Verdita Cot 💚 Profile picture
Aug 8, 2022 177 tweets 30 min read Read on X
Um novo caminho. Parte 1/?

#kacchako #izuocha +18 drama, angst, morte de personagens principais, final feliz.
SPOILERS #/bnha362

Algo mudou em Uravity ao ver tantos heróis caídos. Ela entrou pela porta do hospital, após meses, sabendo que Deku e Bakugou finalmente acordaram.
Uraraka já sabia que não seria fácil o dia de hoje. Ela foi fraca e admitiu que, desta vez, não suportou ver seus colegas daquele jeito.

A cidade estava em ruínas, mas não tanto quanto os corações dos que tiveram que reconstruir a cidade e carregar seus heróis desfalecidos.
Kirishima estava segurando a porta da recepção do hospital aberta, esperando pacientemente o caminhar reflexivo dela pelo estacionamento.

Uma troca de olhares, um pequeno sorriso e nenhuma palavra até que eles chegassem ao elevador.
"Eu vou vê-lo em seguida", avisou Ochako, quando desceu no 4º andar, o andar onde estava Deku.

Kirishima acenou com a cabeça, deixando seu rosto cair enquanto a porta do elevador fechou-se e voltou a subir.
Ela então tomou fôlego, agarrou as alças da mochila e caminhou até a 3ª porta à esquerda, caminho que já havia decorado.

"Uraraka-chan! Obrigada por vir, ele vai adorar falar com você"

"Oi, Midoriya-san."
Ela retribuiu o sorriso de comprimento da mãe de Deku, que entrou para anunciar sua chegada. Brevemente ela voltou, acenando para que ela entrasse.

Inko estava com olheiras pretas e profundas, sua feição marcada pela preocupacão. Uraraka acompanhou a pequena mulher até a cama.
"Uraraka! Você está bem? Não se machucou??"

"Deku... Eu-eu estou bem! Olhe pra você!!!"

Ela não pode resistir a estander as mãos para ele, que retribuiu com um aperto suave. Eles ficaram se encarando por uns segundos, olhares sinceros mostrando um pouco de tudo.

Dor, alívio...
Deku parecia realmente ótimo. Novo em folha, exceto por alguma bandagem em seu braço esquerdo.

Graças ao poder do One For All, sua recuperacão havia sido incrível, e mesmo tendo ficado em coma induzido por 5 meses, ele parecia não ter passado por nada mais que algus arranhões.
"E os outros? Como estão?", eles finalmente soltaram as mãos.

"Você já sabe sobre...", Ochako pode ver Inko segurar o coração e prender o ar.

"Kacchan? Sim. Me disseram que ele não está nada bem, mas ainda não fui autorizado a visitá-lo", Deku baixou a cabeça, desolado
"Momo está quase 100%! Ela gastou toda a energia que tinha, mas voltou a ganhar peso essa semana e se recuperou bem das cirurgias e tal".

"Bom! Isso é muito bom."

"É..."

Ambos ficaram em silêncio por mais um tempo.
"Escuta, Uraraka... Como foi... quem? Você pode me contar algo?"

A mãe de Deku interveio: "Filho, os médicos disseram que não te fará bem ouvir essas histórias ainda. Temos que aguardar o psicólogo para acompanhar vocês e..."

"Mãe, eu preciso saber...", ele suplicou
Ochako respirou fundo e colocou a mão sobre o ombro de Inko, acalmando-a.

"Midoriya-san, eu conversei com a equipe e também estou em acompanhamento. Eu acho que eu sou a melhor pessoa para isso no momento..."

Inko acenou com a cabeça positivamente, já segurando as lágrimas.
Uraraka puxou uma cadeira e sentou-se em frente a Deku, que estava tenso na beira da cama. E então ela contou como havia sido o resgate sobre a plataforma flutuante.

Mesmo que todo o perigo tenha ficado para trás, havia uma cidade para reconstruir e muitos mortos para velar.
O pesadelo poderia até ter acabado, mas as consequências dele ainda perduravam em cada pedregulho revirado pelas ruas.

Uravity e seu grupo de resgate chegaram até a plataforma flutuante no momento de uma grande explosão.

Houve pouco tempo para pensar...
Uma chuva de pedras caia impiedoramente contra a maré alta, afundando o barco de resgare e causando ainda mais caos e desespero.

Ela não pensou duas vezes, Uravity lançou-se ao ar e segurou a maior parte da plataforma da maneira que pôde.
Ainda que não conseguisse flutuar algo tão enorme, ela foi capaz de desacelerar a queda para dar mais tempo aos heróis que estavam em baixo.

Froppy e sua equipe de monções já estavam preparados para resgatar todos que caíssem na água rapidamente.
Evitando afundar, no último instante, Uravity escalou rapidamente a plataforma, náusea e tontura praticamente à cegando. Ela correou como deu, tocando nas pessoas que encontrou pela frente e as flutuando para o ar.

Sua cabeça rugia e seus pulmões ardiam ruidosamente.
Ela pode assistir Creati usando o último ar de seus pulmões para gerar um grande bote salva vidas. Ela chegou a tempo de segurar sua amiga...

"Bakugou... Procure ele! Salve ele, Ochako!!!"

A urgência na voz de Momo a deixou em alerta máximo, e sua adrenalina a despertou.
LeMillion e Suneather passam por ela carregando Nejire e Deku, e seu coração se aliviou por um instante.

Deku estava à salvo.

Então, algo chamou sua atenção e ela bateu no peito, flutuando-se com um grande impulso para o próximo montante de plataforma destruída à frente.
Ela pôde ver um pedaço da máscara de Dynamight caindo pelo céu, como se tivesse acabado se ser lançado ao ar.

