Ontem o assunto foi a compra to Twitter pelo bilionário Elon Musk. Não consegui ler as análises, opiniões e muito menos falar sobre isso "em tempo real". A vida não se resume ainda às redes sociais. Hoje o tema já tem gosto de comida velha. Mas, arrisco breves comentários👇
1 - Musk é mais um expoente dos fundamentalistas da liberdade de expressão. Para ele, não deve haver limites, o que significa que não deve haver qualquer tipo de moderação sobre o que se diz nas redes sociais. Outro defensor dessa tese é o presidente Bolsonaro.
2 - A liberdade de expressão tem sido usada - de forma tão indevida, oportunista e equivocada - por expoentes da extrema direita, bilionários e representantes do grande capital. A economia atual é dinamizada pelo modelo de negócios que usa o discurso como mobilizador da atenção
3 - E o que chama mais atenção é o discurso de ódio, é o preconceito, é a polarização social baseada em grupos que se comportam como torcedores raivosos e não como cidadãos que discutem temas de interesse público e social
4 - Somos todos sugados pela força centrípeta dos estímulos incessantes provocados pelas redes de alienação e agimos como autômatos reproduzindo, curtindo, compartilhando conteúdos que reforçam a visão do meu time, grupo e dos meus pré-conceitos.
5 - Nesse processo monetizamos toda a economia assentada nas plataformas. Vendemos nosso olhar, nosso corpo e alma e compramos produtos, serviços e ideias, sem qualquer reflexão. Ajudamos a curto circuitar a esfera pública e a desintegrar qualquer possibilidade democrática
6 - Elon Musk disse que comprou o Twitter para defender a liberdade de expressão. Mas na verdade o propósito do bilionário é acabar com o pouco de conquistas que a sociedade obteve no processo recente de pressão para que as Big Techs desenvolvessem algum contrapeso para reduzir
7 - a disseminação de desinformação e discurso de ódio. O princípio da inimputabilidade do intermediário, tão importante para o ecossistema da internet, não pode ser confundido com ausência de compromisso e responsabilidade das plataformas com o debate público.
8 - Por isso, a regulação das plataformas de rede sociais, das Big Techs, a partir de amplo debate público é urgente e indispensável. Musk comprou o Twitter, e pode conduzir esta rede a ser um ambiente de afronta a direitos humanos fundamentais e de menosprezo com a democracia.
9 - Mas, se aprovarmos uma lei no Brasil, ele será obrigado a cumprir as regras estabelecidas se quiser manter sua atividade no país. O dinheiro pode comprar quase tudo, mas não podemos deixar que ele compre também nossa soberania, a proteção à nossa democracia e esfera pública.
10 - Mais do que nunca devemos retomar o debate sobre o #PL2630 e reforçar nele todos os elementos que dizem respeito diretamente as obrigações e regras para que as Big Techs atuem no Brasil. #RegulaçãoDePlataformas
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1) É triste ver pessoas que nunca participaram de nenhuma discussão sobre o #PL2630 entrarem na onda da chantagem e da desinformação criada pelas Big Techs, pelo Google em particular, para impedir que projeto que as regule seja aprovado. Segue o fio👇
2) Entidades que lutam pela democratização da comunicação estão há 2 anos acompanhando a tramitação do #PL2630 relatado na Câmara pelo Deputado @orlandosilva Depois que o @googlebrasil começou a atacar o projeto, alguns veículos do campo progressista passaram a atacar tb.
3) @AttuchLeonardo e @brealt e outros estão dizendo que o PL não deveria ser aprovado porque ele só beneficia a Globo. Não é verdade. O projeto traz obrigações para que essas plataformas monopolistas atuem no Brasil. Vou explicar: