Os jogadores são humanos. Têm receios, incertezas e, como é óbvio, preocupam-se consigo próprios e com as suas famílias. Nada de anormal aqui.
Vivem, como todos nós, um período de excepção, no meio de uma pandemia turva e sem fim à vista.
Ao fim de 3 meses, jogaram um jogo a sério. Empataram.
No regresso a casa, actualmente o espaço mais seguro do Mundo (na cabeça de quem vive neste desconhecimento científico), são apedrejados. Pânico, terror e mais medo a juntar ao q já vivem. Há estrangeiros entre as vítimas.
Quando pensavam que este pesadelo não podia piorar, a pessoa responsável por eles, resolve "apertar e puxar-lhes as orelhas", porque, ao fim de 3 meses e no 1º jogo no meio da pandemia, empataram. Empataram um jogo.
A pessoa q deve 600M aos bancos, com condenações no seu cadastro estadista, q dirige um clube onde as instalações foram usadas para tráfico e q alegadamente está ligado a outras práticas ilegais, "puxou-lhes as orelhas" após terem sido apedrejados. E isto porque empataram.
Finalmente, podiam regressar a casa. O espaço que é deles e daqueles por quem jogam e trabalham: a família.
Mas, chegados a casa, à porta de casa, o terror continua. Há ameaças e avisos escritos à sua porta, a escassos metros onde repousam mulher e filhos.
A assinatura é tão clara como a mensagem. Os mesmos que os apedrejaram foram mais longe e mostraram o quanto desprotegidos estão os jogadores e suas famílias. Tanto vão a um autocarro, centro de treinos como, imagine-se, vão à sua casa. E isto tudo porque empataram.
O aviso é sério? Só pode. São a "ala radical", escrevem, a medo, os poucos jornais. Aquela ala q atropela, mata, lança foguetes para cima de multidões ("folclore", dizem os porcos), q monta ciladas de 20 para 3, e que ainda glorificam os actos através de cânticos e tarjas.
E tudo isto no meio do regozijo generalizado dos restantes adeptos do clube que apoiam e com a consentimento das autoridades e da comunicação social avençada e cartilhada. Impunidade.
Nas TVs, já se ameniza estes actos. Pelos vistos, atirar pedras é um fenómeno global e ir a casa das pessoas ameaçá-las é algo que "todos fazem".
O fazer? Ir à polícia? À Direcção? Aquela direcção, minutos antes lhe "puxou as orelhas" porque empataram, a direcção q é ladeada pelas mais altas figuras do Estado, Justiça e Segurança e q paga aos maiores advogados para defenderem um membro da "ala radical" por assassinato?
Meus caros, haverá pouco fazer. Vocês estão sozinhos.
Há, no entanto, uma coisa que podem fazer.
Peço-vos, por favor, não se deixem empatar...
#PaísErradoParaGostarDeFutebol