Correndo naquela direção, ela alcançou a localizacão antes do tecido tocar o chão. Seguindo o fio de tecido ligado ao pedaço de pano, estava Best Jeanisti...
O herói estava deitado sobre algo, suas costas arrebentadas, com uma fratura exposta na costela mostrando o pedaço de osso por uma de suas laterais.

Uravity correu e tocou nele com cuidado, flutuando-o levemente e guiando seu corpo para erguê-lo no ar quando....
"BAKUGOU!!!", ela gritou.
De volta ao hospital ela respirou fundo e alertou Deku antes de prosseguir: "Ele nunca mais será o mesmo. Mesmo com todo tratamento médico que recebeu, os médicos disseram que é um milagre que ele ainda esteja... vivo"

Apreensão cruzou o rosto de Deku, e ele questionou...
"Por que eu não posso vê-lo, Uraraka?"

"Ele... Não quer que ninguém o veja", ela suspirou. A única pessoa que o viu de nossos amigos fui eu, porque eu o carreguei até o hospital"

Ochako estremessia só de se lembrar.
"Eu não podia deixar mais uma pessoas que eu carreguei nos braços morrer, Deku. Eu fiz tudo o que eu podia para chegar o mais rápido possível"

Era impossível conter as lágrimas. Já não bastasse a situação que ela encontrou NightEye antes dele partir...
Uravity pôde sentir o corpo de Bakugou esfriando em seus braços a cada segundo.

Ela ignorou o mundo ao seu redor e voou, um ruído branco de seu coração batento ecoando em seus ouvidos.

Se alguém à viu, falou com ela ou tentou ajudar, ela não se lembra.
Ela só parou quando aterrisou dentro do terreno do hospital. Ela havia imobilizado o braço destroçado dele contra seu corpo, deixando-o leve o suficiente para carregá-lo no colo.

Somente quando a equipe médica a sacudiu um pouco, ela acordou de seu transe de horror e soltou-o.
A maca foi arratada pelas portas da emergêcia. Ela olhou empalidecida para os cabelos sujos de Bakugou, que não mostrou nenhum sinal de vida em momento algum.

Ela o perdeu? Ela perdeu mais um herói?
Arrastando-se pela recepção, ela se viu refletida nas portas de vidro da entrada. O uniforme de Uravity era uma representacão de puro terror.

Vermelho sangue derramado em toda sua fronte.

O sangue de um herói. O sangue de Bakugou...
Quando Deku a despertou de seu transe, ele abraçou seus ombros com cuidado e acariciou suas costas.

"Ele não deixou nem Kirishima vê-lo. Os médicos disseram que ele precisava falar com alguém sobre isso.", continuou Ochako.
"Ele me disse que eu poderia tê-lo deixado morrer como um herói e que eu estraguei tudo"

Ochako começou a chorar soluçante, e Deku tentou consola-la.

"Kacchako pode ser meio cabeça dura às vezes. Tenho certeza de que ele vai deixar isso de lado quando voltar para a UA"
"Deku...", Ela respirou fundo e levantou-se, segurando-o e fazendo-o olhar bem pra ela "Não é fácil o que eu vou te dizer, então esteja pronto para isso..."

E apenas alguns segundos depois, ela deu-lhe a tão tenebrosa noticia.

"Alguns de nós não vão retornar para UA..."
"Ba-Bakugou não pode mais usar seus poderes, ou o coracão dele explodirá"
O herói Deku entrou em estado de choque.

"Não... Não pode ser. Ele não"

Uma aspiral vertiginosa atingiu-o com uma força e o fez apenas correr.

"Deku, não, espere!!!"
Não importa o lugar desse hospital onde Bakugou estivesse, Deku teria que entrar lá e gritar tudo o que estava preso em sua garganta.

Depois de tudo o que ele provocou, puxou, empurrou... ele não pode simplesmente deixar de ser um herói. Desistir assim, sem mais ou menos.
Uraraka o alcançou, mas foi tarde, ele havia lido o nome de Kacchan no quadro central dos corredores. Ele precisava só subir 1 andar e estaria lá.

"Deku, pare, ele não quer que você vá lá! Você não entende o que significa para o orgulho dele? Ele está acabado, Deku..."
"Não, Uraraka, você está enganada!!!" Deku perdeu a cabeça e empurrou a heroína para o lado, com certa força, mas sem machucá-la "Eu passei 5 meses numa cama, eu preciso vê-lo agora! Eu o conheço, eu só preciso desafiá-lo... Ele vai tirar essa ideia da cabeça"
"Não é uma ideia, Deku! Pare, agora!", por mais que ela gritasse de volta, Deku simplesmente brilhou como um raio, deixando-a para trás nas escadas de emergência.

Quando ela finalmente alcançou a porta da UTI de Bakugou, ela viu Kirishima caído no chão, atordoado.
Ela ajudou Kirishima a levantar-se e rapidamente eles entraram no quarto, parando logo atrás de Midoriya.

"Kac...chan"

Os três estavam paralizados.
Continua...
Um novo caminho. Parte 2/?

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Os três heróis parados naquele quarto de hospital prenderam a respiração pelo o que pareceu ser 1 minuto inteiro.

Dois enfermeiros estavam limpando alguns ferimentos do corpo de Bakugou com gaze e algum fluídos, e ele se encontrava de olhos fechados e sobrancelhas franzidas.
"Izuku?", perguntou Mitsuki Bakugou, levantando-se de uma poltrona no canto mais distante da sala. "O que você faz aqui?"

"Me desculpa Sra Bakugou, eu tentei impedir, me desculpe", suplicou Ochako com preocupação jenuína em seu susurro.
"Por que eu não deveria vê-lo?"

