Atenção: governo da Nicarágua anunciou que entrará em cadeia nacional de rádio e TV para um pronunciamento do presidente Daniel Ortega.
Se for isso mesmo (e ao vivo), transmissão marca o reaparecimento de Ortega após 34 dias sem ser visto - suspeitou-se até que tivesse morrido.
Se for isso mesmo (e ao vivo), transmissão marca o reaparecimento de Ortega após 34 dias sem ser visto - suspeitou-se até que tivesse morrido.
Embora o comunicado peça para as TVs estarem atentas a partir das 14 horas de Manágua (17 horas no Brasil), a transmissão ficou para o final da tarde de lá, então ainda não vimos Ortega.
Contamos sobre o sumiço de Ortega (e a frouxa resposta da Nicarágua ao coronavírus, que age como se a pandemia não afetasse o país) em nosso vídeo de estreia no youtube.
Ortega aparece pela primeira vez desde 12 de março.
Aqui a transmissão ao vivo do pronunciamento daquele que havia desaparecido por 34 dias em plena pandemia. pscp.tv/canaltn8/1lDxL…
Talvez fosse o caso de segurar um jornal do dia para ninguém duvidar que é ao vivo mesmo.
Daniel Ortega acaba de perguntar PARA QUE SERVEM AS BOMBAS ATÔMICAS diante do vírus. Por enquanto, pronunciamento é um oceano de platitudes.
Ortega reafirma os números questionados do governo sobre a pandemia. Diz que, desde que se decretou pandemia em 11/3 até o dia de hoje (citou a data, 15/4, para quem duvidava que o vídeo era mesmo ao vivo e de hoje), foram 1.237 mortes na Nicarágua e apenas uma por covid-19.
Ortega atribui o "lento avanço" do coronavírus na Nicarágua às políticas do governo de distribuir panfletos de porta em porta com orientações de como se prevenir. Nicarágua, porém, não tomou qualquer outra medida concreta: não interrompeu aulas nem fechou fronteiras, por exemplo.
Oficialmente, a Nicarágua registra 9 casos de coronavírus e 1 morte pelo covid-19. Diante da falta de medidas, números são desacreditados pela comunidade internacional. Honduras, Costa Rica e El Salvador, os países imediatamente ao seu redor, acumulam 1.204 casos e 41 mortes.
Vale lembrar, ainda, que Cuba diz já ter quatro casos importados da Nicarágua, que nega tudo.
Seguindo a retórica ultrarreligiosa do governo, Ortega diz que a pandemia é um "sinal de Deus" para que a humanidade pare de gastar dinheiro em bombas e armas.
Ortega pede uma "refundação das Nações Unidas" e seus instrumentos "decrépitos" para que os recursos sejam colocados "onde devem ser colocados".
Fala de Ortega termina após cerca de meia hora. Foi a primeira aparição do presidente da Nicarágua em 34 dias. Com semblante abatido, Ortega não trouxe novidades, limitando-se principalmente a exaltar a resposta de seu governo à pandemia e a criticar a comunidade internacional.
Sem listar medidas concretas em seu país além da distribuição de panfletos de conscientização ou mesmo explicar seu sumiço de mais de mês, o cerne da fala de Ortega foi tratar a pandemia como uma mensagem para que o mundo pare de gastar em armas e Exércitos e invista na saúde.
