Papa Francisco abriu portas para a benção de uniões LGBTs em sua resposta a Dubia dos cardeais?
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A resposta do Papa a segunda Dubia diz: vaticannews.va/pt/papa/news/2…
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Várias mídias seculares, e até católicas divulgaram a resposta do Papa como se ela aprovasse a "benção de uniões LGBTs".americamagazine.org/faith/2023/10/…
catholicherald.co.uk/pope-responds-…
usnews.com/news/world/art…
cbc.ca/news/world/pop…
euronews.com/2023/10/03/pop…
Isso é uma incoerência com o próprio conteúdo da resposta. Mesmo segundo a avaliação de alguns teólogos americanos, o Papa não se referia a abençoar uniões LGBTs, mas indivíduos homossexuais.
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O jornal americano National Catholic Register, em razão da reação pública imediata, entrevistou alguns teólogos americanos para que eles avaliassem em primeira vista o que o Papa estaria afirmando na resposta.ncregister.com/news/pope-s-di…
Padre Thomas Berg, professor de teologia moral no Seminário São José da Arquidiocese de Nova York, comenta que:
David Cloutier, teólogo moral da Catholic University of America diz:
John Froula, professor de teologia dogmática do Seminário São Paulo e Escola de Divindade de Minnesota:
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O professor Froula também aponta para um responsum da Congregação para a Doutrina da Fé, que também lida com benção de uniões do mesmo sexo.
O responsum afirma negativamente para a permissão de tais bênçãos: vatican.va/roman_curia/co…
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O Prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, cardeal Fernandez, também respondeu em comentário à posição da Igreja: lifesitenews.com/news/exclusive…
A confusão geral que se tem sobre a resposta é que se é ignorado os pontos a-c, enquanto somente os pontos d-f são levados em consideração.
Em uma análise crítica do documento, é possível perceber que os três primeiros pontos que geralmente são ignorados (a-c) lidam com aspectos ilícitos, proibitórios:
Justamente a parte que esclarece a posição proibitória da Igreja quanto ao assunto, que declara que a contradição do que é o Matrimônio é ilícita, ilegal e condenável
A partir do ponto 'd' há uma mudança de tom. A resposta vai de 'não deve' para 'deve ser feito'. Ou seja, parte do que é ilícito para o que é lícito. Essa é a parte que mais é mencionada pelas mídias.
Os pontos a-c deixam claro a mesma posição que o Papa reitera diversas vezes ao longo de seu pontificado, que o matrimônio é:
Chegando a conclusão que:
A resposta da dubia termina por aí, pois uma benção é um rito. Ao abençoar uma união LGBT, o sacerdote está reconhecendo como matrimônio algo que não é; Ele está contradizendo o que se entende como "matrimônio". O Papa já responde negativamente nesse ponto.
Os pontos d-f são uma adição pastoral sobre como o sacerdote deve agir licitamente em casos de pedido de benção:
A resposta corrobora perfeitamente com as opiniões dos teólogos entrevistados pela National Catholic Register, de que a "permissão" dada nos pontos d-f se trata de abençoar pessoas homossexuais, e não uniões LGBT.
Há um grande equívoco na forma como que as pessoas interpretam as palavras do Papa. Não parece haver uma análise clara da conclusão de cada ponto. Por isso, eu fiz o seguinte sumário:
Obs.: Thread relevante que pode ajudar a responder mais dúvidas vinculadas a essa:
Obs. II: Esse texto foi escrito em Novembro, antes da publicação da Fiducia Supplicans, o documento Magisterial que lida com a questão das bênçãos a homossexuais. Resolvi publicar esse imediatamente porque ajuda a entender melhor o documento
Espero que essa thread possa ter saciado dúvidas a respeito de alguma forma.
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