"Porque ele não quer, Izuku. Tente entender, ele já sofreu demais", respondeu a mulher alta e loira, protetivamente colocando-se ao pé da capsula de suporte de vida e tampando a visão de Deku.

Ele então baixou a cabeça e deu um passo para trás.
Um apito agudo soou na sala, supreendendo à todos. Uraraka correu para o painel lateral ao aldo da cama e pressionou um botão.

Um som de respiração quebrada soou por um alto falante eletrônico vindo de algum lugar próximo a Uraraka.

"Calem a boca...", soou a voz metalizada.
Os enfermeiros se afastaram, deixando que os demais pudessem se aproximar mais.

Deku e Kirishima aproximaram-se com certa cautela, olhos arregalados para observar por cima da redoma de vidro que a pouco havia sido fechada.
Lá estava Bakugou, deitado imóvel dentro de uma UTI capsula.

Metade de sua cabeça havia sido raspada, e lhe faltava parte do rosto. Um de seus olhos já havia sido substituído por algo eletrônico mas a pele em torno do mesmo ainda era estranha, enrruga e retorcida
Um tubo grosso lhe cruzava a garganta, mantando sua boca aberta. E havia uma série de cabos conectados a um burado em seu peito.

De seu lado direito, havia apenas um toco enfaixado do que um dia havia sido seu braço.

Bakugou falava, mas sua boca não mexia.
"Satisfeito?", disse ele. Deku e Kirishima olharam espantados para Mitsuki e Uraraka, e a segunda respondeu a pergunta silenciosa.

"Ele fala por um dispositivo conectado em seu cérebro, que reproduz a voz dele no alto falante. É como a máscara do Shinsou, simula a voz dele"
Os olhos de Deku encheram-se de lágrimas, e Kirishima desviou o olhar com as mãos em punhos.

"Eu estou acabado. Você venceu, Deku"

"Não! Pare com isso Kacchan! Você vai se recuperar. Nós temos a Eri! Eu tenho certeza de que ela pode ajudar..."
"Na verdade a pequena Eri já ajudou no que pode" explicou, Mitsuki, pacientemente, apoiando no vidro de proteção como se acariciasse o próprio filho. "Ela não pode fazer voltar membros perdidos. Ela apenas voltou o corpo dele e a nitoglicerina de seu suor quase o matou"
Era difícil de compreender a complexidade da individualidade de cara um. Cada corpo era formado para funcionar de uma maneira completamente diferente da outra. Eri ainda era muito nova e inexperiente, e não conseguia simplemente "reiniciar" um copor por partes.
"Quando Eri rebobinou Katsuki, o suor dele afetou as partes do corpo que ainda não estavam totalmente reconstituídas e houve um colapso em seu coração. Ela só conseguiu fazê-lo voltar ao estado que estava e então a equipe médica cuidou do resto"
Mais um ruído de desgosto soou pela sala, e Bakugou apenas mandou todos calarem a boca novamente.

"Bakugou! Você não pode desistir assim, cara", Kirishima sacudiu as mãos, fechando-as em punhos em seguida.

"Acabou pra mim, idiota. Você é cego?"
Mitsuki ficou enérgica repentinamente e começou a gruiar todos para fora "Anda, vamos, ele não pode ficar nervoso pois seu coração ainda está em cicatrização..."

"Uraraka...", chamou ele, e sua mãe apenas acenou com a cabeça para que Ochako ficasse, enquando ela levava os demais
"Estou aqui", ela avisou, ao se aproximar da cabeceira da capsula.

"Você... Esquece o que eu disse"

"Esquecer?"

Bakugou olhou pra ela, uma imagem grotesca e aflitiva de apenas metade face de um herói olhando para ela. Ochako engoliu em seco.
"Eu não queria morrer, eu só não queria perder", ele disse, ainda observando ela "E agora as pessoas olham pra mim com essa cara de merda. Eu acabei comigo e ninguém vai me encarar e me reconhecer como um herói"

"Isso não é verdade, Bakugou."
Ochako puxou o celular do bolso e rapidamente buscou algumas informações, em seguida, ela grudou a tela contra o vidro da cama, mostrando uma manchete de notícias

"Vê? As fotos sua e de Deku estão estampadas em todos os jornais."
"Não há um só herói que não diga que seu ato foi essencial para essa batalha. Graças à você, quando Deku chegou a plataforma, Shigaraki estava desestabilizado"
Bakugou franziu o cenho, tentando focar a imagem com seu olho bom e repetiu as palavra da notícia: "Discípilos de All Might e EraserHead vencem a batalha..."

Brevemente, Ochako pode ver que Bakguou quase sorriu. O canto de sua boca repuxou ao redor do tubo de plástico.
"Viu? Você é um herói reconhecido e todos aguardam sua recuperação"

"Não seja idiota, eu nunca vou sair dessa cama"

"Ah, vai sim, nem que eu tenha que vir aqui todos os dias chutar sua bunda!", disse ela com firmeza.
Bakugou pode ver as pequenas sobrancelhas dela franzidas em determinação. Por uma fração de segundos, ele ergueu a mão em direção a ela mas bateu contra o vidro e recuou

"Você já pode se mexer??", ela gritou

Bakugou bufou, "Acho que foi um reflexo", mentiu.
"Bom, eu preciso ir. Posso chamar Kirishima-kun para falar com você? Ele vem aqui todos os dias te ver"

Bakugou olhou pra ela, pensativo "Como você sabe que ele vem todos os dias?"

A garota coçou a cabeça e respondeu sem graça "Eu venho também, ver todos"

/Todos/, ele pensou.
"Manda o Cabelo de Merda entrar"

Ela riu com o xingo dele e sorriu brilhante quando disse "Bom ter você de volta, Bakugou", e saiu da vista dele.
continua...
Um novo caminho. Parte 3/?

