Morreu hoje Daviz Simango, prefeito da cidade da Beira, a maior do centro de Moçambique. Foi o primeiro político que entrevistei. Estávamos no segundo dia do ano de 2020, e eu havia ido a Moçambique ver como estava a reconstrução por lá após o Idai.
Lembro dele respondendo minhas perguntas com calma e com a concatenação habilidosa das palavras, mas aparentemente muito cansado. Talvez, imaginei eu, exaurido por tentar levantar uma cidade devastada por um ciclone, ou talvez consumido pelas disputas políticas moçambicanas.
Filho de um importante líder da luta contra o regime português executado pelo governo pós-independência, Daviz fez parte da Renamo, principal oposição do governo Frelimo, mas fundou em 2009 seu próprio partido, agora sua herança política para o país. +
Há vinte e poucos dias, ele deu uma entrevista a DW, dessa vez falando sobre os impactos do ciclone Eloise, que passou pela Beira no fim de janeiro, e que fez a recuperação pós-Idai retroceder mais alguns passos. Segundo o Público, Daviz estava internado na África do Sul por +
"insuficiência respiratória", mas os testes de Covid-19 deram negativo. Acabou sofrendo um parada cardíaca. Deixa a política moçambicana um pouco mais plural, além de algumas palavras nesta reportagem que fiz para a folha.
são tristes demais as notícias de acidentes em estradas. ontem, em Minas, 18 pessoas morreram. no último dia 25, 41 vidas perdidas em São Paulo numa das maiores tragédias rodoviárias do Brasil, que ganhou manchete no site da folha por algumas horas, até +
a chegada das reportagens sobre a morte de maradona. questões de mídia. mas acho dificil mesmo transmitir pelos jornais o que esse tipo de morte implica. minha avó, meu tio e minha tia morreram numa batida na estrada, numa manhã chuvosa. meu avô, que dirigia o carro +
e usava cinto, sobreviveu. minha prima (três meses de idade), também. o outro motorista estava embriagado. mas ainda hoje, quase trinta anos depois, o acidente ainda vive entre as conversas da família. quando eu e minha mãe dirigimos pelo largo em curitiba, ela costuma apontar +