A injustiça social baseada na classe social (1) e muitas vezes no tom de pele (2) é um problema sério em Angola. Os agentes da Polícia Nacional, por exemplo, usam dois pesos e duas medidas, dependendo de quem é o visado. Segue a thread 👇🏾:
Há um vídeo a circular - que não partilho aqui por questões éticas - em que uma senhora, algures em Luanda,confronta agentes da Polícia Nacional após os mesmos, segundo se consegue perceber, terem apreendido a chave da sua viatura pelo cometimento de uma suposta infração.
Num vídeo de aproximadamente 10 minutos, é possível ver uma senhora - talvez fora do seu juízo perfeito - a desafiar os agentes da ordem de todas as formas e feitios, exigindo que os mesmos fizessem a devolução da chave do seu carro de modo imediato.
A senhora foi tão longe ao ponto de ter dado um ‘soco’ no peito do agente a sua frente que não reagiu, alimentado pelos conselhos dos seus colegas que incentivavam aquilo que eles decidiram denominar “show” para que tivessem mais provas contra a senhora.
Trago aqui esse caso para demandar uma reflexão sobre os dois pesos e duas medidas que os nossos agentes da ordem utilizam para fazerem a sua intervenção, mediante quem são as pessoas visadas.
O tempo de explicação e compaixão dado aquela Sra do vídeo foi um tempo que certamente não foi dado à Juliana Cafrique, zungueira do RP morta por agente da PN em Março do ano passado, nem tão pouco à Flora José, a zungueira morta antes de ontem (06) na Huíla.
Essa é só uma analogia para sublinhar os nossos níveis de injustiça social baseados na classe social e as vezes, e muito frequentemente, no tom de pele.
A senhora do vídeo que desacatou a polícia não teve uma repreensão séria e devida por causa da sua classe social e muito provavelmente do seu tom de pele. A Juliana Cafrique, a Flora José e tantas outras, morrem nas mãos da polícia por serem pobres.
E ISTO TEM DE ACABAR!
