Jorge E F Farah #SimplificaFarah Profile picture
Gestão, Finanças pública e privada. Ex-subsecretário do Tesouro do Município RJ. Conselheiro do Flamengo. #MGMpresidente Link do canal do YouTube 👇

Apr 12, 2021, 17 tweets

Após falar do resultado e da receita, vamos a terceira thread da análise do Balanço 2020 do Flamengo. Chegou a vez de falar sobre os gastos.
Vamos a mais um 🧵 com análise horizontal e vertical de diversas despesas e custos. Abordarei tb a folha do futebol.

Antes de entrar na análise, uma explicação conceitual.Você sabe a diferença entre custo e despesa?
Custo=gastos relativos às atividades-fim, no caso, competição esportiva (ex salário jogadores, jogos)
Despesa=gastos não relacionados com atividade-fim (administrativa, comercial)

Assim como nas receitas, a primeira análise é uma comparação horizontal, ou seja, o comportamento histórico dos gastos (=despesas + custos).
Abaixo, apresento a série desde 2010 em valores atualizados para 2021. Como podem observar, houve um salto nos gastos a partir de 2017

Abaixo, um comparativo do crescimento ou decréscimo entre os gastos do Flamengo, em valores de 2021, de um ano com o imediatamente anterior. Como pode se observar, mais uma vez, o patamar se eleva a partir de 2017. É o retrato do salto de qualidade que começamos a ver no time.

Parte da queda dos gastos em 2020 foi causada pelo fato do regime contábil ser de competência (fiz um 🧵só sobre esse tema - ). Assim, como a temporada só terminou neste ano, parte dos gastos (e da receita) somente serão lançados no balanço de 2021.

Como seria o comportamento dos gastos se a temporada de 2020 tivesse sido encerrada no próprio ano?
Abaixo, trago 3 visões distintas sobre o comportamento dos gastos (por isso que, muitas vezes, análises distintas mostram números diferentes). No 1°, o ano de 2020 ajustado.

Ainda sobre o gráfico anterior, em qq critério se observa uma queda de 2020 em comparação com 2019, o que demonstra que a diretoria fez o dever de casa reduzindo gastos. Porém, não foi suficiente para evitar o alto prejuízo.
Então, vamos acompanhar como gastamos e o q reduziu

O principal gasto é c/o time de futebol.
Em média, o custo com a folha do futebol representou, entre 2013 e 2020 (com acréscimos de receitas que, pela prorrogação da temporada, só serão registradas em 2021):
▪️30% dos gastos operacionais
▪️metade da receita operacional

Ainda sobre o custo da folha do futebol, observa-se uma elevação percentual em 2020
Como a incerteza era enorme (ainda é),é natural q não se cortasse de imediato em nossa principal atividade. Mas, se não houver reversão no cenário da pandemia pode ser que seja necessário reduzir

Abaixo, 2 gráficos mostrando a composição dos gastos: custo (atividade-fim), despesas administrativas, comerciais e financeiras (juros).
O principal corte foi feito na área administrativa, mais especificamente na folha de pessoal administrativo, com um corte de 44%.

Segue a composição do custo operacional do Flamengo. Como já visto, trata-se dos gastos com a atividade de competição esportiva.
O maior é justamente a folha salarial, seguido por amortização que não envolve saída de caixa (vou explicar +em outro🧵) e, então, direito de imagem

Em relação às despesas operacionais (comerciais ou administrativas), a principal é provisão para contingência q se trata apenas de um lançamento contábil (sem saída de caixa) e demonstra o aumento da "reserva para emergências"
Em seguida, a folha dos funcionários administrativos

Ainda nas despesas operacionais, trago a evolução de 2019 para 2020 das principais. Nota-se que o grande corte, considerando a relevância da despesa vista no tweet anterior, foi na folha de pessoal da administração, com a já mencionada redução de 44%.

Por fim, temos as despesas financeiras. Como se observa no gráfico abaixo, foi a desvalorização da moeda nacional a grande vilã do acréscimo.
Houve ainda aumento nos juros pagos pelo Flamengo. O assunto será melhor explorado quando abordar o endividamento do clube.

Como todos, as contas do Flamengo tb foram afetadas pela pandemia do Covid. Como consequência, a diretoria enxugou a folha de funcionários da administração. Mas, não tomou nenhuma medida drástica em relação à folha do futebol, até porque as incertezas eram e, ainda são, enormes.

Foi a responsabilidade fiscal assumida lá atrás q nos elevou de patamar. 2020 ainda não era momento de fortes cortes, mas é preciso manter a disciplina. Não podemos manter o elevado prejuízo em 2021 sob pena de atrasar contas e prejudicar o rendimento esportivo
Aguarde prox 🧵

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