Thread by @movimentopoema

A teoria econômica ortodoxa é uma palhaçada

“Uma mentira repetida mil vezes se torna verdade”.

Segue a thread:

Se por um lado a frase é atribuída controversamente ao ministro de propaganda nazista Joseph Goebbels, também há quem defenda que não há discursos, livros nem textos onde a frase pode ser originalmente encontrada.
bit.ly/2Nxmp8h

Se a autoria de uma simples frase sobre verdades e mentiras é suspeita de ser um boato de internet, o senso crítico deve ser ainda mais reforçado quando falamos de teoria econômica.

Mais do q a simples e pura repetição exaustiva, a ortodoxia econômica se vale da distorção de métodos científicos p defender interesses de poucos, bem como de amplos mecanismos de divulgação e imposição ideológica.
É importante lembrar q a Economia Política é uma ciência social.

Quando no século XIX ganhou força a problematização do conflito de classes e a visão de que o trabalho é a fonte da criação da riqueza na sociedade, as classes dominantes enxergaram a necessidade de reformular a Economia, +

eliminando ou diminuindo seus aspectos políticos, sociais e históricos, e transformando-a quase em uma (pseudo)ciência exata baseada em premissas pobres e em utilização seletiva de discursos de autores “respeitados”.

A+ importante dessas premissas é a visão superficial da natureza humana, uma distorção na ideia darwiniana (seleção natural) na qual o homem é um ser racional e competitivo q visa exclusivamente a maximização de seus interesses individuais, e ficou apelidado de “homo economicus”.

Para isso precisaram ocultar que o próprio Darwin defendeu que comunidades humanas se desenvolvem mais se houver cooperação e compartilhamento em seu livro de 1871 “A Descendência do Homem”.
bit.ly/2KZFb6N

Quando a mídia de massa publica sobre economia, o “mercado” deixa de ser o objeto de estudo da ciência econômica, para ser a voz das instituições financeiras. Como esses discursos são ideológicos disfarçados de ciência, erram com frequência.

E se no dito popular errar é humano, persistir nesse erro não é burrice, mas uma defesa de interesses burgueses. Paradoxalmente, seus erros não são problemas.

A grande mídia valida seu discurso e alça o “mercado” a uma categoria religiosa, um deus bondoso que promete farto consumo para todos, mas que ameaça com sérios castigos quem não segue ou sequer coloca em discussão seus mandamentos e dogmas.

O estado também tem um papel fundamental nisso. O Banco Central divulga semanalmente o Boletim Focus.
bcb.gov.br/controleinflac…

No item 23 da seção de perguntas frequentes sobre expectativas de mercado, o BACEN afirma que “o Relatório Focus não traz projeções do BCB, mas expectativas consolidadas dos agentes de mercado”,

e completa no item 9: “projeções elaboradas por instituições que atuam no mercado financeiro, tais como bancos, gestoras de recursos e consultorias e, em alguns casos, empresas do setor real”.

Só em 2019, o Boletim Focus reduziu por 20 semanas seguidas a previsão de crescimento do PIB.
bit.ly/30H2veY

Há exemplos também fora do Brasil. Conselho de Assessores Econômicos dos EUA publica anualmente o Relatório Econômico para o Presidente.

O órgão já errou tanto em suas estimativas que até é possível encontrar um “working paper” (doc de pesquisa que não necessariamente representa a opinião da instituição) explorando o problema, chamado Sobreajuste em Estimativas Econômicas Baseadas em Julgamentos.

O Caso das Projeções de Crescimento do FMI.

bit.ly/2MLjFEX

Quando falamos de FMI e Banco Mundial, o buraco é mais embaixo. Essas instituições são utilizadas como instrumentos de poder pelos EUA em uma “Guerra Não Convencional”.

como diz o subtítulo de um documento do Forças de Operações Especiais do Exército vazado pelo Wikileaks em 2008, chamado Manual de Campo (FM) 3-05.130.

file.wikileaks.org/file/us-fm3-05…

Tal vazamento desmente a narrativa de o FMI e Banco Mundial serem instituições isentas que visam o desenvolvimento da economia mundial.

Finalizamos a thread com um belíssimo recado da professora Maria da Conceição Tavares para os jovens economistas, reivindicando o resgate da economia política e a necessidade de empregá-la para melhorar a vida das pessoas: