Falando brevemente sobre o início da carreira do Rico.
Ricardo Penteado nasceu em Teresópolis - RJ. Ele estava seguindo a carreira de seu pai - como piloto de avião -
Mas começou a se ligar que ele curtia mais o SOM do motor do avião, do que pilotar o avião
Se mudou pra Florianópolis pra fazer faculdade de Engenharia Mecânica na UFSC.
De começo seu foco era engenharia aeronáutica, ele sempre foi bom com máquinas, e no 3º ano de Engenharia pegou uma cadeira de motores.
Foi aí que Ricardo se deu conta que era isso que ele queria.
O professor dessa cadeira sugeriu Ricardo a fazer um estágio fora do Brasil
Foi aí que entrou a Renault na vida de Ricardo Penteado.
E em 21 de Maio de 2001, Rico teve seu primeiro dia na Renault, como estagiário, fazendo testes no banco pra analisar a combustão dos motores V10
𝘼𝙜𝙤𝙧𝙖 𝙫𝙖𝙢𝙤𝙨 𝙖 𝙖𝙪𝙡𝙖.
Rico: Chuta um valor pra quanto custa um motor de F1, só as peças, sem montar nem nada, SÓ AS PEÇAS.
$𝟭.𝟬𝟬𝟬.𝟬𝟬𝟬, são no mínimo 3 pra cada piloto, ou seja, 6 motores pra cada equipe na temporada sem as punições. E mais 1 ou 2 de reserva.
𝙇𝙤𝙜𝙞𝙨𝙩𝙞𝙘𝙖. É um dos gastos mais excessivos.
Um Engenheiro que vai pra todas as corridas, que tem passe pra estar na pista (são 60 por equipe) custa em média €100.000 (R$636.000,00) por ano. Hotel, passagem, comida, tudo.
F. Mota: Como é a primeira reunião quando se chega na pista na quinta?
Rico: ''F1 é muito cíclico.''
''EX: Antes dos testes de pré-temporada, a gente faz um monte de simulação, F1 é igual NASA, 99.9% é preparação e 0.1% é gestão de imprevisto.'' (+)
Então na fábrica, antes de ir pra pista, eu (Rico Penteado) tenho que informar todos os engenheiros, mecas, pra conhecer bem o carro e o motor, pra saber como funciona, mapa do motor e tudo.
Pra ficar todo mundo informado e não haver surpresas quando chegar na pista. (+)
Depois trabalha com as equipes de chassis, começa uma atualização de procedimentos: como que vai botar água no motor, pra botar gasolina no carro, pra tirar a gasolina do carro (pra medir o peso dele).
Tudo isso é feito na fábrica antes de ir pra pista
E isso também obviamente envolve equipes que a Renault fornece motor, McLaren por exemplo.
E anteriormente Red Bull e Toro Rosso.
Então, tudo é treinado/estudado/testado antes do fim de semana de corrida, na pista óbvio que ocorre testes, mas mais pra confirmação das simulações e fazer comparações.
Ainda na questão de antes dos testes de pré-temporada em Barcelona.
E depois.
Os pilotos vão pra fábrica fazer simulação de Barcelona, pra comparar um monte de setup.
Então tem uma galera grande de modelização que começa a botar no simulador vários modelos de asa, suspensão, altura do carro etc.
Pra já fazer um modelo parecido com o carro.
E daí o pessoal da aerodinâmica, antes de ir pra 🇪🇸
Desenha por exemplo, 3 asas dianteiras/traseiras e tem que decidir qual levar.
Vê algumas configs, meteorologia também, bota no simulador e faz. Cálculos.
Não precisa nem do piloto, o programa mesmo já da voltas sozinho.
E programa ajuda os engenheiros a escolher qual o melhor setup.
Ex: - Vou fazer simulação pra escolher a altura do carro: daí acha o ideal
- Daí agora asa traseira: acha o ideal.
E cada simulação dessa você tem resultado de consumo do carro, tempo de volta, velocidade, etc..
E esses dados da fábrica são mandados pra gente (setor de Motores da Renault), pra começar a fazer simulações de motor pra descobrir qual melhor forma de usar o motor.
