1/ Como eu falei na coluna anterior, chegamos na reta final das eleições. Significa que, a não ser que algum avião caia, alguém seja preso ou alguma desistência inesperada ocorra, seguiremos sem grandes novidades.
2/ Teremos Lula na dianteira com Bolsonaro logo atrás. E os demais candidatos? Seguirão irrelevantes, se acotovelando na terra do um digito das intenções de voto. Quem não se tornou competitivo até essa altura do campeonato, não será agora que se tornará.
3/ Para Lula, a garantia da vitória em primeiro turno está no eleitor da terceira via e nos indecisos. Para Bolsonaro, está em conseguir garimpar alguns votos dentro do eleitorado lulista e todo o resto já recomendado a Lula.
4/ Em SP a coisa está tão acirrada que não resta outra estratégia se não "roubar" eleitores do oponente. A pesquisa Quaest mostra que Bolsonaro recuperou dez pontos em seis meses enquanto Lula se manteve estável.
5/ Acontece que estes pontos são todos oriundos dos votos da terceira via e dos indecisos. Destes pontos, sete vieram da turma do pouco voto e mais três dos indecisos.
6/ É interessante mostrar que o acirramento do cenário não mostra algo presente em outras pesquisas nacionais e confirmado pela pesquisa FSB desta semana:
Uma leve tendência de eleitores atravessando a rua indo de Lula para Jair.
7/ Uma travessia tímida restrita à margem de erro e não passando de 1% ou 2%. Essa "travessia" precisa passar os 3% ao mês para preocupar a campanha petista.
8/ Mas vale atenção! Essa travessia acontece principalmente pelo eleitorado que recebe Auxílio Brasil e de renda mais baixa é extremamente volátil e sensível às variações na economia. Afinal de contas, alimentação e contas pesam mais no orçamento dessas famílias.
9/ O segundo turno já chegou. Bolsonaro não tem que, apenas, levar a disputa para o segundo turno: ele precisa também chegar lá de maneira confortável. Se terminar o primeiro turno com mais de 5% de diferença, dificilmente ganhará a disputa.
10/ A disputa agora é entre os indecisos e entre quem souber aproveitar os furos na canoa da terceira via. Os dois primeiros colocados podem até tentar após em furar a canoa um do outro, mas eu vejo como algo que, embora renda alguns votos, pode não render em tempo suficiente.
Fim/ Para Lula, recomenda-se aparecer em toda e qualquer entrevista ou sabatina disponível. Para Bolsonaro, recomenda-se a moderação e o foco nas poucas “vantagens” oriundas do seu governo. Acho difícil o atual presidente fazer algum aceno para a sensatez.
Meu artigo dessa semana no @brasildefato sobre o cenário eleitoral.
E aí mais uma vez temos a volatilidade dos eleitores de menor renda e a disparada dos eleitores mais abastados onde as variações foram 7% e 12%, respectivamente.
Além disso Lula perdeu 8% no eleitor mais humilde.
Lula aparece tecnicamente empatado com Bolsonaro 37 x 35.
Um resultado que surpreende, já que em São Paulo Bolsonaro ganhou por 67,97 contra 32,03 do Haddad.
(+)
O que temos aqui é SP de fato adiantando o segundo turno de maneira consolidada.
Aqui, não vai ter outra estratégia se não "roubar" eleitores do oponente.
Bolsonaro recuperou 10 pontos em 5 meses enquanto Lula se manteve estável.
O que mostra que reforça o meu ponto.
(+)
E pq reforça? Pq Lula não perdeu ponto algum, quem perdeu foram os "outros" e indecisos, ou seja, pessoas que estavam votando em algum candidato por convicção ou iriam se abster e passaram a fazer voto útil.
Basta ver que os 10 pontos são 7 dos outros + 3 dos indecisos.