos a ter histórico de miocardite; casos de pericardite ~ 4x mais propensos a serem infectados anteriormente e > 200x mais propensos a ter histórico de pericardite"
No artigo: "tanto miocardite quanto pericardite, as principais diferenças entre casos e controles incluíram uma proporção maior entre casos de história de miocardite/ pericardite, história de infecção por SARS-CoV-2 e recebimento de uma vacina de mRNA" nature.com/articles/s4146…
Segundo @jsm2334 os dados não estão fora do que já vimos: "O risco estimado é de ~1/52k (0,002%) e 1/21k (0,005%) após a 2ª dose de Pfizer por 12-17 anos e 18-24 anos, respectivamente, e é 1/5900 (0,017%) após a 2ª dose de Moderna para 18-24 anos"
No final de 2021, um artigo da @Nature abordou isso: "miocardite após a vacina é rara e geralmente desaparece em dias ou semanas. Os riscos de hospitalização/morte associados à COVID-19 são maiores do que o risco associado à vacinação contra a COVID-19."
🔹Miocardite viral: 1-10 a cada 100.000 pessoas/ano
🔹Miocardite associada a COVID-19: 1000-4000 a cada 100.000 pessoas infectadas
🔹Miocardite associada às vacinas mRNA: 0.3-0-5 a cada 100.000 pessoas vacinadas, com a maior % de sobrevivência pós evento entre os acima citados
Além dos riscos da infecção pelo vírus da COVID-19, crianças e adolescentes podem sofrer também riscos para a COVID longa. Nesse fio, comento de alterações neurológicas, além de dados de risco de tromboembolismo, sangramentos pós-COVID:
Antes da predominância da Omicron, um estudo com +9 mil pessoas vacinadas antes de ter a infecção (vs não vacinadas) revela que receber pelo menos 1 dose da vacina foi associado a menor risco para algumas sequelas pós-COVID (após 6 meses da recuperação):
Em outro fio, comento que a infecção pela #Delta pode oferecer um risco maior para a COVID longa vs. #Omicron (dependendo da idade e de quando foi vacinado).
Esse menor risco (visto para a ômicron) pode estar associado a uma população mais vacinada!
Infelizmente tem gente usando esses dados recentes para advogar contra a vacinação. Os próprios autores do artigo, na discussão, comentam que "esses casos de miocardite e pericardite não resultaram em desfechos mais graves do que aqueles não relacionados à vacinação."
Nesse outro artigo recente, os autores são claros: "possíveis riscos relativos para miocardite/pericardite por vacinas precisam ser considerados dentro do contexto de risco absoluto, porque miocardite e pericardite ainda são eventos raros ou muito raros" jamanetwork.com/journals/jaman…
Do mesmo trabalho: "o risco de miocardite ou pericardite após o recebimento de vacinas de mRNA também precisa ser considerado em associação com riscos de miocardite após infecção por SARS-CoV-2 (ou seja, TAXAS MAIS ALTAS de miocardite APÓS INFECÇÃO do que vacinação)"
O que resumir até aqui:
🔹Trabalhos como esses são muito importantes e devem ser continuamente feitos, porque é assim que monitoramos segurança das vacinas.
🔹Até o presente momento, os riscos da vacina não são maiores que os riscos do vírus- que por sinal, seguimos em pandemia
🔹Riscos de miocardite/pericardite após vacina de RNA mensageiro são raros/muito raros, e quando ocorrem, ocorrem na primeira semana pós recebimento da dose. Em geral, os desfechos são favoráveis, maiores do que miocardite por infecção viral ou pelo vírus da COVID-19.
🔹Estamos diante de um imunizante que protege contra a doença grave, de um vírus que está em alta circulação, que pode trazer benefícios contra sequelas pós-COVID e que possui riscos baixos frente a um alto benefício.
Novamente: quem ganha com a desinformação sobre vacinas?
I'd like to thank you for all your efforts in raising awareness about vaccines @jsm2334@angie_rasmussen and @sailorrooscout . What you are doing in social media is inspiring and extremely important.
Com a nova onda de casos, muita gente está com a dúvida: Quanto tempo após a COVID-19 posso vacinar?
🔹É importante aguardar a recuperação total da condição, e varia de pessoa pra pessoa. Em geral, é recomendado aguardar 4 semanas após o diagnóstico🧶👇 saude.estadao.com.br/noticias/geral…
Quanto tempo demora para aparecer os sintomas da Covid-19 com vacina?