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Quando Ochako estava calçando os sapatos, ela apoiou a mão na parede e esbarrou no calendário.

"Dia 9...?"

Ela pensou em quanto fazia desde as últimas notícias que recebeu de Bakugou. Semanas e mais semanas de silêncio.
"Uraraka!", chamou Deku, ao correr ao seu encontro na calçada de seu prédio.

Havia um tempo que ele a estava vindo buscar em casa, e então ambos caminhavam juntos para trabalho.

Bem, eles tinham tanto no que trabalhar que não havia mais como chamar a UA de escola.
Todos os heróis disponíveis estavam atuando na reconstrução da cidade.

E, se há alguma alegria em meio ao caos, finalmente os pais de Ochako estabeleceram-se em Musufatu. Com toda a experiência no ramo da engenharia civil, eles estava sendo muito bem pagos pelo governo.
"Está um dia bonito hoje", Ochako suspirou, olhando para o céu e relaxando os ombros.

"Uh. É... Eu nem acredito que estamos andando pela rua com nosso uniforme da UA e sem correr nenhum perigo aparente", ele sorriu "A onda de crimes diminuiu muito nos últimos meses..."
"E você, está bem, Deku?", ela o olhou curiosa.

Seu amigo ainda não havia dito uma só palavra sobre nada do que aconteceu. Deku parecia ter implantando o sorriso de All Might em sua cara para nunca mais removê-lo. Ela sabia grande parte do que ele havia passado, entretanto...
Deku parecia estar determinado a não deixar ninguém penetrar em sua fortelaza secreta, deixando à todos de fora.

"Eu estou bem, Uraraka, por que não estaria?"

"Ás vezes você... Não parece o mesmo Deku que eu conheci"
O rapaz parou sua caminhada repentinamente e baixou os olhos. Sua franja verde e encaracolada escondendo suas feições e o peso transparencendo sobre seus ombros.

"Não tem mais como sermos os mesmos, não é?", disse Ochako, virando-se para trás para olha-lo.
"Eu... Não consigo simplesmente seguir em frente depois de tudo o que perdermos", ele respondeu, respirando fundo. "Não posso mais ficar chorando quando eu sou o único que está ileso"

Essa foi a primeira vez que Deku admitiu algo para ela.
O maior herói da atualidade sentia culpa e remorso por não ter salvado todo mundo.

Dali em diante, Deku sempre reservou suas emoções para transparecer paz e tranquilidade à todos ao seu redor, e nunca mais demonstrou nenhum outro sentimendo, nem mesmo para Ochako.
📲 O celular de Uraraka tocou.
"Alô?"

Era Kirishima, do outro lado da linha: "Uraraka! E aí? Escuta, você pode dar um pulo no hospital hoje?"

"Eu? Claro, eu consigo ir de noite!", ela franziu o cenho "Aconteceu algo?"

"Nada demais! Só... venham hoje, está bem?"

"Ok! Até mais"
Ela alcançou Deku, que estava entretido com uma máquina de suco. Ele ofereceu uma lata a ela, que agradeceu, e ambos continuaram a caminhada.

"Kirishima disse para eu ir ao hospital hoje, você sabe algo sobre?"

"Acho que Kacchan vai receber alta"

"Jura?!", ela gritou.
"Mas não diga que eu te contei, haha!", ele esfregou a cabeça.

"Você não quer vir junto?"

"Acho melhor não. Eu estive lá à alguns dias e acho que eu e Kacchan não temos mais nada para falar no momento", ele observou-a de sosláio "Mas aparentemente só você foi convidada"
Ochako cutucou o queixo, pensativa "Acho que Kirishima deve ter ligado para o pessoal"

Mais um bocado de conversa jogada fora, eles finalmente retiraram suas tarefas com a junta organizacional da UA e então partiram ao trabalho.
Continua...
Um novo caminho. Parte 4/?
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Nada como remover prédios inteiros de umas das ruas principais da cidade. Sinceramente, Uraraka estava acabada naquele dia, sua náusea praticamente sendo um chiclete insistente na sola do sapato.

Enxugando o suor, ela foi para o vestiário e lavou-se, vestindo uma muda de roupas.
Geralmente Uraraka usaria seu uniforme escolar, mas ela se sentiu um pouco... comum?

Era algo estranho de se pensar, afinal, seu uniforme era uma vestimenta de respeito e adequada. Mas hoje, ela queria ser ele mesmo.
Ignorando esses sentimentos, ela colocou suas meias de sempre, um shorts amarelo e uma camiseta roxa, amarrada na ponta.

Ajeitando os cabelos no espelho ela se observou um tempinho antes de julgar que estava bom, e saiu rumo ao hospital, como havia combinado com Kirishima.
Ela não sabia bem o que esperar na noite de hoje. Ela estava cansada, enjoada e com pouca energia. Ir para casa seria uma ótima ideia, mas, julgando-se que faziam semanas que ela não via ou não sabia sobre Bakugou, isso virou uma prioridade repentina para ela.
A curiosidade a deixou com a barriga formigando no exato momento que ela cruzou a recepção do hospital. A moça no balcão forneceu um pequeno mapa, em um pedaço de papel, para que ela encontrasse o quarto de Bakugou, que havia saído da UTI intensiva à um tempo.
Assim que o sinal do elevador apitou, ela deu de cara com Kirishima no hall.

"Hey, Uraraka! Chegou bem na hora"

Os pais de Bakugou estavam de saída, cumprimentaram Ochako e despediram-se de Eijirou

"Qualquer coisa, nos ligue, Eijirou-chan"

"Ok tia, pode deixar!"
Uraraka olhou debochada assim que a porta do elevador fechou-se, "Tia?"

