aqui, reúno 20 pessoas indígenas de diferentes áreas de atuação, uma por dia, para celebrar nossas multiplicidades e lembrar que dia 20/01 é dia da consciência indígena 🏹
artista plástica Macuxi, nascida em Normandia (sul de RR), na Maloca do Japó, Carmélia é considerada uma expoente da arte naïf. começou a pintar de maneira autodidata quando se mudou pra Boa Vista
atriz, da etnia Tariano, seu trabalho de estreia foi no filme “A Febre” (2019). o filme é protagonizado por indígenas e conta a história de indígenas migrantes da aldeia para Manaus em busca de oportunidades
@GracielaGuarani, sobre o audiovisual produzido por indígenas: “Nem tudo o que a gente tem pra mostrar é bonito, passamos por muita violência, mas também fazemos cinema deslumbrante” ✨
ela também é co-autora nos livros de fotografia, "Nossos olhares" e "Olhares sobre o futuro"
em 2014, Kunumi participou de abertura da Copa do Mundo, onde ele e uma criança negra e uma branca soltariam pombas, simbolizando a paz
na saída, ele abriu uma faixa, que estava escondida nos seus shorts, pedindo a demarcação das terras indígenas, mas isso não foi televisionado
dia 05 - Nei Xakriabá
professor na escola indígena do seu território, pesquisador e ceramista, da aldeia Barreiro Preto, em são joão das missões - MG). Nei aprendeu a arte da cerâmica com a mãe e ajudou a resgatar a queima tradicional do seu povo
Graciliana ressalta que indígenas trabalham gênero diferente de não-indígenas, pois é uma construção coletiva também com homens
em 2000, Graciliana foi uma das 21 Xukuru Kariri a criar a primeira organização de mulheres indígenas no NE, o Comitê Intertribal de Mulheres Indígenas
dia 07 - Kamikia Kisedje
do povo Kisedje, da TI Wawi (MT), o fotógrafo e cineasta acompanha e registra desde os anos 2000 a luta dos povos Xingu
o foco do seu trabalho é no movimento indígena e em questões ambientais
seu povo é perseguido há gerações e a região onde vivem é alvo de intensas disputas. batalhando pela demarcação desde 2003, hoje os Tupinambás só precisariam da assinatura do presidente para finalizar o processo
Babau é uma das figuras mais proeminentes na luta pela terra
dia 09 - Arissana Pataxó
artista visual e professora, desenvolve uma produção artística em diversas técnicas e suportes, abordando vivências indígenas indígena como parte do mundo contemporâneo
advogada é mestre em direito público pela UnB e é doutoranda por uma universidade holandesa. sua terra indígena, Serrinha (no RS), está em retomada há 20 anos. também ensina direito indígena, desenho e artesanato na sua TI
com sua companheiro Sueli, filmou e ganhou prêmios com “Yãmiyhex – As mulheres-espírito” e “Yãmîy”; e co-dirigiu “Grin - Guarda Rural Indígena”, que resgata memórias a formação e a violência da GRIN durante a ditadura militar
1ª indígena a conseguir na justiça o direito de registrar seu nome étnico no RN, Lúcia criou em 2013 o Museu do Índio Luiza Cantofa, em homenagem à líder indígena Paiacu morta em 1825 e para resgatar o orgulho de suas origens
o museu é o primeiro do estado e começou na casa dela. há 2 anos está em uma estrutura pública, que estava inutilizada há 30 anos.
Lúcia é liderança e guardiã do Museu.
"Nós ainda resistimos. Temos que parar de dizer que aqui (o RN) é um cemitério de índio", disse em entrevista
dia 13 - Vanda Witoto
técnica de enfermagem e liderança do Parque das Tribos, bairro indígena de Manaus com + de 35 povos, seu nome na língua Witoto é Derquine (formiga brava)
na pandemia, é uma das vozes cobrando o direito à saúde dos povos do AM
Guarani da aldeia Porto Lindo (MS), trabalhou como agente de saúde da sua aldeia e retomou os estudos convencionais para se especializar em magistério indígena, no curso de Licenciatura Intercultural da UFSC
Sandra hoje é doutoranda em Antropologia Social pelo Museu Nacional da UFRJ
mês passado, Sandra se tornou a primeira mulher indígena a ser curadora de artes do MASP. sua presença será crucial pro projeto Histórias Indígenas, que acontecerá em 2021
indígena tbm faz música contemporânea! por isso separei alguns artistas de vários lugares do mundo pra vcs conhecerem e ouvirem.
lembrando: tá chegando ao fim a campanha de financiamento coletivo do Yby Festival de Música Indígena. vai ser em SP ✨
BRASIL: Gean Ramos
da etnia Pankararu, pernambucano, o violeiro foi indicado ao prêmio internacional Indigenous Music Awards em 2018 na categoria Melhor Artista Internacional. ele vai estar no Yby, e recomendo que vejam. tbm traz repente no seu repertório ao vivo.
Gean é músico autodidada, tem quase 20 anos de carreira e segundo ele sua música “retrata a vida moderna do povo indígena e quilombola que dirige carro, faz faculdade e continua mantendo sua tradição, respeitando os mais velhos e as crenças”
tuitei isso no dia da consciência indígena, e rendeu. assunto espinhoso, faz 3 anos que escrevo sobre e não termino, por isso resolvi desafogar aqui. texto completo vem em alguns meses por conta de um projeto.
é difícil saber por onde começar, mas já deixo claro que o raciocínio parte de uma perspectiva amazonense/nortista
isso pq o norte: 1) tem um histórico de colonização bem diferente das regiões costeiras
2) tem maior concentração de população indígena (declarada)
e, pior:
3) ainda sofre com uma mentalidade de "colonizado", enquanto o sul/sudeste ainda tem esse papel "colonizador". o que ganha voz (e o que já tem voz, como a academia) no sudeste, invariavelmente é tido como o padrão. com essa discussão não é diferente.