Ontem eu fiz postagem sobre o #MartinLutherKingDay no Insta conectando com algumas coisas que tenho vivido no presente e vim compartilhar com vcs aqui. Junto com essa ilustra "Martinho Lutero Negro" que é antiga mas eu amo. Segue o fio:
+ Dentre os muitos prints que recebi sobre a polêmica (injustificada) da música "Clareou", um em particular me envolvia pessoalmente e me chamou a atenção. Não vou expor aqui o print, mas segue o diálogo:
"Amigos, é apenas impressão minha ou samba também entrou na música Adventista? Ainda por cima terminando o clipe em frente uma igreja católica e com alguns *aparentando trajes* de pai de santo?"
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"Os trajes aparentando pai de santo é impressão" ++
"Tem um carinha lá de branco e lenço na cabeça que me passou essa leve impressão" | "Essa parte do clipe."
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Junto com essa mensagem havia um print do clipe onde eu aparecia, de trança, bandana e de branco - algo que antes eu evitava fazer justamente para fugir do estereótipo.+
Esse comentário torna evidentes a intolerância religiosa e o racismo aprendidos pelo indivíduo e a triste realidade de que ele não está acostumado a ver pretos sendo quem são e assumindo o que Deus lhes proporcionou como herança — invisibilidade. +
O que temos feito com a diversidade criada por Deus em nossas igrejas?
Isso me deixou matutando o quanto falta ao cristão protestante conversar sobre temas importantes que eram a base do movimento em seu início e precisava se desenvolver a partir dali para se tornar algo melhor+
maior, mais parecido com o Evangelho - ou seja, mais inclusivo. Eu temo que deixamos de reformar, de protestar, de não nos conformar com o mundo. Transformamos de novo o Evangelho em ferramenta de controle, ao invés de libertação.
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Por isso hj é dia de pensar em Martinho Lutero. Não da Alemanha. O de Atlanta.
Aquele que dizia sem medo, em suas teses pregadas em caminhadas e sermões memoráveis: “Temos o dever moral de desobedecer a leis injustas!". Aquele Lutero que tinha, como diz @gladir :
"A palavra na ponta da língua
A história na palma da mão
A esperança, uma força infinda
E ainda mais forte, o perdão
Sua arte é vencer os temores
E os horrores secretos do não
É provar alegrias e dores
E os rigores de alguma prisão
E ainda sonhar com justiça
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...Que é mestiça de paz e de pão
Ele é Negro! Martinho Lutero negro!"
Que a reforma não morra em nossas igrejas decoradas com a imagem de um Deus limitado pelo poder do homem a uma imagem branca, eurocêntrica e que persegue as diferenças.
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Um líder cristão realmente preocupado com sua igreja coloca as pessoas acima da regra, pois a regra na Bíblia existe para cuidar das pessoas, não p/ definir qual merece ou não um espaço na comunidade. Se for por merecimento, ninguém fica. Por isso o julgamento não é nossa tarefa.
+ isso está claro em TODO o Ministério de Cristo, está claro no episódio das Parteiras em Êxodo 1, de Raabe em Josué, e por toda a Bíblia. Os pecados que incitam a ira de Deus são pecados de injustiça, opressão e violência de qualquer forma. Mas e a disciplina eclesiástica? Bem +
Os textos que baseiam o princípio da disciplina eclesiástica estão rodeados de parábolas sobre perdão e aceitação. A disciplina é para se aplicar em uma comunidade onde todos se sintam à vontade pra cumprir o princípio de Tiago de confessar uns aos outros, mas isso só é possível+