Thread by @Oledobrasil

Falar da seleção brasileira de 2002 é como falar de um parente muito querido. Eu sinto tanta saudade daquele time, que parece que fiz parte dele. Afinal, aquela equipe era a cara do brasileiro.

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Desacreditada, foi à Copa através de uma classificação sofrida e com uma pressão poucas vezes vista. Apesar de todas as críticas, a família Scolari não parava de sorrir. O samba tinha que continuar e seguia firme no vestiário.

Os ensinamentos de Zeca Pagodinho estavam tão presentes quanto os de Felipão. Era a cara do Brasil, definitivamente.

Havia tanta genialidade e vontade escondidas atrás de todo aquele momento negativo, que uma hora o monstro sairia da jaula. Contudo, antes da Copa, pouca gente podia enxergar. Mas veja:

- Tinha, simplesmente, um santo no gol. Sem falar nos reservas, que eram gênios. Jogariam em qualquer time do mundo.

- No futebol de hoje, os laterais daquele time disputariam a Bola de Ouro.

- Zagueiros-zagueiros. Faziam as canelas chorar e a bola sorrir.

- Volantes sem fama, mas que não fugiam do jogo e jogaram muito.

-Do meio para frente, Rivaldo, R10 e Ronaldo. Para marcar esse trio, só jogando com 22. Rivaldo gênio de sempre. Ronaldo craque, frio e decisivo de sempre. E o mundo vendo Ronaldinho evoluir para virar o que virou

Com esse time, o penta estava garantido desde o primeiro minuto, mas o torcedor brasileiro só se deu conta disso depois do segundo gol contra a Alemanha.

Ainda saímos perdendo na estreia, só para parecer que essa seleção fantástica falharia. Mas no fundo a gente sabia que daria certo.

Até quando parecia que tudo daria errado, como contra a Inglaterra, a gente sabia que tudo daria certo. Aquele gol do Ronaldinho!

Na semifinal, contra a Turquia, Ronaldo tatuou o bico na bola e encaminhou a classificação. Depois, o jogo foi para os pés de Denilson, que segurou o time turco inteiro, numa das maiores perseguições da história do esporte.

Com tanto futebol nos pés, Ronaldo não precisava cortar o cabelo igual ao do Cascão para chamar a atenção ou desviar o foco, mas graças a Deus o fez. Aquele corte foi, sem dúvida, uma das maiores invenções da humanidade, comparável ao ar condicionado e à decisão por pênaltis.

A final era a que tinha que ser: Brasil x Alemanha.

Kleberson meteu bola na trave no primeiro tempo. Marcos salvou no segundo numa cobrança de falta. Depois, Rivaldo soltou a bomba e o eleito Craque da Copa (risos) soltou a bola. No pé de Ronaldo. 1 a 0.

Jogo na mão. Kleberson arrancou pela direita, cruzou para o corta-luz de Rivaldo e o gol de Ronaldo. Aí cada brasileiro virou Galvão Bueno. Loucura total.

O País parou até o apito final. E explodiu depois dele. As ruas foram tomadas. A única lei vigente era a que obrigava o torcedor a comemorar o penta.

Com tanto jogo de madrugada, ninguém sabia mais o que era noite e o que era dia. Ninguém dormia direito. Mas todo mundo estava lá, firme e forte, comemorando. Foi épico.

Cafu subiu no ponto mais alto do mundo e levantou a taça.

O pagode da seleção continuou. Era zoeira o tempo todo, até nos momentos difíceis. Imagina depois do título!

Alemanha saía chorando. Vampeta descia rolando.

Era o Brasil sendo o que é até hoje: o maior campeão de futebol da história.

Quem viu, viu. Quem não viu, não vai ver nada igual. Aquela seleção não era normal.