1/20. (Siga o fio). Os Relatórios de Acompanhamento Fiscal (RAF) são recheados de números sobre a conjuntura macrofiscal, além de trazer informações orçamento. A seguir, comentamos os principais pontos de cada uma das 3 seções do RAF de setembro. www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream…
2/20. Contexto Macroeconômico. A recuperação do PIB é lenta, mas já vem ocorrendo desde o último trimestre de 2016. No ritmo atual, demorará a que retomemos o nível pré-crise, como se pode observar no Gráfico 1 do RAF.
3/20. Contexto Macroeconômico. PIB pela ótica da demanda e da oferta, no 2º tri: consumo das famílias (+0,3%); formação bruta de capital fixo ou investimentos (+3,2%); indústria (+0,7%); serviços (+0,3%). O acumulado (área cinza), mostra serviços com o melhor desempenho relativo.
4/20. Contexto Macroeconômico. O quadro conturbado da Argentina é fator de risco importante para o fragilizado processo de recuperação da economia brasileira. Nossas exportações para a Argentina estão caindo 40% até agosto. O quadro abaixo resume a composição da balança.
5/20. Contexto Macroeconômico. Sobre a evolução da indústria, o PIB do segundo tri ainda representa patamar 11,7% inferior ao registrado no primeiro trimestre de 2014.
6/20. Contexto Macroeconômico. A evolução das contribuições setoriais para o PIB confirma a consistência do setor de serviços e as dificuldades ainda patentes no caso da indústria.
7/20. Contexto Macroeconômico. O gráfico baseado em 2014, no pré-crise, mostra que as exportações são o único componente bem acima do patamar observado naquele período, mas já há alguns trimestres mudou de direção. A contribuição do Consumo merece destaque, mas o ritmo é lento.
8/20. Contexto Macroeconômico. O número de desocupados ainda é muito elevado, mas há um sinal positivo no mercado de trabalho. A estatística de desalentados aponta certa inflexão. Mais pessoas voltam a procurar emprego, mas isso manterá a taxa de desemprego pressionada.
9/20. Contexto Macroeconômico. A relevância da MP 881 pode ser entendida por facilitar o ambiente de negócios no país, ao mesmo tempo em que incentiva o empreendedorismo e possibilita o incremento da produtividade. Os efeitos sobre o PIB, no entanto,
tendem a vir em prazo maior.
10/20. Conjuntura Fiscal. Os dados fiscais trazem algum alento quanto às receitas, que apresentaram evolução positiva, sobretudo em alguns itens da receita administrada. Como a base de comparação é baixa (greve dos caminhoneiros no ano passado), é preciso ter cautela.
11/20. Conjuntura Fiscal. No acumulado de jan-jul,
as receitas não administradas estão assim: R$ 88,6 bi (sem limpeza de fatores atípicos) e R$ 77,5 bi (com limpeza) em 2016; 84,3 bi e 81,6 bi em 2017; 103,8 bi e 95,5 bi em 2018; e R$ 110,5 bi e R$ 100,8 bi em 2019.
12/20. Conjuntura Fiscal. O lado das despesas apresenta a mesma dinâmica dos mesmos anteriores. Enquanto as despesas primárias totais caem a -0,9%, as despesas discricionárias apresentam queda de 18% entre janeiro e julho na comparação com mesmo período de 2018.
13/20. Conjuntura Fiscal. As despesas do Regime Geral de Previdência Social parecem estar sendo afetadas pela evolução mais contida de benefícios, como se pode observar na tabela elaborada a partir dos boletins da Secretaria de Previdência.
14/20. Conjuntura Fiscal. A comparação das despesas obrigatórias federais com as discricionárias sugere aproximação a um limite muito baixo para este último grupo. A IFI estima um nível mínimo de discricionárias, para 2020, da ordem de R$ 80 bilhões.
15/20. Conjuntura Fiscal. O resultado primário está estável em torno de -1,4% do PIB. A preservação e ampliação do ajuste fiscal dependem de mudanças efetivas no gasto obrigatório. Não apenas previdência. Melhora no gasto com juros ajuda dinâmica do déficit nominal (6,5% do PIB).
16/20. Conjuntura Fiscal. Dívida bruta segue avançando, assim como todos os outros indicadores divulgados pelo Banco Central. A boa notícia é que o custo médio da dívida e, sobretudo, o custo das novas emissões do Tesouro, estão caindo.
17/20. Orçamento 2020. A comparação dos parâmetros adotados no PLOA 2020 (Orçamento enviado pelo Executivo ao Congresso em agosto) ao mercado, IFI e FMI, mostra certa convergência, exceto juros. O acompanhamento do hiato do produto é importante para avaliar melhor esse quesito.
18/20. Orçamento 2020. Cotejamento entre estimativas fiscais do PLOA e da IFI mostra que o governo pode ter incorporado efeitos da cessão onerosa sobre as receitas líquidas. Este ponto será aprofundado em nossos próximos relatórios, sobretudo na revisão de senários, em novembro.
