Thread by @MDeArroios

Ton Salvadó arquiteto responsável pela implementação do primeiro superbairro em Barcelona, está em #Lisboa a convite da @LisboaPossivel e da Zero

O que fazer com grupos de vizinhos que vêm o veículo privado como um direito fundamental?

"Qualquer transformação urbana tem que ser discutida com os vizinhos."

Ton conta que se criaram 2 plataformas de vizinhos com posições opostas, mas com o diálogo conseguiram diluir a plataforma da oposição ao superbairro, ouvindo-os e aplicando correcções.

A oposição terminou quando o benefício se tornou muito obvio - ficou evidente de que, por exemplo, poderiam aproveitar o espaço público com amigos e os seus filhos poderiam voltar a brincar na rua.

"Não é objetivo que bares e restaurantes ganhem todo o espaço público." O espaço é distribuído e deve priorizar as pessoas, através de bom planeamento e mobiliário urbano adequado.

Por onde começar?
"O que queremos são recintos/parques fechados em zonas distintas? Não. Superilhas é uma técnica de transformação da cidade - e uma madeira de mudar as regras do jogo."

De que maneira podemos identificar os âmbitos a transformar?
Ton sugere começar por lugares que tenham maior facilidade ou oportunidade para transformar. Por ex, em Barcelona aproveitaram o projeto de requalificação do mercado de Sant Antoni.

As cidades atuais foram desenhadas de e para o patriarcado (que era, inicialmente, quem tinha carro). Não pensavam nos mais vulneráveis, nas mulheres, nas crianças, nas pessoas com mobilidade reduzida.

Como podemos por na mesa dos decisores o tema das cidades pensando nos mais vulneráveis e desligar do partidarismo associado aos temas da mobilidade?

Ton sugere a abordagem pela Saúde, que é crucial no contexto urbano. Ao priorizar o carro, com túneis e estradas, estamos a prejudicar a vida dos cidadãos, a qualidade do ar e a tirar tempo de vida. "Se não nos preocuparmos em colocar a saúde em primeiro lugar, estamos perdidos."

Já somos capazes de contabilizar os mortos por poluição. "Nenhuma pessoa devia morrer por poluição".

"A participação pública torna os processos mais lentos. Mas há que aceitá-los e planear devidamente, pois é fundamental."

A inclusão, partilha e transparência são fundamentais. "Quando a participação é máxima, é mais fácil que o cidadão entenda as decisões difíceis."

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