Hoje a nossa irmã Gyovanna Cabral (@poetagy) escreveu um arquivo para a revista Capricho (@CAPRICHO), na qual exaltava a pé de força nossas lutas pela afro religiosidade, e pelo espaço afro religioso nas redes sociais. Segue o fio (+)
Gyovanna é yawo, iniciada para o orixá Logun Edé desde o início do ano de 2020. É uma escritora autônoma, poeta, que tem seus próprios projetos e compartilha o seu conteúdo nas redes, além de defender os direitos das religiões afro brasileiras da forma que pode.
Gyovanna em seu texto à revista cita a sua indignação sobre pessoas leigas que falam o que não sabem sobre a nossa fé, e que desencadeiam em ondas de preconceito e discriminações.
Ela dá como exemplo o último caso de racismo religioso ocorrido nas últimas semanas, que foram altamente divulgados e repudiados nas redes, do qual consiste na mãe que perdeu a guarda de sua filha por conta da mesma ter se iniciado no culto a orixá no Candomblé.
Ela ainda exalta como os afro religiosos usam as redes em combate a esse tipo de atitude, e, dá como exemplo nós da Umbanda Saravá e nossos irmãos e irmãs do @NossosOrixas e @FilhasdoOuro.
Eu venho aqui dizer que pra mim é de fato um orgulho, não pelo reconhecimento (pois vocês não me conhecem), mas sim pelo fato de nossas atitudes estarem causando impacto. Espero de coração que possamos cada vez mais levar nossa voz a frente, lutando e combatendo nas redes
propiciando debates e divulgando casos que depreciem a nossa imagem, ou a exaltem. Os meios de comunicações virtuais são importantíssimos para a desconstrução em uma época de evolução cibernética.
Saibam que nós da Umbanda Saravá e todos os outros amigos citados estaremos sempre
dispostos a nos opor contra qualquer tipo de preconceito, e nos pôr a favor da luta em prol de nossos direitos. Podem entrar em contato conosco caso precisem.
A #40tenaDoAxé se tornou tendência mundiais não foi atoa. A bandeira de Oxalá carregada pro mundo inteiro.
Um dia a morte passou por uma floresta e encontrou uma menina.
A garota, olhando a morte montada em seu belo cavalo, perguntou-lhe:
- Você está perdido também?
A morte olhou para ela, e com um sorriso, ela respondeu:
- Sim, você sabe o caminho de volta (+)
para sua casa?
A garota respondeu:
- Não, mas agora eu não me sinto mais só e com medo, porque você está comigo.
A morte, surpresa, disse a ela:
- Você não tem medo de mim, sabendo quem eu sou?
A garota respondeu calmamente:
(👇🏾)
perdi. O que mais me preocupa é que se eu não voltar, minha mãe morrerá pela doença e também a tristeza. Estamos sozinhas em casa. O papai morreu há um ano, e desde então, a mamãe está a cargo de mim e da casa. (👇🏾)
Meu filho, nunca deixe de ter fé, principalmente nos momentos difíceis, pois quando perdemos a fé, perdemos tudo. Nego véio sabe que as coisas não tem sido fáceis pra vosmecê, mas não deixe de acreditar num amanhã melhor, pois tudo passa fio.
É muito fácil ter fé quando tudo vai bem, quando tudo é flores. Mas e quando as provações chegam? Onde está a fé que existia quando tudo estava bem? É difícil, não é fio? Mas é muito mais difícil uma vida sem Deus.
Por isso, tenha confiança nos planos dele, que são muito maiores e melhores que os nossos. E meu fio, nem sempre as coisas acontecem como queremos, mas elas acontecem como precisam acontecer
Hoje é dia Internacional Do Combate à Discriminação Racial. Lembremos hoje que não existe intolerância religiosa sem racismo religioso.
A intolerância religiosa é consequência do racismo estruturalizado em nossa sociedade.
São dois fenômenos inextricavéis.
Lembremos sempre que os negros postos em estado de escravização eram considerados seres sem alma. Inferiores.
Suas crenças eram atrasadas; inoperantes; nocivas; ignobéis.
Os negros tiveram historicamente sua cultura marginalizada e criminalizada. Perseguidos eram os praticantes da "magia negra", ou melhor, "magia dos negros". Que, arbitrariamente, eram presos; quando não eram mortos.
Só para lembrar: o hábito carioca de comemorar a virada na praia começou com os umbandistas, que durante muitos anos ocupavam sozinhos as areias para louvar Iemanjá. A iniciativa de fazer a festa na praia de Copacabana partiu da turma que acompanhava Tancredo da Silva Pinto, (+)
o Tata Tancredo, líder religioso, sambista (foi fundador da Deixa Falar do Estácio) e personagem fundamental da cultura carioca.
Era bonito ver a orla ocupada pelos terreiros e a noite iluminada por velas. O furdunço não excluía ninguém. Conheço ateus, católicas, crentes, (+)
budistas, flamenguistas, tricolores, bacalhaus e botafoguenses que, por via das dúvidas, garantiam ano bom recebendo passes de caboclos e pretas velhas nas areias, com direito a cocares, charutos e sidra de macieira.
Hoje a confraternização nas areias virou atração (+)
Queria destacar o quanto a minha militância em favor de uma desconstrução da imagem eugenista e freyriana da Umbanda de Zelio, me fez bem.
Resgatar as raízes negras da Umbanda, conhecendo personagens NEGROS que são protagonistas da religião, não tem preço.
Pai Gavião, Domingos Umbatá, Luzia, Maria Batayó, Tata Tancredo, Iya Irene, Mãe Beata, Mãe Senhora, Pai Cristovão...
Personagens esses, sejam Umbandistas ou candomblecistas, unidos por um ideal: cultuar a Umbanda Preta, irrisória e não benevolente aos olhos kardecistas e cristãos de Zelio e Cia, mas civilizatória e contundente para quem reconhece sua ancestralidade no chão de um preto velho.
Eu escrevo sobre a Umbanda pelo simples fato de achar um crime o Tancredo da Silva Pinto ter morrido solitário, esquecido e sem dinheiro (porque todo seu dinheiro o mesmo dedicou ao resgate das raízes umbandistas).
Por isso não comemoro o dia 15.
Tancredo que era escritor, compositor e sambista, foi quem criou a União das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, além de o próprio ter escrito grandes sucessos do samba na época.
Destaque para sua obra chamada "General da Banda", um samba escrito em homenagem a Ogum
regravado por grandes nomes, inclusive Elis Regina.
Todo o dinheiro que o Tancredo lucrava com as suas composições, o mesmo dedicava para o lançamento de seus livros e a criação/fortificação das federações Umbandistas fundadas por ele.