1/ A luta dos sem-teto cura?
No meu mestrado, confirmei que sim. Segue o fio!
2/ Em 2014, iniciei meu mestrado no Instituto de Psiquiatria da USP com o professor Francisco Lotufo Neto. O título da dissertação foi Estudo sobre a variação de sintomas depressivos relacionada à participação coletiva em ocupações de sem-teto em São Paulo.
3/ "Antes de chegar aqui na ocupação, eu estava na cama." "A luta fez com que eu parasse de tomar remédio." Decidi fazer a pesquisa depois de 20 anos atuando com os sem-teto e ouvindo relatos como esses.
4/ Comecei a perceber que sintomas de depressão e ansiedade diminuíam quando as pessoas entravam para a luta coletiva. E decidi fazer um mestrado com essa pergunta: como e por que a luta cura?
5/ Entrevistei pessoas na entrada e depois de alguns meses de participação na ocupação. E identifiquei que especialmente entre as pessoas que apresentavam sintomas depressivos, a luta e as formas coletivas de organização funcionavam ainda mais como terapia.
6/ "Me sentia pior do que chinelo de 1 real". "Depois que entrei aqui, voltei a ter coração e alma". "Parece que eu estava dentro de um casulo e agora posso voar." Essas são coisas que ouvi entrevistando guerreiras da luta por moradia.
7/ São mais de 500 anos de violência e exclusão social. Em uma cidade do tamanho de SP, a maioria que faz a cidade funcionar se sente invisível e abandonado. Quando as pessoas relembram a força que têm quando se juntam, voltam a sonhar e a viver.
8/ A luta do MTST não é apenas por moradia digna, problema social gravíssimo do nosso país e da nossa cidade. É por uma vida digna e que valha a pena ser vivida. A luta dos sem-teto cura!
O vídeo do Felca sobre exposição criminosa de crianças e adolescentes na internet escancarou um aspecto que não pode passar batido.
Segue o fio.
As plataformas não querem se responsabilizar pelo compartilhamento de conteúdos criminosos porque eles já fazem parte dos negócios.
É muito importante que um influenciador com a popularidade do Felca ajude a jogar luz em crimes que acontecem debaixo dos olhos de todos nas redes sociais.
Hoje a BP, uma das maiores petrolíferas do mundo, anunciou a maior descoberta de petróleo dos últimos 25 anos. A reserva, que foi encontrada no pré-sal da Bacia de Santos, tem tudo a ver com o golpe contra Dilma e os governos Temer e Bolsonaro.
Como assim?
Se liga ⏬
A reserva foi encontrada no bloco de Bumerangue, que fica no mar a 404km do RJ e foi leiloado em 2022, no governo Bolsonaro, com apenas 5,9% do excedente de petróleo (o "óleo-lucro") destinado à União - enquanto outros blocos mandavam até 61%.
Era um bloco "barato".
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Essa fatia de "óleo-lucro" é calculada após a dedução dos royalties, custos operacionais e investimentos necessários para a exploração do campo. Além da participação na produção futura do bloco, a BP pagou à União um bônus de apenas R$ 8,8 milhões na assinatura do contrato.
A Petrobrás já diminuiu o preço da gasolina vendida as distribuidoras em 60 centavos por litro desde o início do governo Lula - uma queda de 17,5%, considerando a inflação. Mesmo assim, muitas vezes essa redução demora pra chegar nos postos. Por que isso acontece?
Numa palavra: Bolsonaro. E eu explico porquê.
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Entre 2019 e 2021, Bolsonaro vendeu a BR Distribuidora, empresa da Petrobrás responsável por distribuir a gasolina aos consumidor final.
Tratava-se da maior rede de postos de gasolina do Brasil, com 30% do mercado e mais 8 mil postos: lucrou R$ 3,2 bilhões só em 2018, mas foi privatizada por apenas R$ 9,6 bilhões.
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A BR Distribuidora agora se chama Vibra Energia, mas segue usando a marca BR em seus postos.
Isso confunde a população, que acha estar comprando combustível de uma empresa pública, quando na verdade ela é privada.
A direita, o Centrão e a Faria Lima querem cortar gastos do governo, mas a preocupação deles não é com "ajuste fiscal" nem com as contas públicas. É em tirar dinheiro dos mais pobres para enriquecer o bolso de quem já está bilionário.
Duvida? Aqui está a prova:
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Comparativo de gastos do governo
Benefícios para bilionários
- Isenção no pagamento de imposto para grandes empresas e multinacionais:
R$ 615 bilhões (2024)
Três dos maiores programas sociais do Brasil custam, juntos, apenas ⅓ do total de isenções fiscais.
Mas o Congresso, que é dominado pela direita e pela Faria Lima, quer tirar verba dos programas voltados para os mais pobres, ao invés de acabar com as isenções destinadas aos super-ricos.