1. No fim de julho, @jairbolsonaro e @SF_Moro comemoraram que três “terroristas” paraguaios radicados no Brasil perderam a condição de refugiados. Os estrangeiros serviam como um símbolo da política implacável do bolsonarismo contra migrantes – principalmente de esquerda. 👇🏾
2. Os três paraguaios – Arrom, Martí e Colmán – argumentam que são perseguidos políticos. Eram militantes do partido de esquerda Patria Libre, que se opuseram à ditadura de Stroessner e ao Partido Colorado, do presidente do Paraguai @MaritoAbdo.
3. Arrom, Martí e Colmán são acusados pelo governo do Paraguai de, em 2002, terem sequestrado Maria Edith de Debernardi, nora de um ex-diretor de Itaipu.
4. Só que que, antes de Debernardi ser libertada, Arrom e Martí foram sequestrados e ficaram 14 dias em cativeiro. Eles afirmam que foram torturados para que assumissem o sequestro de Debernardi. Tivemos acesso aos laudos médicos que comprovam as torturas:
5. Perseguidos no Paraguai, Arrom, Martí e Colmán se mudaram para o Brasil em 2003, quando conquistaram o status de refugiados. O Paraguai não desistiu: entrou três vezes com pedidos de revogação do refúgio, todos negados.
6. Quando Bolsonaro se elegeu, surgiu uma nova chance. No dia seguinte à eleição, @MaritoAbdo disse que pediria a revogação do refúgio dos paraguaios. Antes de o processo ser aberto, Bolsonaro sinalizou que os entregaria, afirmando que o Brasil não daria “asilo a terroristas”.
7. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos havia denunciado o Paraguai por violações no caso de Arrom, Martí e Colmán. Porém, em junho, país foi absolvido pela corte. Segundo a decisão, não há provas suficientes que mostrem que agentes do estado foram os torturadores.
8. No mesmo mês, no Brasil, o Conselho Nacional de Refugiados cancelou o refúgio. A defesa argumenta que, ainda que o Paraguai tenha sido inocentado, a perseguição política, o sequestro e a tortura deles já deveria ser suficiente para o status de refugiados.
9. Agora, a defesa dos paraguaios tenta anular a revogação de refúgio. Enquanto isso, a Interpol diz que eles estão no Uruguai – mas ninguém confirma a informação. Leia a história completa no @TheInterceptBr: interc.pt/33GRQ5I
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