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Alberto Fujimori tornou-se presidente do Peru em julho de 1990. Recebia o país em grave crise. Antes mesmo de tomar posse, recorreu ao FMI, mas ouviria que precisava adotar medidas economicamente impopulares antes de receber qualquer ajuda internacional.
Fujimori não tinha maioria no Congresso, mas tinha o apoio das Forças Armadas.
Em 5 de abril de 1992, Fujimori apareceu na TV anunciando que estava "dissolvendo" o Congresso e "reorganizando" o Poder Judiciário.
Na sequência, tanques de guerra foram enviados para o Senado, opositores e jornalistas foram detidos, e um ex-presidente do país quase foi preso.
Na sequência, tanques de guerra foram enviados para o Senado, opositores e jornalistas foram detidos, e um ex-presidente do país quase foi preso.
Era um "autogolpe". Com ele, Fujimori conseguiria:
– Tomar para si os poderes do Congresso
– Suspender a Constituição do Peru
– Reduzir a força do Judiciário
– Promulgar uma nova Constituição
– Perseguir qualquer crítico por intermédio de uma imprensa sensacionalista e amiga
– Tomar para si os poderes do Congresso
– Suspender a Constituição do Peru
– Reduzir a força do Judiciário
– Promulgar uma nova Constituição
– Perseguir qualquer crítico por intermédio de uma imprensa sensacionalista e amiga
O documentário "The Fall of Fujimori", de Ellen Perry, registra os momentos aqui narrados.
Um dos depoimentos colhidos, contudo, há de causar uma incômoda semelhança com o Brasil de 2019:
"É verdade que Fujimori tinha uma minoria no Congresso. Mas era uma oposição responsável. O presidente do Senado vivia pedindo ao presidente: 'Queremos conversar com você para chegarmos a um meio termo'. Mas Fujimori se recusava. Ele queria criar uma situação de conflito."
Jair Bolsonaro tornou-se presidente do Brasil em 2019. Na agenda, a missão de aprovar a reforma da Previdência, vital para a economia do país.
aagencia.info/pesquisa-ibge-…
aagencia.info/pesquisa-ibge-…
Nas eleições de 2018, a campanha de Bolsonaro falou em elaborar uma nova Constituição para o Brasil...
www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/…
www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/…
...e que uma situação de conflito poderia justificar um "autogolpe".
epoca.globo.com/mourao-bolsona…
epoca.globo.com/mourao-bolsona…
É verdade que o núcleo ideológico do Governo Bolsonaro não se dá com os militares, mas a "reestruturação da carreira dos militares receberá R$ 86,85 bilhões em 10 anos" graça à atual gestão.
economia.estadao.com.br/noticias/geral…
economia.estadao.com.br/noticias/geral…
É também verdade que Jair Bolsonaro possui uma rede de influenciadores digitais que promove o linchamento virtual até mesmo de aliados.
politica.estadao.com.br/noticias/geral…
politica.estadao.com.br/noticias/geral…
Que a pequena base do Governo Federal quer dar vida a uma CPI como forma de constranger o judiciário.
valor.com.br/politica/61798…
valor.com.br/politica/61798…
E que o assessor internacional do presidente da República defende a teoria de que o Brasil estaria vivendo um processo violentamente revolucionário.
Um ano após o autogolpe de Fujimori, um deputado federal brasileiro surgiu nas páginas do New York Times dizendo ter simpatia pelo ditador peruano. E que só uma "fujimorização" salvaria o Brasil.
"I sympathize with Fujimori. Fujimorization is the way out for Brazil. I am making these warnings because the population is in favor of surgery."
O nome do parlamentar brasileiro: Jair Bolsonaro.
nytimes.com/1993/07/25/wee…
nytimes.com/1993/07/25/wee…
