Entre 1999-2002, trabalhei no escritório do Greenpeace em Manaus na campanha da Amazônia. Na época, fomos acusados de servir a coroa britânica, financiados pelo príncipe Charles para "internacionalizar e tirar a Amz do Brasil".+
A gente nunca viu 1 libra dessa fortuna aí, mas a desinformação corria via spams por e-mail e replicada em jornais da região. Madeireiros ilegais exportadores e grileiros à serviço das multinacionais da soja espalhavam a mentira para insuflar grupos locais contra nós.+
Entre 2004 e 2010 a pressão cresceu, com discursos governamentais chamando ambientalistas de "anti-patriotas" e contrários ao desenvolvimento do país, por questionarmos obras de alto impacto como as usinas do Madeira e Belo Monte, BR 163, Porto graneleiro em Santarém +
No mesmo período, a fronteira agrícola na Amazônia se expandiu com as grandes traders da soja e do gado puxando o correntão sobre a floresta e exportando para EUA, Europa, Rússia e China, dominando nosso superávit. Reparem que o mercado de commodities só tem um lado: o dele+
Os assassinatos de Dorothy Stang (Anapu, PA, 2005) e de Zé Cláudio e Maria (Nova Ipixuna, PA, 2011) foram consequência direta das disputas por terras; essas lideranças tinham apoio de ONGs para que suas lutas tivessem mais alcance - na época, a internet não era sombra do q é hj+
Trabalho há 26 anos em organizações da sociedade civil brasileira. Conheço e sou crítica à várias dinâmicas estruturais do setor, incluindo o financiamento do nosso trabalho, MAS+.
A filantropia nacional é pouca e direcionada a assistencialismo. Recursos para denúncias e protestos são bem limitados e se não fossem as doações internacionais nossa capacidade de organização e resposta seria ínfima+
Nossos orçamentos são nada perto de grandes corporações da mineração e do agronegócio, cadeias globalizadas dominadas por mega empresas que internacionalizam nossa terra, água e mão de obra para exportar commodities a preços baixos, mantendo nosso status de Br-colônia+
Em tempos de #emergênciaclimática e ataques sem precedentes às terras no Brasil, precisamos de compromissos com reforma agrária, demarcação de todas as Terras indígenas e quilombolas, fortalecimento das unidades de conservação e um licenciamento socioambiental impecável+
Isso passa pelo fortalecimento da sociedade civil organizada e não por rachas conspiratórios que só dividem e facilitam o lado dos inimigos. Não à toa, defensores da luta pela terra, ativistas e ONGs tem sido alvo preferencial do bolsonarismo +
2022, gente. Vamos cair na real. Tem uns doze PLs de uso da terra para serem votados pelo Congresso esse ano, antes do Lula ganhar no primeiro turno. Vamo acordá. #Brasil2022
a gente inclusive trabalhava com o Ibama e a Polícia Federal; aqui em expedição na TI Kayapo, na região do Xingu, ano 2001, apreendendo centenas de milhares de toras de mogno ilegal destinadas ao EUA e Europa. foto: Daniel Beltra. E aquele salve pro @fiscaldoibama 
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