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Confronting climate dystopias and venting on Twitter since 2009. Native 🇧🇷, based in Rio de Janeiro.

Apr 27, 2020, 11 tweets

🧶Você sabia que IBAMA e setor privado combinam? Pois é.
Quanto menos o IBAMA atuar para fazer as nossas leis ambientais serem cumpridas, mais soltos estarão os agentes ilegais e aí, você já sabe. Quem faz a coisa legal ou direito, paga o pato do risco do desmatamento alheio.

2020 continua sendo um ano crucial para as empresas cumprirem os compromissos de desmatamento zero. E para o Brasil cumprir sua meta de redução de 80% do desmatamento na Amazônia em comparação com 2005. Quem vai cumprir sua palavra?

Agora vamos aos exemplos do que está acontecendo neste 2020, no Brasil: você sabia que a SLC Agricola, que é a maior produtora de soja listada no Brasil, desmatou um total de 5.200 hectares (ha) de vegetação nativa no primeiro trimestre de 2020?

O corte raso da vegetação nativa do Cerrado parece estar em linha com o Código Florestal, mas viola os compromissos de desmatamento zero das indústrias consumidoras de soja.

A SLC Agricola tem como principais clientes a Cargill Agricola S.A. (25% da receita), a Amaggi LD Commodities (24%) e a Bunge Alimentos S.A. (14%). Todas essas empresas assumiram compromissos de desmatamento zero. O que farão com relação ao desmatamento legal da SLC no Cerrado?

A política da Cargill é que a empresa “protegerá a vegetação nativa além das florestas, com o objetivo de terminar a conversão da vegetação nativa no menor tempo possível, reconciliando a produção de soja com os interesses ambientais, econômicos e sociais. Isso inclui o Cerrado".

Já a Amaggi é uma joint venture entre Amaggi, Louis Dreyfus Company (LDC) e Zen-Noh. Elase comprometeu a "eliminar o envolvimento ou o financiamento do desmatamento em toda a nossa cadeia de suprimentos e conservar biomas comprovadamente de alto valor ecológico, como o Cerrado"

A Bunge se comprometeu com 100% de fornecimento de grãos e oleaginosas sem desmatamento entre 2020 e 2025. De acordo com um relatório de outubro de 2019, ela excluiu 4 fazendas de sua cadeia de suprimentos por desmatamento recente.

As empresas têm que FAZER VALER cada palavra dos compromissos de zerar desmatamento em suas cadeias.
Estamos de olho!
Não vai ter desculpinha pra quem se fizer de bobo, não.

Quem faz a coisa legal ou direito, paga o pato do risco do desmatamento alheio.
Inclusive o desmatamento legal, pois ele também gera risco financeiro.
Portanto, #DESMATAMENTOZEROJÁ!
E viva o IBAMA! Deixem ele trabalhar que 80% do problema será resolvido e só 20% fica p/ demais.

Então DEIXEM o IBAMA trabalhar, que aí os picaretas ficarão fora do jogo e quem realmente quer contribuir com a economia real e legal, vai se livrar de alto risco.

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