Acho muito louco que fazemos dezenas de horas de discussão com nossos pares, mas na hora de publicar paper é só referência grande, muito geral e EUA/Europa. Como se as ideias tivessem mesmo vindo todas de lá.
Me incluo nessa, embora em comparação com muitos amigos acho que faço um esforço bem maior pra documentar nossos debates. Tem algumas coisas que fico bem chocado de ver, é um apagamento total do processo de construção do material.
Chego a duvidar se vale a pena mesmo debater.
Não sou nada purista com nada, inclusive com ficar marcando quem é citado e tal. Mas é bizarro isso que fazemos com nós mesmos. Pessoa participa de n GTs e afins e só consegue citer gente de fora e os autores principais, sem referir ninguém q ajudou a construir.
Acho doido que vários debates gringos (e nada contra trazer pra cá) são documentados como debates gringos apenas, como se nós não estivéssemos fazendo o mesmo debate aqui há anos e bem!
Cansei. Cansaço mesmo.
Também já enchi o saco de carreirista que só pensa em si mesmo e só esteve pensando em aliança cada vez mais ampla pra alimentar o próprio ego.
E por tabela já tô cancelando (rs, brincadeira) quem elogia eles como se fossem gênios e não simples narcisistas.
Na real, isso me desmotiva a seguir fazendo debates e alianças. Pra quê? No final, é sempre a mesma mesmice.
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A ideia de compor uma grande frente para enfrentar o bolsonarismo na eleição da Câmara era uma simples decisão tática. Diante do fascismo explícito, seria preciso neutralizar com todas as armas possíveis. A mais efetiva seria juntando todo mundo que fosse possível.
A decisão do PSOL de lançar Erundina nunca foi realmente relevante (nem comentei, que eu lembre), pelo tamanho do partido. Foi apenas relevante para definir que papel o partido quer cumprir: marcar posição ou fazer parte de decisões negociadas efetivas?
Alguém pode dizer: mas a esquerda teria ficado em segundo lugar (o que duvido por traições, rixas etc). Beleza. Mas nunca poderia ter vencido. A única chance de vencer era compor uma frente parlamentar com um acordo em torno a pontos mínimos contra os interesses do Planalto.