Thread by @CascioCardoso

A demissão de Guto Ferreira causa uma insegurança grande devido à posição do Bahia na tabela e a dificuldade que o clube tem em movimentos de mercado. Às elocubrações: Bahia, dos últimos jogos, só nos permite dizer confortavelmente que jogou bem mesmo contra o Operário.

O desempenho vem sendo abaixo da pontuação e as vitórias contra Ponte, Criciúma e Sport deram pistas que os 100% em casa iriam cair em questão de tempo. Jogos não poderiam ser decididos o tempo todo pelo imponderável. E o Bahia passou a depender dele (o imponderável)

Porém, existe uma grande dúvida sobre o percentual de responsabilidade de Guto Ferreira e da (falta de ) qualidade das peças do elenco nesse desempenho ruim. Não foi, normalmente, problema de postura. Foi falta de qualidade.

Os laterais não fazem o básico. O time achava que tinha centroavante mas ele ainda não estreou na B. Rodallega até agora tem atrapalhado mais que ajudado na B. Jogadores na fase ofensiva lembram bonecos de dar corda, correm e chutam sem coordenação com uma frequência inaceitável

O Bahia, muitas vezes, em vez de “matar o placar”, se cansava da própria ineficiência, baixando a guarda após o sprint sem conseguir vantagem que permitisse a falta de fôlego não causar danos. Guto fez escolhas ruins de escalações e vinha se mostrando esgotado emocionalmente.

A ponto de ter ofendido um torcedor após um jogo, de fazer “retrovisor” na coletiva após vencer o Operário para defender escolhas evidentemente ruins, como a escalação contra o Criciúma. De, aparentemente, tirar jogadores “na raiva” por falhas individuais.

O fato é que, com elenco cheio de buracos e sem força decisiva no ataque, o Bahia, com Guto se colocou de forma tão confortável na tabela que ainda não está “à beira” de deixar o G4. No bufo-bufo, mas Guto sempre teve esse traço. Do jeito dele, entregava o objetivo.

Vale lembrar que entre todos os técnicos dos 5 primeiros, Guto parecia o mais estável ao lado de Pezzolano, do Cruzeiro. Zé Ricardo(que saiu antes de cair), Roger e Dal Pozzo sofrem pressão maior e com a instabilidade constante. Seguram-se na possibilidade de entrar / ficar no G4

O Bahia se antecipa e entende que Guto esgotou seu trabalho. Não achou isso nas derrotas sofridas contra Ponte, Criciúma e Sport e sim nas derrotas seguidas em casa chutando mais que seus adversários ao gol. Receio que seja mais uma decisão tomada pela emoção do placar do jogo.

Se o Bahia vai crescer com o substituto de Guto, não há como cravar agora. A janela de transferências vai dizer muito sobre o acesso. Porém, não há como negar que o Bahia abriu “mão” de um técnico com histórico de sucesso na B, o buscando um algo mais.

Para mim , que estou “ de fora”, me parece mais arriscado demitir Guto Ferreira hoje do que mantê-lo. A decisão, neste momento, mesmo com todas as ponderações feitas acima, me preocupa.