Thread by @rodrigomondego

Há 26 anos aconteceu uma das páginas mais tristes da história do Brasil, mas como somos um país sem memória, pouco se fala da data.

Naquele dia, o primeiro a morrer foi um senhor surdo q não correu pq não ouviu o barulho dos tiros. Ele foi atingido no pé e depois na cabeça.

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Um dos últimos a morrer foi uma jovem liderança, Oziel Pereira, de 17 anos. Ele se refugiou em uma casa, mas foi encontrado, algemado e arrastado pelos cabelos até o ônibus da PM. Seu corpo apareceu no IML, assassinado com um tiro na testa, à queima roupa.

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Esses 2 juntamente com outros 19 camponeses foram assassinatos esse dia. Segundo o legista Nelson Massini, que fez a perícia dos corpos, pelo menos dez vítimas foram executadas à queima-roupa. Sete lavradores foram mortos por instrumentos cortantes como foices e facões.

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Esse fato ficou conhecido como o MASSACRE DE ELDORADO DOS CARAJÁS. Todos os mortos eram trabalhadores sem terra.

Eles reinvidicavam as terras da Fazenda Macaxeira q era improdutiva. Para isso iam em marcha a Belém em uma viagem de 900 km. Mas no meio do caminho foram parados.

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Segundas as investigações, fazendeiros da região e os donos da Fazenda Macaxeira pagaram propina p/ Policiais Militares matarem as lideranças do MST.

E foi justamente a PM q além de impedir a continuidade da marcha, executou os 21 camponeses e deixou outros 79 feridos.

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Dos 155 Policiais Militares envolvidos, apenas dois foram presos em 2012, Coronel Pantoja e Major Oliveira.

Pontoja morreu de Covid em 2020, ele cumpria prisão domiciliar e usava tornozeleira eletrônica.

Nenhum fazendeiro ou político envolvido com crime foi condenado.

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Capa do Jornal do Brasil da época.

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