Essa história do preço do arroz trouxe ao Twitter defensores da reforma agrária e das pequenas propriedades rurais. Exemplo importante para este debate é a reforma agrária no Japão 🇯🇵 após a II GM, uma das mais abrangentes já implementadas na história. Segue o 🧵:
A reforma foi dirigida não por socialistas, mas pela ocupação dos aliados e consolidada em 1952 pelo Agricultural Land Act. O objetivo era quebrar a estrutura semi-feudal que existia no Japão antes da II GM, que teria permitido a ascenção do regime imperial-fascista de Hirohito.
O objetivo era quebrar grandes proprietários rurais, desapropriando-os e vendendo ~1/3 da área rural para trabalhadores a custo quase 0, em % da produção ao longo de 24 anos. A terra deveria ser cultivada pelo próprio fazendeiro, não poderia ser vendida e trocas eram restritas.
De início, o fim do sistema feudal para um onde o fazendeiro era o proprietário resultou em aumento de produtividade pela mudança de incentivos em relação à terra. No entanto, pequenas propriedades não permitiam ganhos de escala, impediam a consolidação e profissionalização.
Com a industrialização acelerando, diferenças de renda entre trabalhadores rurais e industriais aumentaram. Muitos agricultores abandonaram as terras para buscar outro emprego. Outros cultivam a terra para seu próprio sustento, apenas durante o final de semana ou em turno parcial
O governo japonês, desde então, desenvolveu uma série de medidas para sustentar artificialmente os pequenos proprietários rurais, além de manter muitas das restrições de uso e venda de terras rurais da reforma agrária até hoje, com diversos efeitos:
O abandono de terras agrícolas segue crescendo, e apenas 22% das famílias em propriedades agrícolas tem a atividade agrícola como principal. Hoje há mais propriedades agrícolas do que pessoas efetivamente empregadas em agricultura.
Com o passar do tempo, a população jovem fugiu do trabalho agrícola e migrou em direção às cidades. As gerações mais velhas permaneceram no campo, tanto pelo subsídio como honrando a terra que recebeu. Mais de 60% dos trabalhadores rurais japoneses tem mais de 65 anos.
O tamanho médio das propriedades rurais no Japão, em 2005, era de apenas 2ha, 9x menor que a União Europeia, ~20x menor que o Brasil, 99x menor que os EUA e 1902x menor que a Austrália.
O subsídio Producer Support Estimate (PSE) é equivalente ao PIB da agricultura, ou seja, a contribuição efetiva da atividade agrícola para o PIB é zero. O foco foi o arroz: produzido hoje em mais de 60% das propriedades e que representa ~20% do valor da produção agrícola total.
Embora tenha feito parte de uma reforma ampla que diminuiu significativamente a concentração de renda pós-2GM, a Reforma Agrária japonesa contribuiu pouco na redução dos mais ricos, dado que a maior parte da redistribuição foi de proprietários médios para pequenos.
Apesar de ter trazido alguns benefícios no curto prazo, a tentativa de perpetuar a política gerou um dos maiores desafios a serem reformados na agricultura japonesa atual, que foi moldada a partir da sua reforma agrária mais de meio século atrás.
Top 10 arquitetos que o CAU mandaria para a cadeia
Um fio🧵
Uma das funções do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) é de combater o "exercício ilegal da profissão" e, no Brasil, são considerados arquitetos apenas aqueles que possuírem diploma de graduação em Arquitetura e Urbanismo em instituições credenciadas.
O não cumprimento da Lei pode gerar multa administrativa e até processo criminal considerando que a conduta é uma contravenção penal, com previsão de quinze dias a três meses de prisão. Assim, resolvi listar meus 10 arquitetos favoritos que poderiam ir para a cadeia no Brasil:
🇨🇳🍜Como escolher um restaurante chinês? Depois de anos recebendo pedidos de indicações de comida chinesa (e vendo muita gente comer porcaria) separei algumas regras básicas pra não cair em roubada, com estudos de caso pra exemplificar. Basicamente, evite qualquer lugar que: 👇
-não tenha chineses na cozinha
-não tenha chineses nas mesas
-não sirva chá
-sirva brownie como sobremesa
-tenha funcionários amigáveis
-tenha um belo design de interiores
-tenha gente descolada
-tenha gente tomando vinho
-tenha "China" ou "Panda" no seu nome
-seja caro
-...além das precauções usuais como evitar lugares com TV na parede, cardápio só QR code ou tablet etc.
O restaurante pode falhar em até 2 ou 3 desses pontos e ainda ser bom, mas raramente com mais que isso.