ANÁLISE TÁTICA - Vasco x Nacional - 1948
Daqui a 2 horas, faremos o tempo real de Vasco e Nacional aqui na página. Mas antes, preparamos um fio especial sobre a parte tática do jogo.
Se liga⬇️
Primeiramente, é importante explicar como o Nacional jogava, para entender um pouco do que o Vasco pretendia fazer para vencer o jogo.
Os times uruguaios utilizavam uma versão do chamado WW, criado por Pozzo, treinador italiano bicampeão do mundo em 34 e 38.
O esquema original seria um 2-3-2-3, com o centro-médio mais recuado e sendo o principal distribuidor de bola, buscando muitos lançamentos para os “halfs” e eventualmente para os meias. Os ataques são muito baseados em ligações diretas buscando contra-ataques rápidos pelas alas.
Os meias são mais recuados com o objetivo de povoar mais o meio-campo e ajudar na transição defensiva. Este modelo busca acima de tudo uma marcação (em linhas baixas) bem firme e agressiva, tentando roubar a bola e fazer a ligação direta.
No Nacional, os meias eram um pouco mais ofensivos, procurando conduzir bastante a bola e infiltrar na área para finalizar. O centroavante atraía a defesa para gerar espaços aos meias. Os ponteiros eram condutores como os meias, mas buscavam mais os cruzamentos.
O VASCO
No esquema de Fávio Costa, Jorge (half-esquerdo), é atrasado para a linha dos zagueiros, e Danilo (centro-médio) é puxado mais para esquerda, com Ely (half-direito) se posicionando mais à frente. Eles formam assim a primeira diagonal.
Ademir, mais acostumado com a meia-esquerda, dessa vez vai para a meia-direita, trocando de lugar com Maneca, originalmente meia-direita. Maneca fica mais atrasado no meio que Ademir. Os dois formam com Djalma a segunda diagonal.
FASE OFENSIVA
O primeiro objetivo é avançar pela direita, tentando usufruir da superioridade numérica por este lado. Ely vai à frente para apoiar Ademir e Djalma na criação de jogadas, e assim eles podem triangular e encontrar espaços para cruzamentos ou infiltrações.
Friaça às vezes inverte com Ademir para confundir a defesa.
Qdo o adversário percebe a ala direita vascaína mais presente no ataque, ele naturalmente focaliza sua marcação para aquele lado. Assim, a meta do ataque vascaíno passa a ser inverter a bola com rapidez para que Maneca e Chico definam as jogadas com mais liberdade pela esquerda.
Danilo é o pilar na transição para o ataque. Seu papel, a princípio, é de conduzir a bola e quebrar a linha formada pelos meias do adversário e depois armar a jogada, que pode ser pela direita (para uma jogada mais trabalhada) ou pela esquerda (para uma jogada mais objetiva).
FASE DEFENSIVA
Neste jogo, Flávio pensa que a 1ª meta do time após perder a bola é anular o centro-médio rival e interceptar os passes para as alas ainda no campo de ataque. O objetivo é obrigar o Nacional a acionar seus meias, forçando-os a finalizar de fora da área.
Caso o time uruguaio consiga escapar da pressão vascaína, Danilo recua formando quase uma linha de 4 na defesa, com Jorge e Wilson pressionando os ponteiros adversários. Ely e Maneca fazem a cobertura da linha defensiva. Chico e Djalma voltam para congestionar as alas.
Portanto, o Vasco entra em campo procurando ter a posse de bola e criar chances principalmente a partir de trocas de passes rápidas e roubadas de bola no ataque, pressionando Rodolfo Pini (centro-médio do Nacional).
Na defesa, o objetivo é forçar chutes de longe do Nacional, impedindo as infiltrações dos meias.
Hoje, às 21h, você acompanha aqui na página este jogaço entre o campeão carioca invicto e o campeão uruguaio com uma narração escrita completa baseada nas descrições dos jornais da época.
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