🔹Segundo o @CDCgov "Os sintomas podem aparecer entre 2 e 14 dias após a exposição ao vírus", sendo que vacinados tem um menor risco de ter a doença grave canaltech.com.br/saude/quanto-t…
Posso ter sintomas mas ter um teste de antígeno negativo?
🔹Recomendo MUITO o vídeo e o fio da @biaklimeck que explica porque muitas vezes os sintomas podem aparecer antes de positivar
O Comitê de Emergência da @WHO aconselha a direção da Organização que o surto atual, em diferentes países, da Varíola dos Macacos/Monkeypox não configura, NESSE MOMENTO, uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional. MAS não significa que não possa se tornar 👇🧶
O comitê é bastante enfático que é necessário reconhecer a emergência da situação atual e que a adesão à medidas de controle do espalhamento o vírus são críticas para evitar cenários mais complexos. Essa decisão será revisada e monitorada nas próximas semanas
É uma situação muito delicada, e o cenário atual não deve ser reconhecido como “livre de preocupações”, pelo contrário. Estamos vendo um aumento de casos e ainda precisamos entender melhor a dinâmica das vias de transmissão que o vírus está usando
A Pfizer anunciou hoje dados de sua vacina atualizada para a Omicron! A empresa desenvolveu uma vacina monovalente (com a Spike da BA.1) e bivalente (Spike da cepa original + BA.1). Dados iniciais sugerem neutralização para BA.4/5, além de segurança 🧶👇
Para a vacina monovalente, quando administrada como 4ª dose ou 2º reforço, apresentou um aumento de 13.5x contra a BA.1 (na dose de 30 µg), e 19.6x (na dose de 60 µg).
Para a bivalente, 9.1x (para 30 µg) e 10.9x (para 60 µg)
As vacinas candidatas foram capazes de neutralizar a BA.4/5, mesmo numa menor extensão do que os dados para BA.1. Ainda, ambas apresentaram perfil favorável de segurança. businesswire.com/news/home/2022…
Olhando para a evolução do sistema nervoso e, mais recentemente, para o cérebro humano, vemos a expansão de regiões e o surgimento de áreas de maior integração, tornando o processamento mais complexo. Mas e se eu te disser que uma grande aquisição foi a INIBIÇÃO?
Neurofio🧶👇
De redes de nervos difusas até a sua centralização, a evolução do sistema nervoso é surpreendente mas igualmente desafiadora de ser estudada, uma vez que é difícil observar esse tecido em fósseis (apesar de termos um exemplo fantástico disso: pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23060195/)
No entanto, podemos estudar comparativamente em diferentes animais que hoje coexistem conosco. Em cnidários, por exemplo, essas redes de nervos permitem que as águas-vivas consigam movimentar seus tentáculos para a natação nature.com/articles/nrn.2…
COVID Longa e crianças: Quais as principais manifestações? Em geral, quanto tempo depois da recuperação é possível observá-las? Por quanto tempo eles podem persistir?
Esses e outros pontos, discutirei no mini-fio de hoje 🧶👇
Este fio terá como base uma revisão sistemática e meta-análise publicada recentemente na @Nature sobre o assunto. Para acessá-la: nature.com/articles/s4159…
Segundo a análise de 21 estudos, a prevalência de COVID-longa em crianças e adolescentes foi de 25,24%.
As 5 manifestações clínicas mais prevalentes foram sintomas de humor (16,50%), fadiga (9,66%), distúrbios do sono (8,42%), cefaleia (7,84%) e sintomas respiratórios (7,62%).
Hoje a @WHO (OMS) irá se reunir para debater os pontos que levantei no fio abaixo.
Lembrem-se que a entidade que declara emergências de interesse internacional, pandemias etc é a OMS! Outras entidades podem se manifestar sobre, mas quem bate o martelo é a Organização
Foi o caso, ontem, da World Health Network, uma rede organizada para o desenvolvimento e execução de respostas contra emergências (ex.: pandemias) baseadas em ciência, de abrangência global, nacional e local.
Apesar de posicionamentos como este serem super importantes, quem bate o martelo é a OMS/ @WHO e, a princípio, hoje saberemos sobre esse posicionamento. Vale a pena a leitura do documento da WHN (link acima) e, como mencionei no fio, é possível que a OMS defina a favor