Thread by @religiaosincera

[RACISMO RELIGIOSO A THEARD]

#40tenaDoAxe
Racismo como pilar da "intolerância religiosa"?

Para abrirmos a discussão, deixarei um conceito com vocês - o etnocentrismo -, que consiste na sensação de um grupo étnico considerar que sua cultura, ou seu povo+

é superior a outra etnia e sua cultura. O etnocentrismo flerta com o racismo.

Com a colonização do território brasileiro, os portugueses encontraram as práticas culturais, de vários grupos indígenas diferentes, que já residiam aqui. Os portugueses, alimentados pelo etnocentrismo e sua fé cristã, sentiram-se na obrigação de apresentar a esse novo povo

atrasado (os índios) uma cultura diferente, superior ao que os mesmos acreditavam.
Assim, usando e abusando desse senso de superioridade e essa depredação cultural racista e alimentados pela sensação cristã de que eram "enviados de Deus para salvar um povo",

além da centralização de poder por meio da religiosidade, começaram as campanhas de catequização indígena... E, aqueles que não aceitavam reivindicar as suas crenças consideradas atrasadas e repugnantes, eram mortos.

Com a introdução dos africanos no território tupiniquim (Brasil), o racismo e o etnocentrismo, antes já vigentes com os indígenas, passou a se intensificar com os africanos e suas práticas religiosas e culturais. Vale lembrar que um pilar de uma etnia, de um povo, sempre será a

sua cultura (que anda junto com a sua religiosidade), logo, a invalidação de toda uma raça e suas crenças, além de um ato pecaminoso contra a pluralidade racial, é também, o ultraje da crença que aquele povo propaga e crê; racismo religioso.

Para os europeus (portugueses), os povos indígenas e africanos eram inferiores, suas crenças eram atrasadas assim como também eram aqueles que a propagavam, e deveriam ser extintas, expurgadas, jogadas ao esquecimento.

Um ato racista violento que prevaleceu durante todo o Brasil-Colonia e que se tornou estruturado socialmente durante o Brasil Monárquico, e o Brasil República (nos quais conhecemos até hoje).

Durante o Brasil República que na constituição de 1891 passou a ser um país laico, separando a Igreja Católica do estado, logo no primeiro código penal republicano, no artigo 157, já proibia "praticar o espiritismo, a magia e seus sortilégios(...)".

Daí então, já entendemos, que essa "laicidade" era falsa, já que os praticantes de "magia e espiritismo" eram perseguidos, associados assim as práticas negras. Era institucional a perseguição aos Candomblés e macumbas

O racismo impregnado institucionalmente de forma velada, já era comumente tratado na comunidade brasileira, que repugnava e temia aos "MACUMBEIROS" - como eles chamavam- e, ainda com esse sentimento de superioridade sobre os negros.

o racismo religioso passou a se tornar cada vez mais enraizado durante o século XX.
As ações racistas contra as religiões de matriz africana vão de um medo comumente retratado (que lhes é imposto socialmente), passa pelo "olhar torto" aos praticantes que saem

na rua usando o branco e os fios de conta, e chega ao seu ápice com as ofensas, injúrias e agressões físicas. O medo, o "temer" as religiões de matriz africana é racismo sim, é algo imposto, de senso comum, que precisa ser desconstruído. O medo sem fundamento, de quem nem sequer

conhece as práticas, anda junto com o medo do preto de casaco na rua, ou em achar que o cabelo da preta é "ruim". É algo que está tão enraizado, foi tão bem propagado por meio de uma campanha supremacista étnica e cultural, que se tornou comum, e, pouco discutido.

Até porque, é engraçado terem tanto medo das religiões de preto sem nem conhecerem um terreiro, mas, acharem lindo e não temerem as igrejas e toda a fé que a mesma propõe. É a relação da superioridade do opressor.

Usar o termo "intolerância religiosa" e não associar diretamente tais práticas de ódio ao racismo, é tentar tratar dos "sintomas", e não da doença que é o racismo religioso e o racismo estrutural na nossa sociedade. A intolerância religiosa é consequência, é continuidade do

do racismo religioso (que ainda nos assombra), do etnocentrismo enraizado na nossa sociedade, que crescemos em considerar práticas "ruins", "erradas", "desevoluidas" e "atrasadas". Tais práticas, que curiosamente, são majoritariamente pretas.

O racismo religioso é o pilar da intolerância religiosa, e é um mal que precisa ser combatido.
Então sim. O preconceito as práticas NEGRAS E INDÍGENAS é consequência de um racismo estrutural, são atitudes racistas e que devem ser discutidas.

O racismo está totalmente relacionado a falta de aceitação das religiões de matriz africana e nativas indígenas. Nossa fé é "coisa de preto", que precisa ser aceita.

A intolerância religiosa são as atitudes de injúria, de ódio, que atacam diretamente a religião. Como ofensas, depredações, agressões e etc. O racismo religioso (que é a causa da intolerância religiosa) age de forma estruturada na sociedade, como no medo sem fundamento

de evitar namorar com o afro religioso, do afro religioso ter medo de se assumir da religiosidade e, principalmente, no desconhecimento da religião em achar que a mesma é "ruim".

Esses são os conceitos, são diferentes, mas precisam ser entendidos como: a intolerância é a forma mais brutal de lidar com as práticas afro religiosas e é causada pelos vestígios das heranças racistas religiosas.

Esse é conceito.

Essa theard foi feita em parceria com o nosso amigo/seguidor @_doblues

📸 : Gente eu n sei de quem é a foto, quem souber me avisa para dar os créditos.

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