Thread by @HomeroMarchese

Os petistas parecem ter esquecido o que fizeram nos verões passados. Eles estão na imprensa dando palpites sobre a política econômica, dizendo que a volta do ex-presidente Lula seria a solução de todos os problemas. ++

Mas não se deixe enganar pelo discurso de ocasião da esquerda, que tenta se aproveitar dos desequilíbrios econômicos gerados pelo aumento do preço das commodities (como petróleo, grãos e minérios) e restrições de ofertas nas cadeias globais de produção.

A pandemia teve grande influência sobre o cenário atual e isso é um fato.
O discurso do ex-presidente, porém, contribui para aumentar os riscos futuros e representam um retrocesso da política econômica por três motivos:

1) Em mais de uma oportunidade, o petista sinalizou que pretende acabar com o teto de gastos. A medida serve como âncora fiscal e demonstra para os agentes econômicos (do megaempresário ao pequeno comerciante de bairro) o comprometimento do governo em não gastar mais do que

arrecada, evitando a emissão de títulos e aumento da dívida pública que, consequentemente, levam ao aumento da inflação e juros mais altos. Lula esquece que o descontrole fiscal começou no seu mantado e se agravou no governo de Dilma Rousseff,

com as desonerações tributárias à indústria, sem contrapartida.
2) Recentemente Lula atacou a autonomia do Banco Central aprovada no Congresso. O Banco Central funciona como a última linha de defesa para colocar a estabilidade macroeconômica nos eixos quando a política fiscal

está deteriorada. É muito importante ter uma autoridade monetária que possa perseguir a estabilização de preços, independente de quão amargo será o remédio. Principalmente quando a situação fiscal está em frangalhos e a inflação está descontrolada. Você consegue imaginar quais

são as consequências de um governo que no passado deteriorou a situação fiscal do país tendo, dessa vez, poder ilimitado sobre a autoridade monetária?
3) O ex-presidente tem reiterado o seu desejo do Estado ter maior presença na indução dos investimentos privados e expansão da

política fiscal, ou seja, aumentar os gastos e a dívida pública. Vale relembrar o fracasso da política dos “campeões nacionais”, os desembolsos bilionários do BNDES para financiar esse programa e dos conhecidos casos de corrupção envolvendo a Odebrecht, por exemplo.

Tudo que o Brasil não precisa é uma maior presença do Estado impondo regras. Na verdade, deve-se buscar um ambiente político e econômico que favoreça o setor privado.