Ex: - Quando que vai ativar o MGU-K.
- Quando que vai recuperar energia pelo MGU-H.
- Quando fazer o clip do K.
Porque dependendo da volta, o MGU-K não fica ligado a volta inteira, tipo circuito longo, então a galera escolhe e decidi onde vai cortar ele.
Então dessas simulações, acaba que a equipe chega com um relatório enorme, tudo já simulado, tudo meio ''mastigado''.
Pra saber como que faz o melhor mapa do motor, qual melhor setup pra já colocar no carro, ter um norte e aproveitar o máximo de tempo dos treinos e etc.
F. Mota: Aparecem coisas na pista que ninguém esperava?
Rico: Você tem uma margem de erro, mas é tipo 1%, no máximo 2%, o que já é BASTANTE.
Pode até acontecer, mas como tudo foi comparado, você tem as margens de erro tudo em um gráfico, então você corrige rápido.
F. Mota: Sobre os MGU-K, que são cortados na volta, quem faz esses cortes?
Rico: Tem uma limitação de 4 megajoules de energia que ce pode usar no K por volta, então se usar em 120kW, daí da uns 42 segundos que ce pode usar o K empurrando o carro. (+)
Então ce tem que escolher, porque vai ter voltas onde o piloto tá acelerando no máximo mais do que 42 segundos.
Daí, vai ter voltas na corrida que o piloto vai tá acelerando mas o MGU-K não vai estar ligado pra não extrapolar esse limite de energia
E você escolhe em qual parte da pista NÃO USA o MGU-K.
E é um programa, o mesmo pra todo mundo, que simula a volta inteira e só na fase onde o piloto tá pé em baixo que o sistema vai ver onde é melhor utilizar o MGU-K.
Mas é fácil identificar.
EX: O piloto acabou de botar o pé em baixo, entrada da reta por exemplo, e aí tem pouco arrasto aerodinâmico, e essa fase é boa usar o K.
Pois ele vai conseguir acelerar o carro mais rápido, do que você ligar ele no fim da reta, onde já tem muito arrasto
Resumindo: O programa já vai cortando o MGU-K no final das retas, até atingir os 42 segundos.
E o programa trabalha em METROS, ou seja, na distância da volta. Na linha de largada tem um sensor que o programa detecta o começo da volta.
E conforme o fim de semana passa e o piloto anda mais rápido, ou seja, diminuindo a zona de frenagem dele nas curvas.
O programa vai se ajustando nessa gestão de energia, é tudo automático, o piloto não tem que apertar botão nenhum.
F. Mota: Como começa uma sexta feira de Treinos Livres, em geral?
Rico: A gente já chega na quarta feira pra ver se todos os sistemas funcionam (telemetria), preparar a garagem, preparar os PC's
Continua >>>
Na quinta tem as reuniões pra dar as informações pra cada Race Engineer de cada carro, possa saber como que vai ser o programa dele do fim de semana.
Pra saber o que vai testar na Sexta, em que horas vai fazer tal teste, em função de pneu, de asa, do que tiver que testar
Como que prepara isso?
Cada equipe chega na pista sabendo quais são as novidades pro carro, seja motor/estratégia/pneu/aerodinâmica;
E dependendo do número do testes, o Chefe dos Engenheiros determina quem vai testar o que.
EX: Tem uma barra de direção pra testar pra Mônaco, e quer testar no fim de semana anterior ou Mônaco msm, demora muito tempo pra trocar, então tem que decidir qual carro faz esse teste.
Ou você tem uma peça aerodinâmica e quer comparar os carros, decide qual carro pra comparar.
Então você tem que equilibrar os itens nos 2 carros e daí quem faz essa ''arbitragem'' é o Chefe dos Engenheiros.
Pra não comprometer os 2 carros e dar uma quantidade razoável pros 2 carros (de novidades) pra ter todos os resultados maximizados.
Envolvendo imprevistos também com um dos carros, TUDO ISSO, é já premeditado na QUINTA FEIRA, nas reuniões, pra todo mundo da equipe já na Sexta saber como que vai fazer, quando, onde, que horário e etc.
