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Projeto de divulgação científica sobre o Pleistoceno da Cordilheira do Espinhaço, a única cadeia de montanhas do Brasil Pix: pedrotunes00@gmail.com

Feb 18, 2022, 10 tweets

Você sabia que peixes podem viver no lençol freático?
Como? Ninguém sabe!
Venha conhecer o Stygichthys typhlops, o peixe que vive em baixo da terra e o primeiro organismo vivo apresentado no PaleoEspinhaço!
Foto de @DanteFenolio

Em 1960, a escavação de um poço na cidade de Jaíba- MG trouxe à superfície um peixe pequeno, branco e sem olhos. O animal foi coletado e nomeado Stygichthys typhlops em 1965, no trabalho de Brittan & Bohlke.
Fotos de @DanteFenolio (Astyanax mexicanus no topo)

Após mais de 40 anos sem nenhum outro exemplar ser encontrado, uma expedição em 2004 conseguiu encontrar 34 exemplares em poços artificiais e redescritos. Os resultados foram publicados no trabalho de Moreira et al. (2010).

A distribuição natural da espécie está associada à drenagem subterrânea do Sistema do Córrego Escuro, localizada em um carste pertencente ao Grupo Bambuí, com profundidade máxima de 50 metros.
O rio circulava na superfície até 1984, sendo subterrâneo atualmente na época seca

Observações laboratoriais indicam que o animal não apresenta um ciclo circadiano, ou seja, não apresenta um padrão de atividade, uma vez que o ambiente em que vive não possui alterações de luz ou temperatura ao longo do dia.
Arte por @martinhfilipe

A característica mais marcante desse organismo é, sem dúvida, o ambiente em que vive. Ao contrário do que muita gente pensa, lençóis freáticos não costumam ter rios ou lagos subterrâneos, tendo sua água aprisionada em microporos presentes em rochas na maioria dos casos.

Ambientes cársticos, entretanto, tendem a formar túneis subterrâneos, que podem conter poucos milímetros ou podem se expandir ao longo de milhares de anos, criando grutas ou cavernas.
Na imagem 2 podemos ver um lago subterrâneo no Espinhaço (BA)

O uso indevido da água na região pela agricultura e pela pecuária fazem com que a espécie seja hoje considerada ameaçada, um padrão que ocorre com um grande número dos peixes que vivem no subsolo ou em cavernas do Brasil

A Dra. Maria Elina Bichuette, do Laboratório de Estudos Subterrâneos da @ufscaroficial fez uma parceria muito legal com o pessoal do @peixeaoquadrado no post linkado a seguir, onde vocês podem ver o primeiro vídeo de um peixe-fantasma
instagram.com/p/CLxYJvxJ1TD/

Esperamos que tenham gostado de conhecer um organismo vivo endêmico do Espinhaço!
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