História da Consciência, #pt2
1/15 Lá vem história, a q explica pq, em geral, a gente consegue ser racional e bonitin no mercado só qdo tudo está lindo e em tendência. Qdo a barata voa, td mundo cola a bunda na parede e esquece toda teoria sobre "comprar com o sangue nas ruas".
2/15 O medo é mais forte que a gente. A dor é mais forte que a gente. E a dor da dor dói bem mais que o prazer do prazer é bom (um dos grandes achados da economia comportamental)
3/15 Ao manipular os sentimentos do animal, o Software de Sobrevivência garante q ele trabalhe sempre em direção dos objetivos dos genes. Eles precisam q o animal conserve o máx de energia que puder, então o software deixa modo “exaustão” ligado no máx o maior tempo possível.
4/15 Enquanto tudo estiver bem, o software vai rodar no modo “energy saving”. Mas uma hora, o animal vai começar a ficar com pouca energia, então o software vai lá e roda o programa “fome” até que ela sobreponha o modo “exaustão”.
5/15 Os genes precisam que o animal se mantenha vivo. Então, roda o programa “medo” quando pressente perigo, e o programa “dor” para punir qualquer ação que ameace a sua integridade.
6/15 Agora, para garantir a sua perpetuação, os genes garantem que o programa mais potente do sistema é o programa “tesão”, e sempre que possível ele vai ser ativado ao máximo.
7/15 E é essa sucessão de modos de atividade moldou, ao longo da evolução, todas as formas de vida animal que conhecemos: a vida selvagem.
Essa sistemática da vida selvagem é extremamente estressante para os animais envolvidos.
8/15 Como sabemos, os recursos são finitos na vida selvagem – água finita, comida finita, abrigo finito, parceiros sexuais finitos. Uma espécie, quando prospera, quase sempre o faz às custas de uma outra espécie se dando mal.
9/15 Logo, é uma vida resumida a evitar, o tempo todo, servir de comida para um predador maior, e no tempo que sobrar tentar se reproduzir independente das condições do ambiente. Uma vida de merda.
10/15 Para os genes, esse sofrimento é só mais uma ferramenta útil para garantir a sua perpetuidade, por isso a vida selvagem é repleta de sofrimento. Genes não têm princípios, então a vida selvagem não atende aos conceitos de certo ou errado, de justiça, de direitos.
11/15 É cada um por si, tentando se sair o melhor possível, custe o que custar, nesse jogo que não faz sentido nenhum.
12/15 Aliás, as coisas costumavam ser assim. Até que um punhado de macacos, no meio da savana, resolveu inovar e desenvolver um mega upgrade no software, que nunca tinha sido tentado antes:
Super inteligência.
Epa! E agora?
Segue na #pt3
13/15 Hoje aprendemos o que, He-man?
14/15 A dor tem um papel muito mais relevante como mecanismo de controle do que o reforço positivo do comportamento pelo prazer. O reflexo disso na nossa conduta é que é o tal grande achado da economia comportamental que eu falei.
15/15 Que explica por que a gente assume prejuízos enormes pra não assumir da dor de um stop numa posição, ou fecha cedo demais posições vencedoras por medo de perder tudo o que se ganhou.
Essa historinha vai virar SUPERSUBTHREAD só aqui na sua Cigana predileta
1/11 Serinho errante, vc n tem ideia da quantidade de besteira que faz só pelo simples fato de ser um macaco. Só que tem muita, muita história nesse meio caminho até a gente chegar nesse ponto. Então, vamos começar A GRANDE THREAD DA SUA VIDA.
Thread #1 – afinal, quem somos nós?
2/11 Ok, a gente tenta de todas as formas esquecer que somos macacos, mas problema não é nem que sejamos macacos. O mundo animal não é realmente um mundo animal.
Basicamente 90% da literatura sobre riqueza e autoajuda humanas (DataCigana, 2022) se fundamenta em delayed gratification. Em ensinar os errantes a abrir mão de um prazer instantâneo em troca de um benefício futuro.
Só que a Cigana compreende que nós não somos muito mais do que macacos evoluídos, em cuja história evolutiva a consciência e a capacidade de se guiar pela razão, e não pelos instintos, é bem recente. Jung diz isso: a consciência humana é muito nova e, por isso, frágil.
Delayed gratification é o pináculo das habilidades cognitivas humanas. Só que vender essa estratégia não combina muito com o ambiente de redes sociais, nem com a nova economia da informação. Explico.