(1 de 4) Vamos combinar uma coisa (depois de uns 10 anos de discussão canseira): há variáveis que mudam mais rápido e outras que mudam mais lentamente. A essas últimas chamaremos variáveis de estrutura e, às primeiras, variáveis de conjuntura.
(2 de 4) São as variáveis de estrutura que determinam as posições normais ou naturais da economia no longo prazo. As de conjuntura alteram as situações de curto prazo e determinam as posições de mercado.
(3 de 4) Entendam: 1- variáveis normais ou naturais não anulam a existência nem o impacto das variáveis de conjuntura. 2- as variáveis de estrutura também não são imutáveis para todo sempre.
(4 de 4) 3- pensar em estruturas de longo prazo não é oposto nem negação da dinâmica, mas 4- dinâmica não é sinônimo de samba do crioulo doido na ciência. 5- Ciência requer método de extração de regularidades de fenômenos. 6- Ciência não é aleatoriedade.
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Hj acordei pensando um pouco nessa questão toda dos juros altos, Campos Neto etc. Acho que vale a pena organizar certinho pro público qual o "rolê" dos juros na economia! /1 🧶🧵🔍
Não é a toa que a taxa de juros gera tanta controvérsia. Ela tem mesmo efeitos em direções conflitantes no sistema. Uma variação dos juros gera efeitos tanto sobre a demanda (consumo e investimento), qto sobre o câmbio (logo preços e produção), qto sobre a distribuição d renda./2
E aí as diferenças de opinião sobre se deve subir ou descer os juros têm a ver exatamente com qual variável o analista acha que prevalece mais pq os impactos acima não vão todos na msm direção. /3
Bom, vamo lá! Novo teto.
Teto? Sim, temos um novo teto, que agora é de 2,5% acima da inflação (antes era de apenas a correção da inflação, ou seja 0% acima dela). E agora tbm acompanhado de um piso de 0,6% acima de inflação. Mais precisamente então, uma "banda fiscal". 🧶 /1
Primeira polêmica: é pró-cíclico ou anticíclico?
É pró-cíclico dentro da banda e anti-cíclico fora dela. Explico. /2
A política fiscal é dita pró-cíclica quando o gasto vai na mesma direção do PIB, ou seja, aumenta ou diminui junto com o aumento ou diminuição do PIB.
Anti-cíclica, caso contrário, ou seja o gasto aumenta qdo o PIB cai e diminui qdo o PIB aumenta. /3
Bom dia gente! Alguns colegas vinham há tempos pedindo pra eu fazer um fio sobre o supermultiplicador e a centralidade dos gastos autônomos no modelo básico. Hoje finalmente me animei. Bora lá que o bagulho tá bombado !!! /1
A primeira coisa que precisamos explicitar é que o super se propõe a ser um modelo de crescimento liderado pela demanda, implicando, portanto, a negação da lei de Say. /2
Na prática de modelos, a lei de Say se expressa qdo a propensão marginal a gastar agregada = 1.
Isso significa q para cada fluxo de renda gerado por período, 100% dessa renda retorna pra economia por meio de consumo + investimento induzidos.
Assim, PmgG = 1 é lei de Say. /3
Pouco se comenta de que o princípio da substituição entre os neoclássicos atua de duas formas: substituição direta e indireta. O papo de hoje é sobre isso. Pega lá o café pro nosso bom dia com a teoria, rsrs!
(vai até o fim q tá legal! 🤓) /1
O mecanismo direto é imediato: se o preço de um fator (capital ou trabalho) cai, este fator passa a ser mais intensivamente usado no produção, isto é, há uma substituição relativa do outro fator por este fator agora mais barato dentro do processo produtivo. /2
O mecanismo indireto leva essa situação adiante: no q a produção passa a se dar + intensivamente c/ um fator q ficou + barato, os bens finais q por seu turno já são + intensivos neste fator, ficam ainda + baratos do q aqueles q são já previamente menos intensivos neste fator. /3
Hoje queria falar com vcs sobre uma diferença fundamental (e pouquíssimo discutida) entre modelos de crescimento ortodoxos e heterodoxos, que merece atenção /1
Os modelos ortodoxos básicos sejam eles de crescimento exógeno ou endógeno precisam, de toda forma, romper com a condição hipotética de escassez no longo prazo. Crescer é superar a escassez. /2
Seja"alargando" a fronteira d possibilidades d produção, isto é, elevando exogenamente a dotação dos fatores; seja superando os retornos constantes de escala, isto é, endogeneizando um progresso técnico q postergue a queda da produtividade marginal do capital ao longo do tempo /3
Tudo é endógeno?
O desenvolvimento do pensamento d um bom economista passa por ultrapassar a fase ingênua do "são muitos efeitos feedbacks e interdependência intersetorial, ñ o podemos dizer nada a priori, é tudo muito complexo, depende d mil coeficientes, elasticidades."
Não! /1
Tudo isso existe, mas o bom analista precisa saber separar o que é árvore do que é floresta. Há variáveis + persistentes e com maior poder explicativo que outras e há sim, razoável (ñ plena) regularidade dessas variáveis no tempo e entre diferentes economias também. /2
Captar essas variáveis é olhar a floresta e é precisamente isso que constitui a elaboração de uma teoria, no caso, teoria econômica. /3