1/ Depois da cloroquina, o placebo político da hora é a #ivermectina. Segundo os testes científicos disponíveis (in vitro), a quantidade de ivermectina a ser usada para matar o coronavirus teria que ser equivalente a 176 comprimidos (Lamti-UFPB, apud. BDU/Monash Univ. Australia). 
2/ Como será apurada, no seu devido tempo, a responsabilização cível e criminal de profissionais que endossam/distribuem publicamente medicamento não comprovado, criando uma onda de sensação de falsa imunidade contra um virus pandêmico, sem quaisquer esclarecimentos e restrições?
3/ É claro que toma quem quer, mas é obrigação dos profissionais de saúde serem responsáveis. Saber que um medicamento não faz efeito algum e divulgar como imunizador contra o coronavirus é crime, e.g. associar redução da taxa de contaminação e internações ao remédio para sarna.
4/ A sensação de imunidade, resultante de acreditar num placebo, é contraproducente em relação aos protocolos sanitários e estratégias de reabertura da economia. Não é com “formulas mágicas” que NENHUM país saiu do auge da pandemia. Isso é charlatanismo demagógico em alto grau.
5/ Os prejuízos que o mito da cloroquina trouxe ao combate da pandemia foram incalculáveis. Quantos acreditaram nela e adoeceram ou morreram por se descuidar do básico? E o que dificultou o consenso sobre regras e protocolos? Debates improdutivos e evasivos atrapalham numa crise.
6/ Agora é a vez da #ivermectina. Estudo australiano indicou que ela impediu a multiplicação do virus “in vitro” - ou seja, em laboratório e em condições isoladas da complexidade do corpo humano. Mesmo considerando que “mal não faz”, o problema é a sensação de falsa imunidade.
7/ Profissionais de saúde responsáveis e cientistas sérios advertem a quem quiser experimentar o medicamento que, para impedir a reprodução do coronavirus, seria necessária dose muito mais alta que a normalmente usada para combater verminoses, piolhos e sarnas. Esse é o ponto!
8/ Tanto quanto promover falsa cura ou imunização em plena pandemia, distribuir medicamento inefetivo publicamente, sem prescrição e recomendações/contra-efeitos claros a respeito, também é CRIME. A pena mais leve é de 3 anos de prisão. Terá que inventar resultados ou convições.
