Porque a criação de um porto na comunidade de Cajueiro em São Luís é mais problemática do que um símbolo de desenvolvimento para o estado: a thread
(Baseado no texto da reportagem do projeto Terra de Resistentes) infoamazonia.org/pt/2019/04/bes…
(Baseado no texto da reportagem do projeto Terra de Resistentes) infoamazonia.org/pt/2019/04/bes…
Em São Luís, capital do estado do Maranhão, está sendo realizada a obra de um porto para transporte de grãos, combustíveis e minérios. Este porto une Brasil e China a casos de violência contra populações rurais, dribles na legislação e suspeita de grilagem de terras.
Os caminhões chegam para desabrigar pessoas e os tratores para destruir o que ainda havia de floresta amazônica. O vermelho do chão escorre com as chuvas, soterra manguezais e a esperança de quem é expulso de suas terras.
Segue o link do video que mostra o desmatamento de cajueiro:
O porto tem como objetivo o desenvolvimento, por isso as empresas China Communications Construction Company e WPR – São Luís Gestão de Portos e Terminais erguem seu porto. Cargas ali embarcadas chegarão mais rápido e com menor custo ao país asiático, cruzando o Canal do Panamá.
Agora vamos às problemáticas e porque estamos pedindo uma resposta do @GovernoMA e @FlavioDino
@GovernoMA @FlavioDino 1-A região tem outras riquezas, como florestas e manguezais cuja conservação é fundamental para a reprodução e a sobrevivência de inúmeras espécies de peixes, caranguejos, outros animais e plantas.
2-O porto também atenderá ao aumento da produção de grãos na região Nordeste, em uma grande área conservada de Cerrado pontuada por pequenos produtores, indígenas e descendentes de escravos (quilombolas). Metade do bioma já foi eliminado, especialmente pelo agronegócio.
3-Apesar da posse coletiva concedida em 1998 aos moradores do Cajueiro, as terras onde o porto é construído foram compradas pela WPR – São Luís Gestão de Portos e Terminais no período eleitoral de 2014, em uma negociação com a BC3 HUB Multimodal Industrial
4-Um possível esquema envolvendo a falsificação de documentos para a tomada de terras de comunidades na zona rural de São Luís é investigado há mais de 2 anos.
5-No meio disso tudo, a comunidade do Cajueiro luta para manter seu modo de vida. Moradores denunciam desde 2014 a destruição de casas e de roças, ameaças de jagunços e toda sorte de dificuldades para seguir pescando e plantando. Seguranças armados circulam pelo povoado.
Um morador conta que o acesso às praias se complicou e a quantidade de peixes diminuiu com a obra do porto. “Antes, tínhamos aqui no Cajueiro peixe e praia perto da gente. Há anos, a situação só piora. Ninguém nos apoia”
6-Cerca de 2.500 pessoas viviam no território do Cajueiro. Na área de impacto direto das obras, caiu de 250 para 50 o número de moradores desde o início da empreitada, em Março de 2018. Em 2017, cinco pessoas foram ameaçadas de morte, três da mesma família.
7- Os moradores do Cajueiro esperam a criação da Reserva Extrativista de Tauá Mirim desde 2003, onde poderiam ser assentados e manter seu modo de vida. Eles têm sido indenizados e removidos individualmente para a construção do porto, despedaçando o que um dia foi uma comunidade.
