Голодомо, do ucraniano, significa "morte por fome". o "genocídio ucraniano" como também é conhecido, foi um período (1932-1933) que assolou principalmente o território da ucrânia, cazaquistão e cáucaso do norte (regiões cerealistas) sob o governo de josef stalin.
antes de stalin, os camponeses e donos de terra destinavam (em %) suas colheitas:
• 15 — 20 para a venda
• 20 — 30 para a alimentação de animais
• 12 — 15 para o plantio do ano seguinte
• restante para consumo próprio
quando o governo soviético tomou as propriedades privadas rurais, ele alojou todas as pessoas que moravam no campo em kolkhozes (fazendas coletivas onde havia-se de entregar uma cota fixa da colheita para o governo soviético).
existiam cotas da produção a serem entregues obrigatoriamente em 1930, eram elas:
- 30% na ucrânia
- 38% no cáucaso do norte
- 33% no cazaquistão
a partir daí, a conta dos camponeses simplesmente não fechava. tornou-se uma escolha entre vender, alimentar os animais, guardar para o próximo plantio ou morrer de fome. desde então, surgiu um grave conflito entre os camponeses e o governo.
e então em 1931, as cotas subiram ainda mais:
- 41,5% na ucrânia
- 47% no cáucaso
- 39,5% no cazaquistão
e em 1932, as mesmas foram aumentadas em 32%.
a partir desse momento, haviam animais morrendo e pessoas vivendo em miséria. nessas condições, era inevitável, entre aquelas pessoas, que ocorressem roubos. roubos esses que eram feitos pelos próprios camponeses, do governo soviético.
para acabar com isso, o governo criou uma lei denominada "decreto sete-oito" ou "lei das espigas" que foi aprovada em 7 de agosto de 1932 (por isso "sete-oito") que permitia o fuzilamento de quem fosse apanhado com 3 à 5 espigas na mão, incluindo crianças a partir de 12 anos.
centenas de milhares de pessoas foram condenadas, e mais de cinco mil foram mortas.
apesar de toda a repressão do governo soviético, a produção não atingia a meta imposta. então, o governo envia para os kolkhozes investigadores para descobrir se há pessoas sabotando a produção.
não achando sabotadores, o governo soviético começa a fazer deportações em massa. só em 1933, mais de 268.000 pessoas foram deportadas. por fim, o governo comunista descobriu um meio de atingir a meta de produção: matar as pessoas de fome.
vyacheslav molotov, ministro das relações exteriores da união soviética na época, foi informado da fome na ucrânia e região, que redigiu uma carta escrevendo: "... nós bolcheviques, não podemos colocar as necessidades do estado, necessidades definidas com precisão pela resolução
do partido, nem em 10º, nem mesmo em 2º lugar."
dias mais tarde, uma ordem foi enviada ao campo: todo camponês que não antingisse suas metas, deveria ser despojado de todos os grãos que tivesse guardado em casa.
não havendo comida nos campos, as pessoas começaram a ir para as cidades em busca de alimento. o governo soviético exigiu que só quem tivesse o documento de citadino poderia entrar nas cidades. a gpu, que era como a kgb da época, se encarregou de fiscalizar a entrada das cidades.
cenas de canibalismo começam a acontecer. a este ponto chegam a ser recolhidos cerca de 250 cadáveres por dia das ruas de kharkiv. nota-se que alguns dos cadáveres não tinham mais fígado, que pareciam ter sido extraídos por meio de um grande corte.
a polícia deteve alguns dos "amputadores" que confessavam que com aquela carne, faziam o recheio do pirojki, que vendiam de manhã no mercado.
cerca de 40 milhões de pessoas sofreram com a fome e a miséria naquela época. mais de 6 milhões de pessoas morreram.
em 2015 a ucrânia aprovou uma lei que proíbe partidos políticos comunistas, e em 2019, aprovou outra, que equipara o comunismo ao nazismo.
e essa é a estátua em frente ao museu em kiev, na ucrânia, simbolizando as centenas de milhares de crianças que morreram no holodomor.
e você aí que fala que holodomor nunca existiu, muge do mesmo jeito que gente que fala que nunca houve ditadura militar no brasil. bando de coletivista arrombado.
referências bibliográficas:
PROKOPYSHYN, A. C. RIBEIRO, L. M. Holodomor: a desconhecida tragédia ucraniana. Grácio Editor, 2013.
𝘭𝘦𝘹 𝘮𝘦𝘳𝘤𝘢𝘵𝘰𝘳𝘪𝘢: o direito desvinculado das normas estatais
a thread
todos os dias, obedecemos a um vasto conjunto de normas não projetadas de forma intencional. podemos tomar como verdade que o grande amontoado de leis que governam as interações humanas não foi inventado e projetado por nenhum legislador.
muito pelo contrário, a lei emergiu sem um projeto centralizado. a lei evoluiu.