Novata na Amazônia, a Gana Gold já faturou mais de R$1 bilhão de reais com mineração industrial de ouro. Outra façanha da empresa é que ela faz isso com uma licença irregular, sem ser incomodada por nenhuma esfera de poder. Segue o 🧶.
O relatório de viabilidade da mina entregue à ANM pela empresa informava que ela iria explorar cerca de 96 kg de ouro por ano, mas, em oito meses de 2021, a Gana já retirou mais de 3 toneladas do minério, faturando R$ 883 milhões, 32 vezes o previsto.
O tipo de autorização dado pela ANM estipula um limite de material bruto a ser extraído do solo. Para cumprir isso, a mina da Gana precisaria ter um teor de ouro de 62 g/t. Só um detalhe, a mina mais rentável do mundo, da Austrália, tem teor de 42 g/t. 🤔 kitco.com/commentaries/2…
A marca bilionária foi alcançada em pouco mais de um ano de operação. Para isso, a Gana Gold utiliza uma estrutura gigantesca montada no meio da floresta, com maquinário pesado e indústria de beneficiamento, pista de pouso e heliponto.
Mas esse aparato industrial todo tem vários problemas. A licença de operação da mina foi emitida pela prefeitura de Itaituba, que só pode licenciar garimpo, uma atividade com impacto ambiental menor. Mesmo assim, a Agência Nacional de Mineração permitiu os trabalhos da Gana Gold.
A licença foi emitida em apenas 9 dias. Na mesma época, o engenheiro/lobista Guilherme Aggens, recém contratado pela Gana, viajou a Brasília com o secretário de Meio Ambiente de Itaituba, Bruno Rolim, para uma extensa agenda pró-mineração. Teve até reunião com @onyxlorenzoni.
O licenciamento deveria ser feito pelo órgão ambiental do @GovernoPara e apenas após autorização do @ICMBio, pois a mina fica dentro da APA Tapajós, uma unidade de conservação federal vizinha da TI Munduruku. Nada disso foi feito.
A Gana Gold não fez o licenciamento pelo órgão estadual, mas teve a sua atividade avalizada pelo governo @helderbarbalho de outra forma. Em fevereiro, o emedebista assinou um acordo com a empresa para "promover" a indústria aurífera no Pará. sedeme.pa.gov.br/noticias/gover…
Lembram da pista de pouso e do heliponto? Pois é, a Gana Gold não tem registro na @oficial_Anac para elas. São estruturas clandestinas.
Imagens: Divulgação/Gana Gold
A Gana Gold também é investigada pela Polícia Federal de São Paulo, suspeita de ser a produtora de uma carga de 39 kg de ouro transportada ilegalmente para Jundiaí no mês passado. gov.br/pf/pt-br/assun…
Professoras de uma escola de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, se fantasiaram no primeiro dia de aula. Mas o que era para ser diversão, acabou em onda de ódio e ameaças transfóbicas contra Emy Mateus Santos. O estopim? Um story do deputado Nikolas Ferreira (PL).
Vem no fio 🧶
Emy Santos, 25 anos, é professora de teatro e dança na rede municipal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Ela se identifica como travesti e ingressou no ensino público em 2024, após ter sido aprovada em concurso.
No primeiro dia de aula de 2025, a escola propôs que as professoras se fantasiassem para receber os alunos de forma lúdica. A proposta foi validada pela Secretaria Municipal de Educação.
A delegada Marília Alencar é apontada como responsável por coordenar a Polícia Rodoviária Federal nos bloqueios nas estradas no dia das eleições. Mas sua participação na estrutura de inteligência golpista pode ser maior do que isso.
Vem no fio 🧶
A delegada Marília Alencar, nome de confiança do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, foi indiciada e denunciada pela PGR por envolvimento na tentativa de golpe.
Ela teria auxiliado no planejamento dos bloqueios nas estradas realizados pela PRF no Nordeste no dia do segundo turno.
Um senador brasileiro viajou aos EUA em voo comercial. Em suas mãos, um projeto de lei: ele queria um 'feedback’ dos gringos para seguir com a votação. O caso brasileiro escancara a luta global para regular a IA.
Em março de 2024, o senador @astropontes, do PL paulista, viajou com uma comitiva de outros parlamentares e representantes brasileiros a Washington. O objetivo? Discutir o projeto de lei brasileiro para regular a inteligência artificial.
Pontes não informou os nomes dos americanos com quem se reuniu, mas publicações nas redes sociais mostraram que a delegação visitou integrantes do governo dos EUA, funcionários de think tanks, e executivos de três grandes empresas de IA: Amazon, Google e Microsoft.
"Pedimos a eles que analisassem a nossa legislação e nos dessem um feedback".
“Eles acharam que eu estava morto e me jogaram lá“. É assim que Ezequiel Ferreira Leite, um jovem negro de 19 anos, descreve o final da sessão de tortura à qual afirma ter sido submetido em um supermercado da rede Coelho Diniz, em Governador Valadares.
“Eles acharam que eu estava morto e me jogaram lá".
É assim que Ezequiel Ferreira Leite descreve o final da sessão de tortura à qual conta ter sido submetido em um supermercado da rede Coelho Diniz, que pertence à família do deputado federal e secretário-geral do MDB de Minas Gerais, Hercílio Coelho Diniz.
A vítima conta que a sessão de tortura ocorreu em novembro de 2023, na unidade Pio XII do supermercado, em Governador Valadares, Minas Gerais.
Denúncias contra Alysson Mascaro vão de estupro a beijos forçados. Vítimas afirmam que o professor se aproximava com promessas de apoio profissional e reafirmava sua influência no meio jurídico – o que fez com que elas ficassem em silêncio. Até agora.
Dez homens acusam o jurista e professor de Direito da Universidade de São Paulo, Alysson Leandro Mascaro, de assédio e abuso sexual. Todos são alunos ou ex-alunos e têm entre 24 e 38 anos.
Os relatos citam episódios que teriam ocorrido entre 2006 e o início de 2024 que incluem condutas inadequadas, beijos forçados e até estupro.
“Um partido para defender a Amazônia” de uma “agremiação estudantil”: vídeo exclusivo mostra como coletores do MBL convenciam as pessoas na rua a assinarem apoio para criação de seu partido Missão.
ASSISTA o vídeo que mostra o momento da abordagem 👇🏼
O episódio ocorreu em julho deste ano na capital paulista e revela a estratégia do grupo para coletar assinaturas: esconder o MBL e apelar para pautas que não são prioridade do movimento.
Em dez anos de história, o MBL não se notabilizou por defender a Amazônia ou políticas a favor do meio ambiente. Pelo contrário, o grupo sempre se alinhou aos interesses do agronegócio.