A censura constitui caso de crime tão ofensivo que transcende o mero delito, tornando-se um cerceamento do próprio espírito humano e, como tal,
abjetamente bárbaro no controle de nossa capacidade
de expressar nossa capacidade intelectual e criativa.
Não cales o que sabes nem guardes para ti
aquilo que tens a dizer, pois ninguém tem culpa pelo fato de ter falado, pois é ao que escuta
que incumbe tirar todo o proveito disso.
Na história brasileira recente observamos a torpeza da censura em ação – e sua
inevitável e maravilhosa incapacidade de controle absoluto do pensamento, ainda que
munida das ferramentas da violência e da estupidez.
Esse tipo de controle, através da negação de acesso, possui um adicional confortável ao PCC – é completamente silencioso. Nenhuma mensagem de “proibido” é gerada – o acesso ao conteúdo apenas falha, como um erro técnico qualquer.
Na prática, é como se o destino nunca estivesse no ar. A censura fica oculta – e, assim, não causa nenhum mal-estar nos usuários mais incautos.