> André Janones paga R$ 15 mil mensais a uma empresa de consultoria cujo dono foi investigado por lavagem de dinheiro
> No total, o deputado já destinou R$ 135 mil para a companhia, que oferece um serviço feito gratuitamente pela Câmara
Trata-se da DMD Consultoria, do empresário Marcos Alessandro Machado Cleto, também conhecido como Marcos Piu, de 56 anos.
Além de Janones, a empresa presta ou prestou serviço para outros 12 deputados – 10 deles integram a atual legislatura. Desde 2015, a DMD Consultoria ganhou R$ 4,579 milhões em cota parlamentar, o equivalente a R$ 638,9 mil por ano.
Marcos Piu trabalhou na Câmara por quase 10 anos. Começou como secretário parlamentar do deputado Aelton Freitas, entre 2004 e 2007. Na sequência, passou a atuar em um cargo de confiança na liderança do PR, atual PL e ex-partido de Aelton, onde permaneceu até julho de 2013.
A saída de Marcos Piu ocorreu menos de sete meses depois de a Polícia Federal instaurar um inquérito para investigar suposta lavagem de dinheiro por parte do funcionário. O esquema teria como beneficiário o próprio deputado Aelton Freitas.
Em um ano (entre jan/2010 e fev/2011), uma conta de titularidade de Marcos Piu e da esposa dele movimentou mais de R$ 1,931 milhão. O valor foi considerado incompatível com os patrimônios, as atividades econômicas ou as ocupações profissionais e capacidades financeiras do casal.
Essa investigação chegou a ser arquivada em 2018, sem que houvesse a conclusão do inquérito. O ministro Alexandre de Moraes, porém, a desarquivou em ago/2019, após a então PGR, Raquel Dodge, apontar a existência de novos elementos probatórios. Hoje o caso está em sigilo na JFDF.
Eu conversei com Marcos Piu na quarta-feira. Ele afirmou não ter sido notificado oficialmente sobre a reabertura do inquérito, mas negou irregularidades. Disse também que não conhece pessoalmente nenhum dos deputados para qual trabalha atualmente, incluindo Janones.
Janones afirmou não ter o hábito de investigar quem são os donos de empresas que prestam serviço para o seu mandato. Ele tbm se recusou a me enviar documentos que comprovam a consultoria da DMD.
"Que poder você tem para solicitar alguma coisa?”, me disse. “Você não é povo"
Osires Damaso, Marcelo Ramos e Franco Cartafina confirmaram a consultoria, e os 2 últimos enviaram arquivos do trabalho. Os outros 6 (Aelton Freitas, Vicentinho Júnior, Igor Kannário, Júnior Mano, Agripino Magalhães e Vaidon Oliveira) da atual legislatura não se manifestaram
Quer mais detalhes? Leia a reportagem completa no @Metropoles
Três infrações foram aplicadas pelo Ibama contra o IOP em jun/2022. Eu tive acesso com exclusividade à íntegra dos processos.
A ONG foi criada em 2002 com a missão de promover a conservação da onça-pintada e das espécies de presas naturais. Mas não é isso o que tem acontecido.
As infrações foram aplicadas por:
1. Matar 72 espécimes da fauna silvestre em desacordo com a autorização obtida; 2. Praticar maus tratos aos animais ao não lhes garantir segurança; 3. Funcionar atividade utilizadora de recursos ambientais contrariando normas ao expor os bichos.
> Ex-sem-teto Givaldo Alves vende estimulante sexual sem aval da Anvisa
> Batizado de "Pau de Mendigo", produto apresenta Givaldo como garoto-propaganda, mas não tem registro na agência reguladora
No último dia 11/6, o Givaldo anunciou em seu Instagram (425 mil seguidores) a venda do Pau de Mendigo. O site do produto prometia "pênis muito maior", "orgasmos mais longos", "fim da ejaculação precoce"... enfim. Eu e a @manualcantaraa decidimos investigar. Confira:
Primeiro descobrimos quem está por trás do site. Segundo o Whois, trata-se de uma empresa chamada AEG Produtos Naturais, cujo nome fantasia é Guimagran. Fica em Governador Valadares-MG e tem como único sócio uma mulher chamada Anne Caroline Lopes Silva, segundo dados da Receita.
> PRF nega acesso a processos administrativos dos agentes envolvidos na morte de Genivaldo;
> Corporação alega se tratar de “informação pessoal”, o que, na prática, impõe sigilo de 100 anos sobre os documentos
Eu pedi, via Lei de Acesso à Informação (LAI), a quantidade de processos administrativos e acesso à íntegra dos autos já conclusos envolvendo os cinco agentes que assinaram o boletim de ocorrência policial sobre a abordagem.
Na segunda-feira, a PRF respondeu a demanda e se recusou a informar, até mesmo, a quantidade de processos administrativos envolvendo os policiais. Citando a LAI, disse que cabe ao órgão assegurar a “proteção da informação sigilosa e da informação pessoal".
No @Metropoles | Responsável pelo gasto de R$ 261 mil de dinheiro público em viagens sobretudo internacionais desde jan/2022, o ministro do TCU @DantasBruno já acusou procuradores da finada Lava Jato de “aumentar seus ganhos privados” com o uso de diárias e passagens.
Segue o 🧶
Em despacho publicado em nov/2021, Dantas apontou que o modelo adotado para a Lava Jato teria criado uma “indústria de pagamento de diárias e passagens a certos procuradores escolhidos a dedo".
O ministro também apontou o que chamou de “formato antieconômico” no mecanismo de viagens da força-tarefa, que causou “danos aos cofres públicos”, e alegou que os procuradores teriam encontrado uma maneira de enriquecer.
> Ministros do @TCUoficial ganham mais com diárias de viagens que o salário.
> Os nove julgadores gastaram ao menos R$ 1,2 milhão em dinheiro público com viagens, principalmente internacionais, entre janeiro e maio deste ano.
As despesas totais se referem a passagens e diárias. Mesmo com o dólar nas alturas e a escalada do preço do combustível de aviação a impactar as tarifas, foram ao menos 20 viagens para o exterior este ano.
Líder do ranking, o ministro @DantasBruno, por exemplo, recebeu R$ 43.517,52 em diárias para uma viagem a países da Europa e da Ásia. Entre 25 de fevereiro e 13 de março, ele visitou órgãos de fiscalização de Varsóvia, Riad, Viena e Paris. Nesse período, recebeu 6,5 diárias.
A "taxa do príncipe" é cobrada por transações de terras onde ficava a antiga Fazenda Imperial, em Petrópolis – que tem sofrido uma tragédia devido às chuvas. A taxa é de 2,5%. O dinheiro é cobrado pela Companhia Imobiliária de Petrópolis (CIP), dos "descendentes imperiais".
Eu tive acesso ao balanço da empresa e à ata da última Assembleia Geral Ordinária (AGO), segundo registro da Junta Comercial do Rio de Janeiro.