"Ah, tava estranho chamar todo mundo de Bakugou, haha", Kirishima coçou a cabeça com um sorriso tímido. "E ela que começou com Eijirou-chan!"

"Achei fofo!", ela brincou.
Uraraka então respirou fundo e perguntou, com cautela: "Bem... Porque estou aqui hoje?"

"Ah, bem... É uma questão de autoestima. Apesar de Bakugou jamais admitir isso"

"Autoestima?"

"É, tipo... Nosso amigo teve uma mudança um pouco brusca em seu rosto."
"Eu disse a ele que ele ficou mais másculo que tudo o que eu já vi na vida depois da cirurgia, mas ele só me mandou à merda"

"Entendo. E no que eu posso ajudar?"

"Ah, é... Eu acho que ele precisa de uma opinião feminina! Sabe? Pra se sentir mais seguro de sair daquele quarto"
"Espera, sair? Ele está de alta?!"

"Sim!", Kirishima deu uns passos pelo corredor e rodopiou de volta "O problema é que ele está enfrentando algum bloqueio psicológico devido a mudança de aparência. A psicóloga disse que seria bom ele ver pessoas aos poucos."
"Tudo mudou na vida dele, Uraraka. Ele não pode usar mais sua individualidade, nem por reflexo, pois o coração dele pode não aguentar." Eijirou suspirou, olhando para o chão."Ele não pode mais ser herói e tem o lance da grande modificação no rosto dele"

"Está... tão ruim assim?"
"Eu não acho que esteja ruim, na verdade" Kirishima abaixou-se perto dela, com a mão escondendo a boca e sussurrando "Ele é mais vaidoso do que a gente imagina"

Ochako riu, e então ficou pensativa "Mas no que /eu/ poderia ajudar?"
Eijirou pensou por uns segundos, como se estivesse reformulando uma frase mil vezes antes de dizer "Sua... opinião é importante pra ele, digamos assim"

Ochako não poderia imaginar o porquê disso, mas se sentiu muito feliz com o reconhecimento.

"Bem, então vamos?"
Uraraka respirou fundo e segurou as alças da mochila. Por um breve momento ela sentiu vontade de conferir seu cabelo no espelho, mas então pensou que isso não fazia sentido.

Kirishima abriu a porta com uma leve batida, colocando a cabeça para dentro do quarto.
"Hey, bro! Temos visita!"

"Mas que caralho...."

Antes que Bakugou pudesse xingar mais, Kirishima escancarou a porta e empurrou Uraraka para dentro, como se carregasse uma tábua.

Um silêncio se instalou entre os três.
Ochako piscou duas vezes, antes do seu cérebro entrar em curto e ela corar. /Malditas bochechas/, ela pensou. Rapidamente ela se lembrou de como respirar e colocou um sorriso brilhante no rosto.

/Seja legal, ele precisa de apoio/ ela disse para si mesma.
Ela sentiu-se como em um campo de resgate, onde seu sorriso e sua gentileza eram essenciais para acalmar todos ao redor. Seu corpo moveu-se automaticamente, caminhando em direção à Bakugou.
Ele, por sua vez, estava congelado entre as duas barras de prática de caminhada, sob uma esteira eletrônica que parou de rodar assim que ele petrificou no lugar.
Bakugou estava vestindo um moletom preto, largo e caído no limite de sua cintura. Sem camisa e um tanto suado pelo esforço de se sustentar em pé, agarrado às barras de metal e deixando os nós dos dedos esbranquiçados.

Antes que ele pudesse respirar, Ochako estava na frente dele.
Dava para ver que ela estava nervosa, mas ainda sim, aquelas pequenas sobrancelhas estavam mais determinadas que nunca.

Uraraka estendeu a mão lentamente, aproximou-a da face direita de Bakugou, e aguardou. Ele olhou confuso até entender que ela queria tocar seu rosto.
Ele ficou um pouco boquiaberto e sem reação, mas intuitivamente ele baixou a cabeça, comletanto o caminho para ser acalentado pela palma dela.

Ele fechou os olhos com o toque, e Ochako acariciou aquela nova bochecha de Bakugou com o dedão.
"Ainda é você!" ela disse sorrindo, e ele abriu os olhos para encará-la "Até o olhar! Que trabalho incrível"

A mão dela soltou o rosto dele, e desceu lentamente os dedos pelo seu novo braço eletrônico, sentindo a textura do metal quente até segurar na mão dele.
Suas garras de metal imediatamente seguraram a mão dela, e ele estremeceu.

"Você pode sentir?" ela olhou assustada para ele.

"Claro, é meu braço" ele disse, impaciente.

Ela então segurou a outra mão dele e comparou "Apesar do metal, a temperatura e força são iguais"
Ele ficou em silêncio e ela voltou a encara-lo.

O rosto de Bakugou era por volta de 70% o mesmo, se não fosse pelo grande buraco preenchido com metal em seu olho direito. Uma parte de sua mandíbula também foi reconstruída, e dava para ver os vincos de conexão com sua pele.
O prateado avançava pelo lado cabeça, mostrando uma orelha eletrônica, e o último vinco de metal no topo do crânio se misturava com uma linha de cabelo raspado na base e espetado no topo.

Era como se Bakugou estivesse usando um undercut com placas de metal na lateral da cabeça
"Kirishima tinha razão, isso ficou... másculo!"

Bakugou não conseguiu evitar de sorrir, Uraraka pode ouvir um suave ruído eletrônico que veio de sua mandíbula quando ele mostrou os dentes.

