O que temíamos se confirmou. Perdemos mais dois soldados da luta a favor dos donos da terra, os indígenas. Bruno Pereira,indigenista pesquisador a serviço da FUNAI e exonerado do órgão por Sérgio Moro; Dom Philips,jornalista inglês que estava em pesquisa para o seu próximo livro:
"Como salvar a Amazônia" - e essa é a pergunta que fica. Como salvar a Amazônia, em um país governado por gente de interesses contrários?
No carrossel, minhas fotos com povos indígenas do Tocantins, onde há anos realizo um importante trabalho.
Eu também estou aqui para proteger, exaltar e defender os indígenas. Muitos outros cidadão, estudiosos, pesquisadores, indigenistas, entusiastas estão aqui para isso. Mas até quando estaremos? Até quando conseguiremos trabalhar sem morrer?
A Amazônia se tornou um lugar violento embaixo do nariz do presidente. Enquanto a equipe dele "passa a boiada", o pulmão do mundo é também o ralo por onde escorre o sangue de quem tenta salvar o nosso patrimônio. No Governo Bolsonaro, a cada ano, cresce o número de indígenas
assassinados cresce o número de balsas de garimpo, cresce o desmatamento. Vemos tudo isso acontecer acreditando que é o melhor dos cenários, porque o pior é a morte. E, por cima da morte, a incerteza, o descaso.