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Análise dos recentes estudos que chegaram a conclusões negativas sobre a HCQ

👉🏻 NEJM - nejm.org/doi/full/10.10… - foi um estudo observacional que analisou 1446 pacientes de COVID-19 hospitalizados.
Os autores concluem que neste estudo, a administração de HCQ não foi associada a uma menor ou maior taxa de intubação ou morte dos pacientes. Mas neste estudo os pacientes foram randomizados de maneira irregular.
Os pacientes mais graves e hipoxemicos receberam a HCQ e os mais estáveis, não. Claro viés de seleção desfavorável ao braço da HCQ.
👉🏻 JAMA - jamanetwork.com…/jamanetworkop…/fullarticle/2765499 - Estudo clínico randomizado que comparou 2 regimes distintos de cloroquina no tratamento da COVID, arrolando 81 pacientes, 41 no grupo de alta dosagem (1.200 mg/d) e 40 no de baixa dosagem (padrão).
16 pessoas morreram no grupo de alta dosagem, mais que o dobro do braço padrão. Foi usado como referência e justificativa do “risco de arritmia da cloroquina”.
Não há explicação para a motivação da dose de 1.200 mg/dia, por 10 dias, dose 4,5x superior a máxima total do outro braço. O estudo está sob investigação do MPF.
👉🏻 JAMA - jamanetwork.com/journals/jama/… - Estudo retrospectivo com 1438 pacientes de COVID-19 hospitalizados na região metropolitana de Nova York, os autores concluem que o tratamento com HCQ, azitromicina ou ambos não foi associado a uma menor taxa de mortalidade.
Mas nesse estudo, novamente, os pacientes mais graves foram selecionados para o braço da hidroxicloroquina e os mais estáveis não.
👉🏻 BMJ - bmj.com/content/369/bm… - Estudo retrospectivo onde foram analisados 181 pacientes de COVID-19 com síndrome respiratória aguda grave que necessitaram de oxigênio, mas não de terapia intensiva.
Os resultados desse trabalho mostraram que o tratamento com HCQ não alterou a sobrevivência, o desmame do oxigênio ou a alta do hospital. Além disso, os autores argumentam que pacientes com menos sintomas e melhores prognósticos na admissão não respondem melhor ao uso da HCQ.
Mas desde os estudos chineses iniciais ja se sabe que hidroxicloroquina sozinha não possui o mesmo efeito dela associada a outras classes, e novamente só foi testada em doentes graves.
Além disso, claro viés de seleção de gravidade em desfavor do braço da HCQ prejudicou a análise.
👉🏻 BMJ - bmj.com/content/369/bm… - Estudo prospectivo clínico randomizado e controlado que analisou a taxa de eliminação do vírus em 150 pacientes de COVID-19 com sintomas leves ou moderados. O estudo mostrou que a administração de HCQ não alterou a eliminação do vírus.
Além disso, os eventos adversos foram maiores nos pacientes tratados com HCQ do que nos pacientes não tratados.
Mas nesse estudo os pacientes foram *randomizados em média apenas no décimo-sexto dia de sintomas da COVID-19*, ou seja, ja no fim da doença, quando o remédio pouco ou nada pode fazer, quem tinha que morrer já tinha morrido inclusive (sem remédio, aliás).
👉🏻 LANCET- thelancet.com/article/PIIS40… - Estudo observacional com 96.032 casos de COVID hospitalizados nos 5 continentes com cerca de 14.000 pacientes no braço de HCQ e 80.000 no braço controle e 2.000 descartados, chegando a conclusão que a HCQ não alterou evolução clínica -
- e tinha efeitos adversos graves. O estudo foi questionado quanto a origem dos dados e metodologia (casos graves com viés de seleção no braço da HCQ) e por indícios de fraudes o estudo foi despublicado 12 dias depois.
👉🏻 NEJM - nejm.org/doi/full/10.10… - Estudo prospectivo randomizado que avaliou profilaxia pós-exposição com HCQ em 821 pacientes nos Estados Unidos. A conclusão foi que não evidenciou efeito protetor da HCQ. Problemas: apenas 10% dos pacientes tinham diagnóstico de COVID com PCR.
Como fazer pesquisa de profilaxia sem diagnóstico? Não pode ter erro aqui. Além disso, o placebo era ácido fólico, que tem ação anti viral, mascarando possível ação da HCQ. As drogas não foram igualadas, os grupos sabiam o que estavam tomando (não era cego), apenas 44% dos…
…participantes tiveram de fato contato com pessoas PCR +, e quando você analisava apenas o subgrupo das pessoas que tiveram contato com pessoas PCR +, a HCQ TEVE SIM EFEITO PROTETOR MAS O AUTOR DO ESTUDO ESCONDEU ESSE DADO na publicação original.
Veja, se o pré-requisito do ensaio era a demonstração de que teve contato, porque o ensaio era de profilaxia pós-exposição, não tem brincadeira: tem que ter 100% dos participantes com essa característica, ou então, como a prestigiada NEJM aceita esse trabalho?
Ou seja, HCQ havia protegido as pessoas de serem diagnosticadas por PCR com COVID-19 ou apresentarem doença clinicamente compatível com COVID-19.
