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Apr 1, 2021, 11 tweets

Hoje na História: há 50 anos, em 1° de abril de 1971, a guerrilheira Monika Ertl assassinou na Alemanha o coronel boliviano Roberto Quintanilla Pereira, que fora responsável pela emboscada de Che Guevara na Bolívia e por decepar as suas mãos. A história de Monika é fantástica 👇

Monika era filha de um alemão nazista, que fugiu para a Bolívia após o fim da segunda guerra mundial. Seu pai era diretor de cinema, e seguiu essa carreira na América do Sul, onde chegou a produzir alguns filmes inclusive com a ajuda de sua filha 👇

Quando cresceu, Monika rejeitou a ideologia do pai, e se aproximou da guerrilha nos anos 60, inspirada pela Revolução Cubana e posteriormente pelas atividades de Che na Bolívia 👇

Em 1967, Che Guevara foi capturado e morto na Bolívia, com participação decisiva do coronel boliviano Roberto Quintanilla Pereira. Foi dele a ideia de cortar as mãos de Che e enviar aos EUA, para provar sua morte à CIA 👇

Quintanilla (foto) continuou combatendo o Exército de Libertação Nacional da Bolívia após a morte de Che, também sendo responsável pela captura, tortura e assassinato de Inti Peredo, guerrilheiro herdeiro do legado de Che no país e companheiro de Monika 👇

O assassinato de Peredo foi em 1969, e logo depois Quintanilla foi mandado para a Alemanha, para ser cônsul da Bolívia em Hamburgo. Então, em 1971, Monika voltou ao seu país natal e assassinou o coronel, vingando ao mesmo tempo Che Guevara e seu antigo companheiro Inti Peredo 👇

Em razão dessa história, Monika ficou conhecida como "a mulher que vingou Che Guevara", inclusive com a publicação de livros. Em 1973, ela foi capturada pelo exército boliviano, torturada e assassinada, e seu corpo nunca foi devolvido à sua família. Ela tinha 35 anos

Inti Peredo, companheiro de Monika. Nasceu em Cochabamba em 1938. Se filiou ao Partido Comunista Boliviano, indo estudar na URSS em 1962, e sendo treinado em Cuba em 1966, ano que se uniu a Che. Em 1969, dois anos após a morte do argentino, foi preso, torturado e morto em La Paz

Para executar o plano, Monika fingiu que era uma professora interessada em realizar um intercâmbio com estudantes bolivianos. Usando peruca e óculos, quando ficou a sós com Quintanilla numa sala, ela tirou um 38 da bolsa e matou o coronel

E a vida da Monika deu um filme mesmo: um documentário alemão lançado em 1988, com entrevistas de familiares e ex-companheiros de luta. O Costa-Gavras também se interessou por fazer um filme sobre a vida dela, mas o projeto acabou não se realizando

Essa é a matéria original do NY Times sobre o assassinato de Roberto Quintanilla em 1971 👇
nytimes.com/1971/04/02/arc…

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