Repentinamente, ela soltou as duas mãos dele, agarradas às dela.
Ele cambaleou bem pouco, mas então voltou a agarrar-se nas barras.

"Desculpa!", ela disse alarmada. Sua cara vermelha pelo o quão perto eles estavam.

Bakugou apenas resmungou um "Tsc" e virou-se para o outro lado, em direção às suas muletas.
"Viu? Eu disse!", finalmente Kirishima se manifestou, saindo de seu lugar apoiado no batente da porta e reunindo-se à Bakugou, segurando uma muleta após a outra, até quando ele desceu do suporte de fisioterapia.

"Cala a boca", cuspiu o loiro, enquanto caminhava para uma cadeira.
Continua...
Um novo caminho. Parte 5/?

#kacchako #izuocha +18 drama, angst, morte de personagens principais, final feliz. SPOILERS #/bnha362 e 363

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Já era dia quando Ochako abriu os olhos em sua cama. O encontro da noite anterior havia sido intenso e ela sentiu-se particularmente sem energia na manhã seguinte.

Enquanto lavava seu rosto e se olhava no espelho, ela não conseguia tirar a imagem de Bakugou da cabeça.
A breve visita ao hospital a deixou ansiosa.

O que seria do futuro de Bakugou? E, principalmente, o que ela poderia fazer por ele?

Pois os danos que ele recebeu, foram para proteger as pessoas. E quem vai "protegê-lo" agora?
Algo dentro dela mudou drasticamente, mas ela ainda não se dera conta do quê, exatamente.

Uraraka prendeu o cabelo num rabo de cavalo e vestiu uma roupa confortável de ginástica. Essa manhã era sua folga e, portanto, ela aproveitaria para correr um pouco na rua.
"Uraraka-san!"

"D-Deku!" Ela levou um susto grande ao ouvir seu nome logo na saída do portão de seu prédio.

"Me desculpe assustar você. Está tudo bem?"
"Claro! Bom dia!"

"Bom dia", Deku sorriu sem mostrar os dentes.

Por um breve momento, Ochako não entendeu porque seu cérebro a lembrou do sorriso do Bakugou. Ela sacudiu a cabeça e então começou a caminhar ao lado de Deku.

"Quer mudar o percurso hoje?"

"Que? Ahn, pode ser..."
Uraraka havia dedicado todo o seu tempo livre à Deku, desde quando ele havia retornado de sua milagrosa recuperação.

Sempre foi bom estar ao lado dele, e agora ele parecia mais confortável em ter uma rotina com ela.
E por mais que ele estivesse tagarela novamente e eles rissem bastante juntos, ainda havia aquele muro espesso que mantinha o rapaz a certa distância.

Não fosse por isso, ela podia até pensar que eles estavam tendo encontros.

O coração dela caiu um pouco com esse pensamento.
"Você está pensativa hoje"

Ela sacudiu a cabeça, "Ah, não é nada. Apenas... refletindo sobre o que fazer da minha vida daqui pra frente."

"Entendo. Também me sinto estranho", ele diminuiu o passo e eles passaram a caminhar pela estradinha de pedras de um parque arborizado.
Ombro a ombro, tão próximos...

Antigamente Uraraka sentiria suas bochechas queimarem, mas, agora, não havia nada. Apenas o ar circulando eles e um incômodo no peito a deixando ansiosa.

Ela então, começou a falar.
"Eu passei tanto tempo me esforçando para ser uma heroína, deixando de lado tantas coisas para viver esse sonho e agora parece que, depois de tudo o que passamos, esse sonho se tornou... bobo", ela mexeu com os dedos numa mecha de cabelo e prendeu-a a sua orelha.
"Não é mais sobre se formar na U.A., tirar boa notas, ir bem no estágio ou conseguir um bom emprego ou dinheiro. Parece que agora, as coisas são mais pesadas e eu sinto que deveria viver cada segundo da minha vida antes que..."

As palavras entalaram em sua garganta.
"Nós vimos o fim de perto mais vezes do que deveríamos, não é mesmo?" Deku disse calmamente. Uma nota de tristeza em sua voz.

Ochako parou sua caminhada para então esperar que o rapaz virasse para ela.
Os dois se encararam por um momento, até que Deku estendeu as duas mãos e segurou as mãos dela.

"Acho que está na hora da gente aprender a pensar um pouco em nós. Vivemos tanto tempo por nossos objetivos e passamos por tanta coisa que agora estamos vazios de nós mesmos"
"Se eu não conseguir sorrir para mim mesmo no espelho, como vamos conseguir sorrir para os outros?"

Uraraka sentiu um aperto no peito enquanto ele falava. Ela olhou para ele e viu uma luz de esperança nas duas esmeraldas que a olhavam de volta.

Sua boca abriu e então, se fechou
"Deku... Eu..."

Um turbilhão de emoções aflorou em seu peito e pela primeira vez, ela conseguiu pensar com clareza sobre seus sentimentos.

"Eu... passei tanto tempo escondendo o que eu sentia que agora parece que eu não sinto mais"
"Sentia? O que?"

Ela franziu os olhos e então reuniu toda a coragem do mundo e o abraçou com força, afundando o rosto em seu peito.

Deku ficou paralizado por uns instante, até que a envolveu em um carinhoso abraço e acariciou as costas dela.
Eles ficaram parados assim por um tempo, apenas os soluços e o choro de Ochako umedecendo a camiseta branca de Deku.

Há algum tempo atrás, ela jamais teria coragem de estar tão perto assim de Midoriya. Entretanto, esse abraço parecia ser um lugar seguro e reconfortante...
Um lugar que a fazia se sentir em paz, assim como sentia-se com seu pai.
Não havia rubor, nervosismo e nem mesmo aquelas borboletas em seu estômago.

