Durante a ditadura, existiram vários heróis militares, que arriscaram tudo em nome da lei, da ordem e da segurança nacional.
Nenhuma delas era um ser humano desprezível e covarde como Carlos Brilhante Ustra.
Pelo contrário, eram heróis como o oficial Sérgio Macaco (segue)
Sérgio era um dos mais admirados oficiais da Para-Sar, a tropa de elite da Aeronáutica.
Nesta condição, foi convidado para uma conversa com o Brigadeiro João Paulo Burnier.
Lá, ouviu Burnier determinar que ele e outros oficiais da Aeronáutica praticassem um ato terrorista
Era 1968 e as críticas ao regime militar estavam numa crescente.
Burnier, então, determinou que os oficiais explodissem às 6 da tarde o gasômetro da Av. Brasil, no Rio de Janeiro.
Não obstante, eles também deveriam explodir a Represa de Ribeirão das Lajes (essa da foto).
A intenção de Burnier era causar o maior número de mortos possível.
Na época, se estimavam 100 mil vidas perdidas.
Com o caos instalado, o plano do Brigadeiro era jogar a culpa nos "comunistas" e sequestrar 40 “figuras políticas que deveriam já estar mortas”.
Os sequestrados seriam postos num avião e jogados em direção ao ocenao.
Entre os comunistas a serem sequestrados estava inacreditavelmente o General Olimpio Mourão Filho. Sim, o homem que comandou as tropas golpistas em 1 de Abril de 1964.
Não só ele, Carlos Lacerda (uma figura notoriamente conservadora) e Juscelino Kubitschek também estavam na lista.
A caractéristica em comum do trio era terem apoiado o golpe, mas em 68 fazerem oposição ao regime. Na cabeça de Burnier, era o suficiente para merecerem morrer.
Aqui, cabe um parênteses para deixar algo, se não ficou até agora, claro: o Burnier era maluco.
Em 59, liderou o sequestro de 4 aviões. Motivo? Jânio Quadros não queria se candidatar à presidência da República - e o comunista Leonel Brizola poderia ganhar.
Óbvio, o troço foi um fracasso.
Isolados no Aeroporto de Aragarças (GO), o movimento não ganhou adesão e Burnier foi pedir asilo a... Bolívia.
Em 1961, Jânio Quadros o anisitou e ele não apenas voltou ao Brasil, mas também a Aeronáutica.
Fecha parênteses.
Voltando.
Sob pressão de um oficial de alta patente, Sérgio Ribeiro Miranda, o Sérgio Macaco, foi inquirido se concordava com o plano...
De acordo com o livro "1968: o ano que não acabou", sua resposta foi:
"Eu acho que os senhores não estão falando a sério. O que torna uma missão legal e moral não é a presença de dois oficiais-generais à frente dela, o que a torna legal é a natureza da missão"
Uma pausa porque isso foi bonito!
Por incrível que pareça, isso não fez Burnier desistir do plano. Ele insistiu com Sergio e ordenou para que, dois dias depois, ele arregimentasse os outros oficiais da Para-Sar para uma reunião.
Enfileirados, mais de 30 oficiais ouviram mudos o plano do Brigadeiro.
No final da exposição, perguntou aos 4 oficiais + graduados se eles concordavam com o exposto. Todos concordaram.
Crente de que Sergio cederia a pressão dos seus pares, Burnier refez a pergunta ao capitão e ouviu que sua ordem era: "imoral, inadmissível a um militar de carreira"
Ainda irritado com a situação, Sergio completou. “Enquanto eu estiver vivo, isso não acontecerá”.
Aos gritos, Burnier mandou o oficial calar a boca, e saiu da sala com seus 4 aliados.
Desesperado, Sergio tentou denunciar os planos ao Ministro da Aeronáutica...
No entanto, foi barrado ainda na ante-sala.
Recorreu então ao Brigadeiro Délio Jardim de Matos, de quem havia sido assessor. Diante da gravidade da denúncia, Jardim de Matos apelou ao Brigadeiro Eduardo Gomes, patrono da Aeronáutica - e responsável pelo doce brigadeiro.
Como a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco, o homem que impediu o Rio de Janeiro de virar uma bola de fogo passou 25 dias preso e respondeu a três inquéritos sigilosos em 1968: na FAB, no Serviço Nacional de Informações (SNI) e no Ministério da Justiça.
Terminou absolvido em todos.
Em um dos processos, 37 oficiais corroboraram ao brigadeiro Itamar Rocha a versão de Sérgio Macaco.
