Em 2021, elas tinham 38%, enquanto o resto tava mais bem distribuído.
Beleza, um monte de siglas, mas como funciona na prática o setor?
O modelo de negócios de aluguel de veículos leves é um ciclo que tem 3 fases.
1) Compra dos carros 2) Locação dos veículos 3) Venda dos seminovos
Depois disso, ele recomeça.
1) Compra dos carros
Nessa parte do ciclo, o que manda é a escala.
Quem tem mais dinheiro consegue comprar mais carros e pagar mais barato por unidade.
Aqui, quem vence é a Localiza.
2) Locação dos veículos
Essa é a atividade fim da empresa.
Ela compra os carros pra poder alugar eles. Desse aluguel vem o lucro dela.
Aqui entra um dilema:
Se ela alugar o carro por muito tempo, ela ganharia mais dinheiro com ele.
Por outro lado, ele vai ficar mais velho, os clientes vão reclamar e os gastos com manutenção vão aumentar.
Na hora de vender, a empresa também vai ter que vender por um preço menor.
Por isso, as locadoras tentam encontrar o ponto ideal entre:
- Agradar o cliente com um carro novinho
- Alugar o máximo possível
- Minimizar o gasto com manutenção
- Minimizar a desvalorização da venda
Hoje, a idade média da frota tá assim:
- GTF
Localiza: 21 meses
Movida: 18 meses
- RAC
Localiza: 17 meses
Movida: 8 meses
Ponto pra Movida.
Com isso, hoje elas conseguem ter uma margem EBITDA (2T22) de:
- Movida: 41,4%
- Localiza: 56,2%
Ponto pra Localiza mais 1 vez.
3) Venda dos seminovos
Agora que o carro já foi bem usado, a empresa precisa vendê-lo.
Ela PRECISA fazer isso pra poder RENOVAR a sua frota, uma vez que:
- Ficar com um carro velho vai trazer problemas (já citados)
- O lucro dos aluguéis NÃO É SUFICIENTE pra comprar um novo
Como os carros do RAC são menos usados que os do GTF, eles são vendidos por um preço maior.
Pronto. Assim se encerra o ciclo de uma locadora de veículos.
Ou quase...
Todas essas etapas são necessárias e suficientes pra empresa se manter de pé, renovando sua frota ao longo dos anos.
Mas toda empresa quer crescer!
Infelizmente, o dinheiro que sobra não permite que isso aconteça.
Por isso, elas precisam fazer outra coisa se quiserem crescer👇
Elas precisam captar dinheiro com terceiros.
Não é à toa que as locadoras vivem fazendo follow-on ou emitindo debêntures na Bolsa.
Só assim elas conseguem ter mais dinheiro pra – adivinha só? – comprar + carros ainda + baratos e reiniciar o ciclo, ficando ainda mais gigantes.
Tudo isso faz o modelo de negócio das locadoras ser simples de entender, mas complexo de executar ao mesmo tempo.
Eles ainda tem alguns abacaxis bem relevantes: a localização das lojas do RAC e o Risco de Fornecedores.
A) Localização
As maiores locadoras tem muitas lojas em aeroportos (~15-20%).
Elas são concessões administrativas.
Isso cria o risco do operador não renovar a concessão e ela ter que sair de lá.
Além disso, a pandemia não deixa negar quão arriscado é depender de 1 setor.
B) Risco de fornecedores
Não existem muitas montadoras de carros e todas elas estão sofrendo com a escassez de matéria-prima.
Isso faz o preço do carro subir e as entregas atrasarem.
Tem ainda +1 abacaxi de brinde: a discussão sobre o pagamento ou não de ICMS que as locadoras não pagam.
Não vou me alongar nesse tema. O @thiagomd_1 tem uma thread completa sobre esse assunto.
Mas se serve de alguma coisa, o STF já se posicionou favorável às locadoras.
Estamos abrindo 2 vagas pra trabalhar aqui no time do Edufinance.
Se você tem interesse em fazer parte de um projeto foda de longo prazo, essa thread é pra você 👇
Antes de dizer a parte técnica sobre vagas e tudo mais, preciso primeiro dizer pq chamo ele de um "projeto foda de longo prazo" e pq eu gostaria de estar nele se fosse você
Se vc me segue já sabe da oportunidade que é estar nesse mercado e do potencial dele (~2% da pop. brasileira investe na bolsa)