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Monitoramento Acústico Passivo (MAP) como ferramenta de auditoria ambiental no ambiente marinho

Dalben, A.S¹ & Avila, T.R.²
1. Biosonar ([e-mail])
2. T.A. Services in Oceanography ([e-mail])

Para minimizar os impactos da atividade de pesquisa sísmica, o IBAMA requer um período de 30 minutos sem mamíferos marinhos ou tartarugas em um raio de 1000m(ZE) antes do acionamento das fontes sísmicas, e o seu desligamento quando uma espécie protegida é detectada dentro da ZE.

O MAP é obrigatório, assim como a gravação das varreduras realizadas antes das fontes serem religadas após uma detecção. O objetivo deste estudo foi auditar as varreduras acústicas entregues ao IBAMA e assim colaborar para a melhoria do MAP como ferramenta de mitigação.

Um total de 246 varreduras gravadas durante o projeto foram analisadas em laboratório após a finalização do mesmo. A revisão foi realizada no software Raven Pro 1.6 em espectrogramas com janelas de 8 segundos e frequência de Nyquist de 175 kHz.

Para cada varredura foram registradas a presença de estalidos, sons explosivos e assobios de odontocetos. Os dados de presença e ausência de mamíferos marinhos nas varreduras foram contabilizados e os resultados comparados com os detectados em tempo real.

Este espectrograma evidencia estalidos de odontocetos detectados durante uma varredura e de acordo com o Guia de Monitoramento da Biota Marinha em Pesquisas Sísmicas Marítimas (IBAMA) indica a presença de golfinhos na ZE, o que deveria impedir o início das operações.

No entanto, das 246 varreduras analisadas, apenas 43% estavam sem a presença evidente de estalidos ou assobios. O que significa que após 57% das varreduras, a fonte sísmica foi ligada antes de completar o período de 30 minutos sem detecções de mamíferos marinhos dentro da ZE.

Considerando que esta é a principal ferramenta de mitigação dos danos acústicos causados pela atividade sísmica, é essencial que a atividade de monitoramento seja aprimorada para que a legislação passe a ser efetivamente aplicada.

A diferença encontrada entre o número de detecções registradas em tempo real e em laboratório sugere a necessidade de melhorar as condições de detecção em tempo real, aliado a fiscalização para diminuir estas ocorrências.

Recomenda-se a união da academia para o desenvolvimento de uma ferramenta de detecção simples que possa ser utilizado pelo órgão fiscalizador a fim de auditar os áudios fornecidos pelas empresas responsáveis pela aplicação da legislação em vigor.

Palavras-chave:
odontocetos, mitigação, sísmica, estalidos, assobios