Aquele abraço era apenas o Deku, há quem ela devotava tanto carinho quanto respeito.

"Sabe, Deku... Eu achava que eu gostava de você"
De sobresalto ele a soltou brevemente, apesar das mãos delas continuarem sobre sua cintura. Ele afastou a cabeça para olhar para ela e então entendeu o que ela queria dizer.

"Acho que a gente se esqueceu de cuidar desse sentimento, não é mesmo?", ele respondeu calmamente.
Pegando certa distância, os dois se olharam e riram um pouco.

"Acho que está na hora de a gente seguir algum novo caminho para nós dois, o que acha?", ela propôs.

"Me parece bom", ele suspirou.
"Você é preciosa demais para mim, Uraraka. E eu estarei sempre aqui para o que você precisar.", ele fechou os olhos, falando carinhosamente "Você me inspirou a ser alguém melhor e sempre me apoiou. Obrigado..."

Ochako sorriu, entendendo o que aquelas palavras queriam dizer.
Doeu um pouco quando eles se despediram após retornarem ao prédio dela.

Geralmente ela o chamaria para entrar, e eles assistiriam algo juntos na TV e rachariam alguma comida.

Mas ela queria ficar só. Ela queria pensar e sentir o que seu coração estava querendo lhe dizer.
O restante da tarde, ela ficou no sofá. Assistiu filmes, comeu porcarias, chorou e dormiu.

Ochako encarou o luto de terminar algo que nem começou, mas também sentiu o alívio de não precisar mais esperar por algo.
Afinal, tudo o que ela idealizou sobre seu romance com Deku, não passaram de expectativas.

A verdade é que não havia ali nada além de uma admiração e carinho muito grandes.

Uraraka finalmente sentiu-se pronta para viver sua vida e sentiu-se madura para encarar seus sentimentos
Continua...
Um novo caminho. Parte 6/?
#kacchako #izuocha +18 drama, angst, morte de perssonagens principais, final feliz. SPOILERS #/bnha362 e 363

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O final do ano letivo no país havia chego e juntamente a ele uma atípica formatura.

Todos os heróis da U.A receberam suas licenças oficiais de heróis juntamente a uma condecoração de gratidão pelos feitos na grande batalha contra a Liga dos Vilões.
O clima não era de festa, uma vez que foram prestadas as devidas homenagens aos heróis que perderam a vida em um dos maiores confrontos que o país presenciou no último século.

Mas havia uma bela homenagem àqueles que lá estavam, ainda dispostos a trabalhar pelo bem a sociedade.
Ochako pode ver seus colegas subindo ao palco, em uma fila ordenada. Recebendo seu cartão de licença heróica e um pequeno distintivo prateado com o formato de uma Sakura, a típica flor japonesa que representava ali renovação e esperança, marcando o alvorecer da primavera.
Houve um súbito suspiro na platéia que aplaudia, quando Bakugou rompeu a fila, caminhando ainda apoiado em uma muleta.

Houve uma tensão no ar quando o rapaz empurrou sua muleta no peito de Kirishima e começou a subir sozinho as escadas do palanque.
Ochako já estava sob em palco, segurando seu diploma, bem ao lado de Kirishima, que havia saído do seu lugar para amparar o orgulhoso amigo, que é claro, não aceitou ajuda.

Um passo em falso, e ela percebeu na hora que Bakugou não teria onde se apoiar.
O metal de seu braço mecânico ainda era muito pesado para um corpo em recuperação, e ele havia perdido consideráveis quilos com os meses de recuperação.

Era óbvio que um dos alunos mais fisicamentes bem preparados de escola, agora estava fraco, como nunca visto antes.
Esticando a mão discretamente, Uraraka tocou no ombro metálico de Bakugou, e removeu todo peso da peça, dando a ele a chance de se equilibrar.
Ele franziu o rosto e o punho, torcendo a boca em um rosnado, mas não olhou para ela, apesar de saber o que ela havia feito. Seguiu em frente e recebeu os cumpimentos dos professores e do diretor Nezu, sendo aplaudido com vigor por todos.
Ele não curvou-se ou se quer fez menção de olhar para o público. Também não quis juntar-se a fila de heróis dispostos no palco.

Ele voltou por onde veio, pegou sua muleta das mãos de Kirishima e olhou rígido para Ochako, que sussurrou a liberação da gravidade ao seu braço.
Antes que ele descesse do palco, o herói Dynamight parece ter resplandecido brevemente o rosto metálico de seu colega, e Bakugou ergueu seu braço direito ao ar.

O punho fechado, brilhando a luz do sol sob o aço escovado de seu novo membro.
Assim como havia feito AllMight.

Assim como havia feito Endeavor.

Assim como faziam os heróis vencedores.
O olhos de Ochako arderam e as lágrimas caíram junto com o braço de Bakugou, que pendeu-se ao lado do corpo para se apoiar na muleta e caminhar para fora do palco.
Muitos viram aquele gesto como uma postura de vitória de um grande herói.

Mas Deku e Uraraka se entreolharam brevemente, e bem sabiam, que assim havia sido a despedida de AllMight.

O fim de Dynamight não poderia ser diferente.
7 meses depois...
Uravity passou pela porta de vai e vem do restaurante, sendo abraçada pelo calor do ambiente aquecido. O garçom de sempre acenou para ela e puxou uma mala de trás do balcão.
Era sua muda de roupas de emergência, que ela deixava por lá na última Sexta-feira do mês, logo cedo, para não precisar retornar a agência ou para casa.
Aquele restaurante era melhor para todos que moravam no lado sul da cidade, enquanto ela preferiu ficar no subúrbio na parte leste, salvando algum dinheiro pelo aluguel mais barato.