Acontece que o autor do estudo usou, como já relatado aqui, folato com placebo, mesmo tendo sido avisado por um pesquisador da…
…existência de um manuscrito acerca dos efeitos positivos do folato na COVID-19, isso aumentaria enormemente a necessidade de pacientes no ensaio para se ver efeitos da HCQ. O resultado significativo na profilaxia é semelhante ao encontrado por indianos, portugueses e chineses.
👉🏻 CID - academic.oup.com/doi/10.1093/ci…
Estudo prospectivo randomizado controle e tratamento para avaliar redução de sintomas e carga viral com ou sem HCQ. 293 pacientes avaliados, 157 no braço controle e 153 no braço da HCQ.
Resultado infere que a HCQ não teve efeito para redução da carga viral nem dos sintomas clínicos.
Esse estudo tem uma série de problemas: Apresenta um “n” pequeno, incapaz de ter poder de amostra para achar diferença entre os braços. Erro beta.
Em dois meses nenhum paciente sequer foi a óbito ou para UTI mesmo no braço sem remédio. A aferência da carga viral, carro chefe do trabalho, não é a partir de uma mesma quantidade de tecido = dispersão de dados.
Também não há confirmação de que os vírus estão infectivos em cultura de células. O intervalo entre pesquisa da carga viral (d3 a d7) insuficiente para comprovar ação medicamentosa, o número de pacientes hospitalizados no grupo controle difere entre tabela suplementar (12) e…
…cálculo de hospitalizações na tab 2 (11); o número total de pacientes difere no grupo controle entre a tabela 2 (154) e o número usado para calcular a hospitalização (157) = valor sai de 7.1 ct x 5.9 HCQ para 7.79 ct x 5.9 HCQ (25% redução) - ou seja, ouve SIM redução de…
…hospitalização e eles “erraram”’a conta.
A tabela de sintomas, dado mais importante numa cohort super saudável, sem mortalidade e com baixa hospitalização, é uma caixa preta, um questionário que os autores não publicaram, de auto-avaliação sem nenhum valor de temperatura, saturação de oxigênio, score de tosse, nada.
Podem estar somando tosse com diarréia e mal estar. Sintomas que são potencialmente efeitos colaterais da droga (ex diarréia) não são separados dos que não são. Ainda assim, a diferença é a favor da HCQ em 20%. E isso não foi publicado.
A tabela de sintomas se estende por um período de dias superior à média da doença, e é cumulativa. O correto seria mais curta, max 20 dias, e dia a dia ct x HCQ.
Coisa que o trabalho mostrou bem: QUE A HCQ SOZINHA NÃO BAIXA A CARGA (apesar dos erros técnicos), mas carga viral em fluido não tem associação com quadro clínico ou mortalidade!!!!
No ensaio muito pequeno randomizado chinês que tem tosse, febre e ct-scan separado: a HCQ funcionou.
doi.org/10.1101/2020.0…
👉🏻 ANNALS - acpjournals.org/doi/10.7326/M2… Estudo prospectivo duplo cego randomizado que avaliou intervenção precoce com HCQ em pacientes não hospitalizados e chegou à conclusão que a HCQ não teve efeito.
De cara: só 58% dos pesquisados foram submetidos a teste PCR.
Ora, o estudo estava tratando o que, se metade do grupo não teve diagnóstico? Que piada é essa? Além disso, tudo baseado em triagem de internet? Como assim? Não pode ser sério isso....
O HCQ reduziu a internação em 60%, mas com apenas 4 casos (HCQ) e 10 (controle), são necessários mais pacientes para significância estatística (p = 0,29). Esperamos que o julgamento possa ser continuado por significância estatística.
Houve uma morte no grupo controle hospitalizado e uma morte não hospitalizada pelo HCQ, possivelmente causada pela falta de atendimento hospitalar. ECR de 423 pacientes com pesquisas na Internet ??
O tratamento é relativamente tardio, início de 48 a 120 horas após os sintomas (embora mais cedo do que muitos outros estudos, com pacientes matriculados antes da hospitalização).
Eles comparam 0 - 36 h de tratamento tardio com oseltamivir (influenza) e ~ 48 - 120+ horas de tratamento tardio com HCQ (COVID-19), observando que o oseltamivir parecia mais eficaz.
No entanto, um estudo mais comparável é McLean (2015), que mostrou que o tratamento com 48 a 119 horas de atraso com oseltamivir não tem efeito.
Isso sugere que o HCQ é mais eficaz que o oseltamivir e que o HCQ ainda pode ter efeito significativo por uma certa quantidade de atraso além do atraso em que o oseltamivir é eficaz.
A adesão aos medicamentos foi de apenas 77%. Confiança em pesquisas na Internet
Análise de pacientes principalmente de baixo risco. Pesquisas falsas conhecidas foram submetidas a um teste semelhante de PEP e pode haver um número desconhecido de pesquisas falsas não detectadas em ambos os ensaios.
O placebo usado nos EUA (ácido fólico) é um medicamento sendo pesquisado para o COVID-19. Não há eventos adversos graves.
9 estudos nas 5 principais revistas médicas (NEJM, JAMA, Lancet, BMJ, ANNALS) mais a principal específica de infectologia (CID).
Todos com graves falhas metodológicas. Alguns com sérios indícios de manipulação . Pelo menos um sabidamente fraudado. Não há nada de robusto nesses estudos.
São publicações vergonhosamente fracas e vexaminosas.
Em tempos normais são seriam aceitas na redação da Turma da Mônica.

CRÉDITOS:
Infectologista Dr. Francisco Cardoso
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