19/20. Orçamento 2020. O teto de gastos deverá ser cumprido. Os riscos aumentaram, mas estão concentrados no período 2021-2022. Há folga, conforme nossas estimativas, entre o teto calculado e as despesas projetadas. A incorporação da inflação mais baixa alterará esses números.
20/20. Orçamento 2020. O PLOA trouxe, pelo segundo ano consecutivo, o desequilíbrio entre as operações de crédito (R$ 1,8 tri) e as despesas de capital (R$ 1,5 tri) é calculado em R$ 367 bilhões. Isto é, está nas mãos do Congresso autorizar a execução de mais de 1/4 do Orçamento.
Extra: Orçamento 2020. Investimentos do governo federal são os mais baixos em 15 anos.

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Nov 1, 2021
Quanto a arrecadação cresce quanto o PIB cresce? Essa relação entre os dois indicadores é chamada de elasticidade. ImageImageImageImage
Neste novo estudo especial, os economistas Alessandro Casalecchi e @rbacciotti calcularam a elasticidade receita-PIB no curto e no longo prazos em dois casos diferentes: no caso de a economia operar abaixo ou acima de sua tendência de crescimento (economia aquecida x desaquecida)
No curto prazo, a arrecadação cresce 1,5% para cada 1% de aumento no PIB. No entanto, nas projeções de longo prazo, a arrecadação aumenta em um ritmo menor, a 0,9% para cada 1% de aumento do PIB.
Read 5 tweets
Oct 20, 2021
Crescimento do PIB, dívida bruta, teto de gastos e outros indicadores. A IFI revisou os cenários para os próximos anos no Relatório de Acompanhamento Fiscal de outubro. Leia o relatório em: bit.ly/2ZbUoew. Segue o fio:
PIB cresce 4,9% em 2021. Na projeção realizada em junho, previa-se crescimento do PIB de 4,2%. A revisão para 4,9% é justificada pelo aumento dos preços de commodities e pela recuperação do setor de serviços, motivada pelo avanço da vacinação da população contra a covid-19.
O resultado do primeiro semestre explica a estimativa mais alta. A expectativa de crescimento para 2022 no cenário base caiu de 2,3% para 1,7%, devido ao aumento da taxa básica de juros para conter a inflação, e outros fatores.
Read 6 tweets
Oct 7, 2021
O deputado Hugo Motta apresentou na manhã desta quinta-feira o relatório da PEC dos Precatórios (#PEC23_2021). Veja abaixo alguns pontos dos Comentários da IFI nº 13, de autoria de @FelipeSalto e @danielvcouri, sobre o novo texto. Leia em bit.ly/3ahyh8v.
Os gastos anuais com sentenças judiciais e #precatórios serão limitados pelo valor de 2016, corrigido pela inflação acumulada em doze meses até junho do ano anterior. É a regra aplicada à correção anual do teto de gastos.
Pelos cálculos da IFI, com essa mudança o espaço aberto no teto será de R$ 48,6 bilhões em 2022, conforme contas do RAF nº 56. Se essa regra for aprovada, a previsão é de pagamento de R$ 40,5 bilhões em #precatórios no ano que vem, de um total de R$ 89,1 bilhões.
Read 7 tweets
Mar 16, 2020
(Thread | RAF de março | 25 pontos) 1. A disseminação do coronavírus e o acirramento de disputas em relação ao petróleo geraram deterioração de expectativas na 1ª quinzena de março. Enquanto os governos preparam ações de política econômica, as projeções de PIB no são reduzidas.
2. Choques recentes vão interromper recuperação da atividade no país por meio de alguns canais: redução nas exportações e preços de commodities, restrição à importação de bens intermediários, volatilidade em ativos financeiros, e redução na arrecadação de royalties de petróleo.
3. Nesse sentido, preocupa a questão do desemprego, tendo em vista o elevado contingente de desocupados, de trabalhadores subocupados e de indivíduos desalentados no Brasil. A desigualdade pode subir mais e exacerbar conflitos sociais, aumentando a pressão por gastos públicos.
Read 25 tweets
Oct 14, 2019
1/25. (Siga o fio). Os Relatórios de Acompanhamento Fiscal (RAF) contêm números sobre a conjuntura macrofiscal, além de informações sobre orçamento. A seguir, comentamos os principais pontos de cada uma das 3 seções do RAF de outubro. www12.senado.leg.br/ifi/publicacoe…
2/25. Contexto Macroeconômico. As informações disponíveis sobre a atividade econômica (Gráficos 1, 2, 3 e 4 do RAF) sugerem que o PIB manteve um ritmo moderado no 3ºT. A projeção preliminar da IFI é de alta de 0,2% em relação ao trimestre anterior (e 0,7% ante ao 3ºT/2018).
3/25. Taxa de desemprego (com ajuste sazonal) vem recuando lentamente: de 13,1% em abril de 2017 para 12,3% em janeiro de 2019, 11,9% em julho e 11,8% em agosto (Gráfico 5).
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