Nas #Eleicoes2020 no Brasil, mais do que nunca, votar em mulheres não vai ser o suficiente! Quer saber o porquê? Segue o fio 👇
Primeiro, um pouco de contexto: 1 - Mulheres ocupam apenas 25% das cadeiras nos parlamentos em todo o mundo. No Brasil, a situação é um pouco pior: são a maioria do eleitorado (52%), mas ocupam apenas 15% das vagas no Congresso Nacional.
2 - Nas Câmaras municipais, as vereadoras são menos de 14%. Em 25% das cidades, nenhuma mulher foi eleita para o Legislativo. Em governos estaduais, a presença de mulheres é de míseros 3% – Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte, é a única governadora atualmente eleita.
3 - No ranking da representatividade feminina na política, divulgado em 2019 pela União Interparlamentar Internacional (UIP), o Brasil estampa a constrangedora 133º posição numa lista que contempla 192 nações.
4 - De acordo com a pesquisa Prefeitas Brasileiras, do @IAlziras, nas últimas eleições municipais (2016), 649 mulheres foram eleitas prefeitas num universo de 5.568 municípios – e apenas dez mulheres negras.
5 - E a mesma disparidade foi vista no número de candidatas. Em 75% dos municípios, apenas homens concorreram ao cargo.
E qual o motivo dessa discrepância? Primeiro, mulheres crescem escutando que esse não é o lugar delas. A sociedade sempre afirmou, e segue repetindo, que política é coisa de homem. 🤮
No que diz respeito à política, as barreiras são imensas para as brasileiras logo na entrada. A primeira delas é a falta de senso de pertencimento. Estudo da @elasnopoderbr apontou que o maior motivo de muitas nunca terem se candidatado é considerarem que “não têm perfil”.
As que juntam coragem para erguer a cabeça e os punhos vão se deparar com obstáculo atrás de obstáculo: 1 - Para começar, as mulheres têm menos tempo livre para a prática política em si – trabalham em média dez horas semanais a mais que homens em afazeres domésticos (PNAD/IBGE)
2 - Depois, dentro dos próprios partidos, a violência de gênero é rotineira e tratado com conivência. Para saber mais sobre a #ViolênciaPolíticadeGênero, vale assistir ao episódio 2 da nossa série #Eleitas:
3 - E existe ainda uma imensa desigualdade de recursos, tanto provenientes de doações quanto do fundo eleitoral: um levantamento da FGV mostrou que mulheres gastaram quatro vezes menos que homens nas eleições de 2018.
Não bastasse esse contexto, 2020 ainda trouxe uma pandemia, que alterou a vida de bilhões de pessoas e vai alterar a realidade das eleições. Mas, assim como o vírus não atinge a todos da mesma maneira, também não afetará todas as campanhas por igual:
Com os filhos fora das escolas e a multiplicação das funções domésticas, surgiu uma espécie de nova jornada, sobreposta ao trabalho e aos estudos.
E as campanhas, migrando para o meio digital, podem ficar ainda mais caras – sim, mais caras. Isso porque, para fazer com que conteúdos cheguem longe, é necessário investir em produção e publicidade nas redes sociais, algo muito custoso.
E a já mencionada falta de pertencimento se junta agora à falta de perspectiva. Continuamente desencorajadas, as mulheres se tornam mais propensas a abandonar suas candidaturas.
Existe saída? Não há dúvida! O caminho vai ser suado, mas várias iniciativas já estão em curso para tentar superar os entraves e apoiar candidaturas com novos perfis, corpos e propostas. Como nosso projeto Im.pulsa, em parceria com @elasnopoderbr impulsa.voto
Quer saber mais? Confira o artigo que @gabijuns, do #InstitutoUpdate, publicou em parceria com a @_isabelarahal, do #ElasNoPoder, na @MarieClaireBR: revistamarieclaire.globo.com/Mulheres-do-Mu…