Itamar Rocha concluiu, em relatório, que era "nítida e insofismável a intenção do brigadeiro Burnier de usar o Para-Sar como executor de atentados"
Vale salientar que este caso só chegou onde chegou porque o patrono da aeronáutica interviu.
A despeito disso, com a vigência do AI-5, Sérgio foi reformado e teve sua patente cassada em 1969.
Passou o resto da vida vivendo com dificuldades, graças a pressão que o governo fazia em cima dos seus empregadores.
Sergio Ribeiro Miranda de Carvalho morreu em 1994 de câncer.
A fibra, coragem e espírito cívico do capitão Sérgio fizeram com que ele se tornasse o brasileiro a mais salvar vidas na história deste país.
Se Bolsonaro quer ser Ustra, eu sou Sérgio Macaco.
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“Daí vai vir um cara em cada avião para defender que EU tenho que andar de bike nesse Sol?”
Por culpa da Azul, tive uma conexão de quase 12 horas em Belém, sede da COP-30.
Aproveitei o tempo para encontrar um amigo que mora desde o início da adolescência na capital do Pará e perguntar o que ele acha disso tudo. As respostas dele me deixaram reflexivo 🧵
Fomos almoçar e eu tive a oportunidade de experimentar um bife de búfalo. Para quem acha exótico, o gosto não é diferente do bife de boi.
De entrada, pedimos um pouco de cada uma das iguarias regionais.
E de sobremesa fui num creme de cajá.
Tudo isso acompanhado de um drink feito com, dentre outras coisas, a famosa cachaça de jambu, um xarope de cupuaçu e cajá.
Tudo muito bom.
Meu amigo me contou que não acredita que o evento será um fracasso, mas algo mais próximo do que foi a Copa do Mundo: as coisas vão acontecer, mas muitas das obras prometidas devem ser entregues com atraso — ou nunca. Especialmente aquelas que não são essenciais ao funcionamento do evento e que seriam os grandes legados para a cidade.
E não prometeram pouca coisa. São obras que somam incríveis R$ 7 bilhões — valor que supera o orçamento da própria prefeitura.
🚨 COMO ECONOMIZAR HORRORES NO SEGURO VIAGEM INTERNACIONAL
Já deixa a tua curtida porque isso aqui não tem nada a ver com o seguro do cartão.
É pra você, despossuído, que quer viajar, mas não quer correr o risco de morrer e não ter como arcar com o translado do corpo 🧵
Muita gente parece ter descoberto nas últimas semanas, que se você morrer lá fora o translado do seu corpo é algo caro - e que sua família arcará com os custos.
Exceto você tenha um seguro!
O problema é que a maioria dos seguros vendidos no Brasil são caros e com coberturas não tão altas.
No post abaixo (onde eu descobri o bizú), o autor comenta como as coberturas aqui são ridículas e, que, ele uma vez sequer conseguiu achar um seguro-saúde ilimitado como um contratante seu em outro país exigia.
— Ministério incendiados;
— Servidores evacuados às pressas;
— Catedral vandalizada;
— 49 feridos — entre eles, 8 policiais.
Essa foi a “manifestação” organizada pela CUT e pelo PT para tentar derrubar o governo Temer.
🧵 Um fio sobre o 8/1 da esquerda:
Não era a primeira vez.
No final de 2016, protestos contra o Teto de Gastos já haviam deixado um rastro de destruição. Vidraças quebradas, fogo no Ministério da Educação e até um carro da Record virado sob os gritos de “Ocupa tudo contra a PEC do fim do mundo”.
Mas o que ocorreu em maio de 2017 fez tudo isso parecer brincadeira de criança.
O ato, convocado pelo PT, CUT e outras centrais sindicais e partidos de esquerda, seguiu o roteiro de costume: começou com palavras de ordem e terminou em violência generalizada.
Os atos violentos de 8/1 poderiam ter sido evitados?
Nessa thread eu fiz uma linha do tempo com os alertas enviados para o General G. Dias, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e amigo pessoal de Lula há 20 anos.
A conclusão é sua.
6/1/2023 - 19h40
ABIN envia relatório ao Gen. G Dias, chefe do Gabinete de Seg. Institucional, afirmando que caravanas estavam se deslocando até ao DF com intenção manifesta de invadir o Congresso.
7/1/2023 - Manhã
ABIN informa ao G. Dias que 105 ônibus chegaram em Brasília com um total de 3.900 passageiros.
Agentes de inteligência ainda dizem que convocações para ações violentas e invasão de prédios públicos se mantém.