Muito me interessa a transposição de linguagens artísticas. Dentro do meu quadrado, faço contos baseados em letras de música. Já fiz uma do Stereophonics que amo, e outra do Marcelo Yuka que sairá em livro ainda este ano (link na thread). Agora estou fazendo "Hotel California".
Conto baseado na música "Memórias artesanais", do Marcelo Yuka. Tecnicamente, talvez uma das melhores coisas que já escrevi. Qualquer coisa, perguntana DM. medium.com/@o.bardo/mem%C…
Candidatos a vereador em São Gonçalo (RJ), a thread bizarra.
Então, como se nada pra fazer eu tivesse, fui olhar com carinho a lista dos 1055 candidatos a vereador de minha cidade, através do link disponibilizado pelo cronista @mariolimajr. Vamos para algumas curiosidades? (+)
São Gonçalo tem tradição em candidatos DE algum lugar: do bar, do gás, da van. Da van só tivemos três este ano.
Categoria profissional que mais tem candidatos? Professor. São 43 candidatos com professor(a) no nome. Depois tem o pessoal da saúde: 20 doutores e 23 enfermeiros. (+)
Evangélicos também gostam de cargos no legislativo, então temos 2 Bispos, 4 Missionárias e 19 pastores.
Ser "da família" atrai voto: são 16 tios e tias.
E os nomes? Difícil escolher os mais "diferentes", mas vou tentar. (+)
Tem um maluco que de vez em quando brota nas mídias de quem eu tenho uma gastura foda... Nem pela atuação dele como intelectual não, e sim como peladeiro. Se liga só: (+)
Joguei na seleção brasileira de escritores, o Pindorama FC. Rolou uma treta, o time meio que se dividiu, e a gente manteve o time de escritores aqui no Rio. De vez em quando recebendo amigos de fora, como o grande volante @juniaoo - pra mim, que sou zagueiro, é um alívio. (+)
Pois bem. Fizemos um jogo na UERJ contra o time de lá, no evento "UERJ Resiste", e o finado Écio Salles convidou esse brother. Chegou cheio de firula, chuteirudo master, e mandou: "jogo em qualquer posição". (+)
O que esperar do livro de contos? Bom, ultimamente tenho flertado mais com horror... Mas no geral gosto de escrever contos "desconfortantes", uma linha mais "weird".
Na thread vou publicar um conto que não vai entrar no livro, mas é um bom exemplo. Segue aí. (+)
Foi publicado em uma coletânea da @FlupRJ em homenagem a Martinho da Vila. A canção que me coube foi "Disritmia", e é óbvio que eu a estraguei. :)
Meus contos seguem uma linha bem diferente do "Macumba". O romance é uma manifestação artística diferente - ainda mais este, escrito com a intenção de enriquecer um pouco mais o debate sobre racismo religioso.
O primeiro escritor que vi na minha vida foi Dias Gomes. Como eu gostava muito de ler, a minha tia me levou a um lançamento do livro "Apenas um subversivo", no Clube Português de Niterói. Muita pompa e circunstância, gente chique e prosecco. (+)
Todos os elementos que corroboravam o que todos diziam: como eu, de onde vinha, queria ser escritor? Eu já tinha buscado o concurso-emprego fixo-contracheque tão almejado pelas classes mais baixas. (+)
Mas eu era escritor. O quem eu sou era muito mais forte do que o "de onde venho" - geográfica e socialmente.
O tal do "emprego fixo" era - e é! - o meu "Daily Planet", terno óculos datilografia e contracheque. Minha rede de segurança lá embaixo. (+)
Há alguns anos utilizo um pseudônimo para escrever contos de amor em São Gonçalo. Depois de alguns questionamentos pessoais e conversas com amigos, Damiana Duarte morre hoje, e assinarei seus textos como Rodrigo Santos. Por quê? Segue (+)
Em 2016, meu amigo e ativista cultural André Correa me convidou para fazer uma coluna sobre cultura em um jornal de circulação limitada. De saco cheio de fazer coluna sobre cultura, quis fazer literatura, e decidi fazer um romance folhetinesco. (+)
Mas o jornal era daqueles com doze páginas de propaganda e três de texto, sem distribuição periódica definida (nem regional), então não ia funcionar. Escolhi então fazer contos curtos.
Minha verve nos contos é outra. Gosto de escrever textos que desconfortem o leitor. (+)
#ThreadPoema (se flopar é porque é ruim, e eu apago mesmo)
COM A PEDRA QUE ONTEM ATIREI
De manhã cedo
Quando eu desço a ladeira
Cabeça cheia, bolso sem um puto
Mas teço cada passo sorrindo
E levo o meu coração
na sola do pé
Porque sou amigo do Zé.
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Na rua da amargura
Eu não ando sozinho
Quem me protege não descansa jamais...
E eu nem me espanto mais
Com o balanço da canoa
Fico de boa
Porque sou amigo do Zé.
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A mão que estende ao pobre,
O fraco, o nobre; mãe, madrinha,
Ajuda o cego na estrada
E o aleijado na linha.
Malandro da linha das almas,
Boêmio da madrugada!
Esse é meu amigo Zé.
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