Ninguém sai do circuito na Quinta sem saber o que vai ser feito na Sexta.
F. Mota: Quando costuma dar cag**da no fim de semana? Qualy? Corrida? Sexta?
Rico: Todo fim de semana tem, quebra de motor/carro, bandeiras vermelhas etc e etc, se tenta minimizar, e o que faz a diferença da equipe é quando aparecer esses imprevistos saber resolver de imediato.
F. Mota: Como é o olhar de uma equipe em relação aos outros numa sexta? (setup, estrategias, inovações)
Rico: É mais parâmetros de estratégia pra corrida - claro que todas as equipes de F1 tem INFORMADORES, tem fotógrafo que trabalha com as equipes -
Se a equipe tiver com uma dúvida quanto a legalidade de uma peça (sim eu sei que veio a sua mente o duto de freio da RP) ou uma peça nova que chegou na outra equipe.
A gente pede pro fotógrafo ir lá bater umas fotos pra saber como que é, isso todo mundo faz, é normal no paddock.
Mas o que é muito importante na Sexta da gente comparar, é a performance de cada equipe com os pneus que eles usam - o pessoal de estratégia da fábrica que analisa isso por telemetria -
Tem uma diferença entre performance com os pneus, então tem que analisar bem pra corrida.
Um parâmetro que as equipes usam é o GPS. É um dado aberto pra todas as equipes, que daí eles sabem a velocidade de cada piloto
Daí tem modelos matemáticos que analisam em função da velocidade máxima qual o nível de aerodinâmica que ele tem comparado c/ uma curva de baixa.
Em outras palavras, você consegue em função do delta entre máximo e mínimo, ver o quanto que ele tem de asa. Consegue ver até qual a potência do motor dos outros carros das equipes
E você corrige isso em função de voltas de long-run, estimando o quanto que ele tem de gasolina.
𝗙𝗶𝗺 𝗱𝗲 𝗽𝗿𝗶𝗺𝗲𝗶𝗿𝗮 𝗽𝗮𝗿𝘁𝗲 𝗱𝗮 𝘁𝗵𝗿𝗲𝗮𝗱 - 𝟭/𝟯 -
Obrigado DE VERDADE, a quem leu até aqui, tentei resumir/enxugar/não falar besteira sobre as informações.
Ainda é sexta-feira 13 e não tem como não lembrar de uma das maiores bizarrices que a Fórmula 1 já viu, a gigantesca ANDREA MODA
Não durou uma temporada, polêmica do começo ao fim, e acabou sendo expulsa da categoria
Em 1991 a enorme Coloni tava passando por uma crise financeira braba, quase pra fechar, mas aí surgiu um cidadão chamado ANDREA SASSETTI, milionário italiano no ramo da moda, e comprou a Coloni
Então pra 1992, nascia a LENDÁRIA Andrea Moda
Aí começa o auê
O novo carro (projeto comprado da Simtek, que era da BMW mas não entrou) não ficou pronto a tempo, então iriam correr com carro adaptado da Coloni de 1991
De acordo Alberto Antonini, o ex-chefe de imprensa da Ferrari, revelou que Nico Rosberg foi a Maranello para negociar uma possível assinatura da Scuderia
As negociações com a Scuderia podem ter ocorrido no início de 2014, quando Lewis teve quatro vitórias consecutivas. Nico não tinha contrato para 2015 e estudou o percurso da Ferrari
Mas em maio daquele ano anunciou que finalmente renovaria com a Mercedes até 2016
“Quando Nico Rosberg veio nos visitar no escritório de Maranello ninguém sabia, mas deixaremos este tópico para futuras colunas”
A temporada de 1980 viu a escuderia Williams como a mais forte dentre as 14 equipes da categoria.
A equipe de Sr Frank Williams estava apenas na sua 4ª temporada na categoria, porém dominou toda a temporada com um carro confiável e consideravelmente rápido.
O único piloto que teve chances contra o poderoso carro da Williams e seu pilotos, até o final do campeonato, foi o brasileiro Nelson Piquet.
Que além de projetar sua própria Brabham, usava sua arma mais eficiente além da habilidade: a regularidade.