Mas ela acha que Mina só escolheu o lugar porque era na rua da casa dela.
Uravity foi cumprimentada com cabeças baixas por onde passou. Seu capacete de heroína seguro abaixo do braço e a mala no ombro. Ao alcançar a toilet, ela finalmente se livrou de seu colam e vestiu calça e blusa macias e quentinhas de sua própria marca, ideais para a noite gelada.
"Ochako-chan!!" Mina pulou em seu pescoço a à puxou para o banco de meia-lua que tomava parte da mesa redonda onde todos estavam.

Ela comprimentou cada um com um sorriso. Sero, Kaminari, Tsu e Kirishima. E logo uma caneca de Amazake fumegante foi colocado em suas mãos.
Ela cheirou o sakê doce fumegante e deu um longo gole, antes de ser empurrada para o lado com uma ombrada rígida. Ela quase enfiou a cara na cerâmica quando levantou para reclamar.

"Ei...!!", ela se calou
"O que foi, Cara Redonda?! Esse lugar é meu!"

"Não mexa no lugar dele, já sabe", aconselhou Kirishima, tirando sarro.

"Ele nunca quer vir, se mexerem no lugar dele, daí já era!", comentou Kaminari, com a mão na frente da boca como se estivesse contando um segredo.
"Pare de ser grosso com a nossa Ochako, Bakugou! Esse é o lugar oficial dela!" Mina colocou os braços protetoramente em torno dela, mostrando a língua para Bakugou.

"Tsc, foda-se!", ele mostrou o dedo do meio para Mina.
"Está bem, agora chega!" Kirishima segurou o dedo dele, colocando-o para baixo e sorrindo brilhantemente "Como foi seu dia, Uraraka?".

"Ah, correu tudo bem. Nada demais, sabe? Só patulhas..."

"Ah vamos, não se faça de desentendida!", berrou Denki, visivelmente alcoolizado.
Sero brandou uma revista e jogou-a no centro da mesa com um estalo "Queremos saber sobre isso!", o dedo indicador longamente apontado para a cara dela, estampada numa foto da matéria de capa.

"Ah não..."

"AH SIM!! OCHAKO SUA SAFADINHA, NOS CONTE TUDO!!!", gritou Mina.
"Shhhh! Parem de escânda-lo, por favor!", ela olhou para os lados, tampando a capa da revista e puxando-a para si. Suas bochechas ardiam tanto que ela não tinha certeza se era somente culpa do sakê.

"Eu sempre achei que você sairia com o Midoriya! Mas Todoroki? Isso é novidade!"
Mina concordou com Kaminari, puxando a revista dos braços da Ochako e abrindo na página da matéria.

Lá estavam, estampadas por todas as partes da matéria principal de página dupla. Fotos e mais fotos de uma câmera escondida em meio ao que parecia um vaso de plantas.
"Pessoal, eu juro, não é o que vocês estão pensando!!" Ochako argumentava como se sua vida dependesse disso "Nós estávamos apenas saindo como amigos! Era um lugar discreto, a gente não imaginou que algum paparazi interpretaria isso mal"
"Ochako olhe bem pra mim e me diga que aquele vestido não é somente para um amigo!!!" o dedo inquisitivo de Mina estava sobre o decote da longa roupa rosa que ela usava "Nem nos seus melhores dias você foi tão ousada!"
"Eu juro que não é... Eu apenas tinha esse vestido à tanto tempo e não queria comprar uma roupa nova apenas para um jantar".

Todos piscaram pra ela.

"É, ela não comprou algo novo", comentou Sero.
"Sim, faz sentido. Era só amizade mesmo" Kaminari acenou com a cabeça, virando mais uma caneca de bebida em seguida.

Bakugou resmungou algo e saiu da mesa com um baque.

Todos ficaram confusos.
Continua...
Um novo caminho. Parte 7/?
#kacchako #izuocha +18 drama, angst, morte de perssonagens principais, final feliz. SPOILERS #/bnha362 e 363

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Asui prontamente veio em defesa de Uraraka, sentando-se no lugar vago que Bakugou deixou ao lado da garota.

"Ochako-chan não tem porque mentir para nós. Entretanto, acho que podia nos contar o motivo do jantar, sim? Kero~"

A cara de nervosismo de Ochako fez todos irem a loucura
"Põe na mesa!"

"Joga na roda"

"Desembucha!"

"Não, espera! Vamos fazer um bolão antes!!!"

Kiri, Sero, Mina e Kaminari estavam quase subindo na mesa e berrando suas apostas.
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Um novo caminho. Parte 7/?
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#kacchako #izuocha +18 drama, angst, morte de personagens principais, final feliz. SPOILERS #/bnha362 e 363

Novas tags: comédia, romance, relacionamentos LGBTQIA+ e hetero. Ships não citados aparecerão eventualmente.
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Kaminari arrancou do bolso uma nota de ¥1000, e bateu na mesa com força.

"Ora, vamos, seja homem!", Sero disse com desdém.

"Nesse caso...", Mina revirou sua bolsa sobre a mesa até que encontrou sua carteira e colocou uma nota de ¥5000 sobre a de Denki "Cobre essa, /homem/"
Tsuyu inclinou-se para Eijirou e cochichou com a mão na frente de boca "O que exatamente eles estão apostando?"

"Não faço ideia! Apenas assista. Eles são bêbados com déficit de atenção", Kirishima riu.
Ochako aproveitou a discussão calorosa e, antes que Tsu pudesse apoiar-se novamente no assento, ela passou por de baixo a amiga, deixando um beijo em sua bochecha ao sair.

"Não conta pra ninguém, sim?" ela cochichou e Kirishima piscou pra ela.

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