Bora de fio com a pics? Hoje vamos falar de Melânia Luz, a inspiração para a criação da nossa nova mascotinha, a Mel.
Segue com a gente para conhecer sobre essa esportista gigante, pioneira e são paulina! 🧶
Paulistana e de família tricolor, Melânia nasceu em 1928. Cresceu no bairro do Canindé, que foi a sede do São Paulo por anos, e acompanhava o clube junto a seus pais.
O esporte foi uma forma de se aproximar ainda mais do seu time de coração.
Melânia entrou no quadro de atletismo do clube e se especializou nas provas de 100m e 200m.
Aos 20 anos, o seu maior feito: foi a primeira mulher negra a representar o Brasil em uma Olimpíadas.
Em 1948, Melânia viajou de avião junto aos demais atletas olímpicos brasileiros para disputar os Jogos de Londres, na primeira edição pós Segunda Guerra Mundial.
A atleta se despediu das Olimpíadas em quarto lugar nas baterias eliminatórias dos 200m e também em quarto no revezamento 4x100m: neste, no entanto, Melânia ajudou a construir o que até ali era o recorde sul americano da prova.
No São Paulo, Melânia foi treinada pelo alemão Dietrich Gerner, que ficou famoso por treinar outro grande atleta tricolor: Adhemar Ferreira da Silva (foto), responsável por nossas duas estrelas douradas.
Em tempos de amadorismo, se destacava mais quem tinha o privilégio de não precisar de um trabalho fora do esporte para ganhar dinheiro.
Não era o caso de Melânia, que, após concluir os estudos com uma bolsa integral, trabalhava como técnica de laboratório de manhã e à tarde.
Só lhe sobrava o fim de semana para os treinos, e Melânia não conseguiu ir às Olimpíadas de 1952, mas seguiu no esporte: casou com o também atleta Mimico e competiu em torneios veteranos até seus quase 70 anos – além de, é claro, acompanhar o São Paulo no futebol.
No Tricolor, seu maior feito foi no Campeonato Brasileiro de Atletismo, em 1946: campeã dos 200m com 27s e segundo lugar nos 100m com 13s4. Com a seleção paulista, foram quatro títulos no revezamento 4x100m, entre 1946 e 1953.
Pelo Brasil, há registro de bronze nos 100m e prata nos 200m em Santiago, no Chile, em 1947, e também de prata nos 200m em Lima, no Peru, em 1949 (foto). Melânia nunca competiu nos Jogos Pan-Americanos.
Melânia tinha uma consciência racial à frente de seu tempo. Frequentava reuniões de mulheres negras, comandadas por Elza (esposa de Adhemar Ferreira da Silva), onde cultivavam uma rede de apoio.
A atleta ensinou à filha Maria Emília, desde pequena, que era preciso conquistar espaço e respeito orgulhando-se de suas origens e valorizando outros negros. Acreditava que os negros precisavam se unir sempre. Era fã de Elza Soares, Alcione, Emilio Santiago e Milton Nascimento.
Num país que costuma esquecer seus grandes nomes, Melânia viveu quase em anonimato. Poucas vezes foi procurada para contar sua história, poucos registros ficaram de sua época, poucos materiais foram feitos com a atleta em vida.
Sua morte súbita, em 2016, não teve nota oficial.
Recentes trabalhos de pesquisa trouxeram, ainda bem, a memória de Melânia Luz à tona novamente: em 2022, a atleta entrou, de forma póstuma, no Hall da Fama do Comitê Olímpico Brasileiro; e, hoje, o São Paulo tem a mascotinha Mel em homenagem a essa gigante do nosso esporte.
Para encerrar, um relato de Maria Emília, filha de Melânia contando sobre o quanto a mãe torcia para o Tricolor:
E é isso, amigos. Esperamos que gostem e que a memória de Melânia siga sempre viva no São Paulo, no esporte e na história do nosso país.
Seguem as fontes de pesquisa para elaboração desse conteúdo:
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