Não se sabe números exatos de pessoas que atuaram no meio futebolístico que contribuíram com as atrocidades cometidas pela Junta Militar. Mas a história de Kairuz é curiosa, pois quando jogador marcou Pelé. Siga o fio e conheça Kairuz, treinador de dia e repressor à noite.
Em 16 de janeiro de 1966, o Santos visitou Tucumán e realizou um amistoso contra a Federação Tucumana de Futebol (combinado de jogadores do Atlético e San Martín) no Monumental. Juan de la Cruz Kairuz, à época com 20 anos, chamou atenção pela forte marcação em cima do Rei.
"Tive a sorte de jogar em Tucumán contra o Santos de Pelé. Joguei na lateral esquerda e pela minha grande atuação, anulando o Pelé na marcação, o Atlanta me comprou por um valor recorde", disse Kairuz, em entrevista concedida para um canal televisivo de Salta, em 2019.
O Morón, clube da zona oeste da Gran. Buenos Aires, a cada ano que passa, recorda a memória de seus torcedores detidos e desaparecidos durante a ditadura. O Departamento de Direitos Humanos entregou um cartão especial de sócio honorário aos familiares de Luis García.
Luis Daniel García, apelidado de Huevo, pegou a paixão pelo futebol através do seu pai racinguista, que tentou fazer o filho seguir os seus passos, mas os amigos fizeram escolher o Gallito de Morón. Luis Daniel, acompanhado de seu pai e irmão, sempre estava presente nos jogos.
Sua presença nas partidas do Morón precisou ser interrompida devido ao Serviço Militar Obrigatório. Anos depois, na década de 70, militou no Partido Comunista e integrou a Federación Juvenil Comunista, além de ser nomeado aos 19 anos como Secretário Político da Regional Oeste.
O Departamento de Cultura e História do Racing lançou, na última sexta-feira (24), em seu canal no YouTube, o documentário curta-metragem ‘Con vos no, Galtieri’, que conta a história de Carlos Caldeiro, um jovem recém-estreado no profissional, que recusou almoçar com Galtieri.
Declarado torcedor do Racing, Galtieri integrava a Junta Militar que, meses depois, assumiria no lugar de Viola, outro genocida. O episódio ocorreu em 1981, quando jogadores foram comunicados pelo treinador Pastoriza de que aconteceria um almoço com o ditador após o treino.
“Avisou um dia antes que viria. Não caiu muito bem, mas era costume dos militares. Cumprimentou os jogadores e entrou em campo. Participaram do churrasco os atletas, a comissão e parte da diretoria. Saiu bem bêbado”, confessou anos depois Rinaldi, presidente do clube em 86 e 87.
Sem sombras de dúvidas, o título da Argentina na Copa do Mundo do México de 1986 é reservado de cabalas, místicas e curiosidades. Há histórias que voltam sempre à tona a cada quatro anos entre os argentinos mais supersticiosos. A Maldição de Tilcara é uma delas.
Os argentinos mais religiosos acreditam que esta maldição persegue a Albiceleste em Mundiais, desde o último título conquistado, há 36 anos. A história não envolve apenas fé e crença, mas também tem um ar de maldição e promessa não cumprida, algo polêmico.
Cinco meses antes do início do Mundial no México, entre os dias 6 e 15 de janeiro de 1986, o treinador Bilardo convocou 14 jogadores para treinarem em Tilcara, cidade localizada na província de Jujuy, cerca 1.400 quilômetros ao norte de Buenos Aires e na fronteira com a Bolívia.
Desde que a Argentina venceu o México na fase de grupos da Copa do Mundo, a atmosfera nas partidas seguintes mudou. O comportamento mudou com a presença maciça de vários barras bravas, com bombons e bandeiras, nos estádios do Catar.
Essa mudança foi percebida logo nos primeiros minutos de partida contra o México, com cânticos atrás do gol defendido por Dibu Martínez. Diferente da estreia contra a Arábia Saudita, na qual foi citado nas redes a falta de apoio dos que acompanharam o jogo.
Comportando como se estivessem em cima das paravalanchas dos estádios argentinos, cerca de cem barras estão acompanhando a equipe de Lionel Scaloni. Afinal de contas, como conseguiram os ingressos e como financiaram a viagem ao país da Copa do Mundo mais cara da história?